Este trabalho examina as relações entre o imaginário organizacional difundido pelas empresas e o sofrimento no trabalho no contexto das reestruturações produtivas, por meio de estudo de caso no setor bancário. Analisa-se o suporte de dominação psíquica da organização sobre o indivíduo, por meio da difusão massificada dos valores da empresa como os valores sociais, cuja gestão do afetivo se soma à gestão pelo medo. Entrevistou-se administradora lotada em um banco privado, afastada para tratamento mental por conta de ideação suicida iminente, após 30 anos de trabalho na empresa. Os dados foram analisados por meio de análise categorial. Os resultados evidenciaram que a entrevistada assimilou fortemente o discurso do banco, ao longo dos anos, de modo que a sua vida passou a gravitar em torno dos objetivos da empresa.
RESUMOPoliciais militares são acometidos por transtornos físicos e mentais ligados à profissão, que envolve o contato frequente com a violência. Este estudo aplicou o Inventário do Trabalho e Riscos de Adoecimento -ITRA a policiais de um Batalhão de Polícia de Militar de Brasília, para verificar a percepção sobre os efeitos do trabalho no processo de adoecimento. Da população de 126 indivíduos, fo ram validados 28 questionários (22,2%) mediante modelo de estatística descritiva e testes de normalidade, correlação e testes de diferenças médias entre grupos da amostra. Os índices do ITRA indicaram que os policiais apresentam desconforto no trabalho, com alto risco de ado ecimento, em vista das condições desfavoráveis a que estão submetidos, motivo pelo qual se requer providências no sentido de minorar o s impactos adversos na saúde da categoria. A cadeia de comunicação form al e rígida da organização milit ar é compensada por canais informais entre os policiais, espaços em que se racionaliza a violência e o sofrimento.Infere -se dos achados que as estratégias individuais de resistência e enfrentamento se enfraquecem no decorrer do tempo de permanência na co r poração, suscetibilizando os indivíduos aos transto rnos biopsicossociais no decorrer da carreira.Palavras Chave: Prazer-sofrimento no trabalho. Policiais Militares. Inventário do Trabalho e Riscos de Adoecimento. Saúde coletiva . Rev i sta El etr ôn ic a Ge st ão & Soc ied ad e ABSTRACTMilitary police officers are affected by physical and mental disorders linked to the profession, which involves frequent contact with violence. This study applied the Inventory of Work and Illness Risk -ITRA to verify the perception o f the effects of worki ng in the disease process in the military police officer of a Police Battalion of Brasilia. Out of a population of 126 individuals, 28 questionnaires (2 2.2%) was evaluated by descriptive statistics and model submitted normality test, correlation and tests of mean differences between groups. The contents of the ITRA indicated that the police officers hav e discomfort at work, with anxieties that indicate high risk of illness and ratify, like the literature, that the unfavorable co nditions that are submitted, that requires measures in order to mitigate the adverse impacts on health category. The chain of rigid communication of the military police organization is offset by informal channels between police, spaces where rationalizes violence and suffering. It app ears from the survey results that the indiv idual strategies of resistance and confrontatio n weaken during the time spent in the enterprise, leveraging the biopsychosocial disorders.Keywords: joy-suffering at work. Military police. Inventory Work and Illn ess Risks. Public health.Rev i sta El etr ôn ic a Ge st ão & Soc ied ad e v. 11 , n . 2 9 , p . 1 80 4 -1 82 9 | Mai o/ Ag os to -20 1 7 IS SN 1 9 80 -57 56 | D OI: 1 0. 21 17 1/ g e s. v 11 i2 9. 21 5 0 | 1806 INTRODUÇÃOAs organizações policiais são instituições que exercem poder e controle dentro e fora das suas ...
Resumo Neste artigo teórico, tem-se como objetivo analisar as diferenças e possíveis sobreposições conceituais a respeito de tipologias de violências no trabalho, as quais são cada vez mais sutis. A reflexão crítica sobre o trabalho de Hershcovis (2011) nos instigou a pensar nas diferenciações entre as tipologias de violência, visando sua compreensão a partir de modelos que se aproximam de uma visão mais complexa e realística das interações sociais (Andersson & Pearson, 1999; Cortina, Kabat-Farr, Magley, & Nelson, 2017; Leymann, 1996; Vasconcelos, 2015). Os principais resultados consistem na identificação de dois riscos potenciais para a compreensão do tema: (a) a aglutinação dos conceitos, o que prejudica avanços teóricos e tratamentos específicos no trabalho; e (b) o isolamento dos tipos em silos, o que contribui para a perda de avanços alcançados em outros domínios. Ainda, postula-se a necessidade de vislumbrar as diversas tipologias de violências em um continuum conforme o contexto social.
os direitos, inclusive de tradução, são reservados. É permitido citar parte de artigos sem autorização prévia desde que seja identificada a fonte. Documentos e Debates: Tréplica -Relações entre Suicídio e Trabalho RAC, Curitiba, v. 14, n. 5, pp. 956-967, Set./Out. 2010 www.anpad.org.br/rac 957
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