RESUMOOs remanescentes florestais da Mata Atlântica têm sofrido pressões antrópicas frequentes. Essas pressões são relacionadas, principalmente, ao desmatamento e aos incêndios florestais. Por isso, o objetivo deste artigo é o desenvolvimento de um mapa geoecológico de susceptibilidade à ocorrência de incêndios no Estado do Rio de Janeiro, na escala de 1:100.000. Para esta proposta, mapas de elementos funcionais e de estrutura da paisagem (forma das encostas, radiação solar, uso da terra e balanço hídrico) foram construídos. O estudo foi conduzido utilizando o método analítico integrativo e diferentes técnicas de geoprocessamento, como Modelos Digitais de Elevação e Sistemas de Informações Geográficas. Os mapas representam três diferentes períodos: anual, seco e chuvoso. Ademais, estes mapas foram validados por meio dos dados do sensor MODIS. Os resultados proporcionaram diferentes arranjos espaciais para a susceptibilidade por meio das classes designadas como alta, média e baixa, que tiveram boa correlação com os dados de validação.Palavras-chave: mapas geoecológicos, incêndios florestais, geoprocessamento. Geoecological Assessment of Wildfire OccurencePotentiality in the State of Rio de Janeiro ABSTRACTThe remaining Atlantic Forest has frequently suffered anthropogenic pressures. These pressures are mainly related to deforestation and wildfires. The purpose of this paper was to develop a geo-ecological susceptibility map of fire occurrences in the State of Rio de Janeiro at 1:100,000 scale. To this end, maps of landscape functions and structures (landforms, solar radiation, land use and water balance) were constructed. The study was conducted using analytical integrative approach and different geo-processing techniques, such as digital elevation models and geographic information systems. These maps represent three different periods: annual, dry and rainy seasons. Moreover, they were validated through the analysis of MODIS sensor data.Results showed different spatial arrangements provided by the susceptibility of classes designated as high, medium and low sensitivity, which correlated well with the validation data.
O número de eventos de desastres naturais tem aumentado ao longo do tempo no território brasileiro e no mundo inteiro. No contexto brasileiro, há expressiva ocorrência de eventos de natureza hidrológica a exemplo das inundações, deslizamentos e secas. O presente artigo relaciona as mudanças de uso e cobertura do solo no município de Duque de Caxias, rotineiramente afetado por eventos de inundação, entre 2007 e 2016 (período dentro da vigência do segundo plano diretor municipal), com o resultado do mapeamento das áreas suscetíveis à inundação, realizado pelo CPRM (2013). As mudanças foram inferidas através do modelo Land Change Modeler (LCM), e os insumos de entrada correspondem à mapas de uso e cobertura do solo classificados supervisionadamente com o uso do algoritmo CART, na plataforma Google Earth Engine, através de imagens Landsat 5, sensor TM, bandas 4 (infravermelho próximo), 3 (vermelho) e 2 (verde), e Landsat 8, sensor OLI, Bandas 5 (infravermelho próximo), 4 (vermelho) e 3 (verde), ambas com resolução de 30m x 30m. Analisou-se as classes “urbano”, “vegetação densa”, “vegetação rasteira” e “solo exposto”. Busca-se com este trabalho identificar quais classes obtiveram maiores mudanças no período de análise, se estas tendem a ocorrer em áreas classificadas como alta suscetibilidade à inundação e a probabilidade de uma classe se tornar outra em 2026 (através da matriz de transição de Markov). No intervalo de nove anos, houve mais de 40 km² de perda de vegetação densa, mais de 60 km² de perda de vegetação rasteira e quase 60 km² de expansão da área urbana. Esta última se ampliando para locais com alta suscetibilidade à inundação.
ResumoAs análises geomorfológicas são essenciais para o entendimento de algumas características que defi nem a estrutura e funcionalidade de uma paisagem para uma escala de tempo defi nida. Nesse tipo de análise o geoprocessamento é uma ferramenta essencial, pois reúne uma série de tecnologias que facilitam esse trabalho. Entretanto, algumas questões surgem e devem ser resolvidas através de investigações científi cas. Uma dessas questões é a não consideração da dimensionalidade dos dados e informações utilizados, que não são avaliados em superfície real, podendo assim criar interpretações dos elementos geomorfológicos de uma paisagem de maneira correta. Mesmo possuindo uma série de opções para trabalhar com a dimensionalidade dos elementos, as técnicas de geoprocessamento tem uma limitação estabelecida pela não consideração das irregularidades da superfície. Essa diferença é maior em paisagens de relevo acidentado, e podem mascarar alguns resultados em análises geomorfológicas. Em face ao exposto, este artigo tem o propósito de verifi car a diferença entre observações de superfície real e planimétrica para análise geomorfológica do índice de efi ciência de drenagem (IED) para bacias de segunda ordem no maciço da Tijuca -Rio de Janeiro. Para realizar este estudo foram utilizadas cartas topográfi cas na escala de 1:10.000 e diferentes técnicas de geoprocessamento, como modelagem digital de elevação e sistemas de informações geográfi cas. Os resultados mostram uma variação de 8,46% e 17,86% nas mensurações totais de comprimento da drenagem e área das bacias de drenagem, respectivamente. A densidade de drenagem e o índice de efi ciência de drenagem apresentaram, em valores totais, uma variação de 7,33% e 7,92%, respectivamente. Estes resultados apontam para uma sensível diferença nas análises geomorfológicas quando da utilização de observações em superfície real, que precisam ser investigadas na busca de uma leitura mais refi nada da paisagem.
Os incêndios vêm modificando progressivamente a paisagem do Parque Nacional do Itatiaia (PARNA do Itatiaia). Sua freqüência reduz o número de árvores e facilita a propagação de espécies que dificultam a regeneração de outras plantas. Além disso, o fogo modifica o solo, com perda de nutrientes e possibilidade de erosão e compactação. O presente artigo busca diagnosticar e avaliar o estado de vulnerabilidade do PARNA do Itatiaia em relação à problemática dos incêndios através de um mapa geoecológico de potencialidade a ocorrência de incêndios, elaborado a partir de técnicas de geoprocessamento e do método analítico-integrativo. O mapa foi validado a partir da comparação com uma mancha de incêndio, onde foi evidenciada uma eficiência de 94,3%. Avaliando o mapeamento como um todo para o PARNA do Itatiaia, foi constatado uma predominância de áreas classificadas como de alta e média potencialidade, justificando a sua condição de uma das principais unidades de conservação a ser afetada por incêndios. O mapeamento geoecológico desenvolvido assume grande importância na medida em que localiza e caracteriza as áreas mais sensíveis a ocorrência de incêndios, possibilitando um melhor planejamento de prevenção, combate e controle de incêndios no PARNA do Itatiaia.
RESUMODados de focos de calor via satélites ambientais, de Sistemas Frontais (SF) e Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), juntamente com o Standardized Precipitation Index (SPI) e os Relatórios de Ocorrência de Incêndios (ROI) no Parque Nacional do Itatiaia (PNI) foram avaliados. O SPI foi calculado com dados pluviométricos de três estações no PNI. Os dados dos SF e ZCAS foram obtidos via Climanálise. A regressão múltipla foi aplicada a ROI, SPI, SF e ZCAS de forma independente. A maior categoria do ROI ocorreu na classe C (81%), sendo os maiores percentuais no inverno (57,2%) e primavera (35,1%). Os meses críticos de focos de calor foram julho (17%), setembro (23,2%) e agosto (31,9%). Independente da estação, o SF (R2 = 0,75) se sobressaiu em relação a ZCAS (R2 = 0,43). O SF condiciona 80% das variações entre ROI e índice SPI anual, enquanto a ZCAS em apenas 40%.Palavras-chaves: sistemas produtores de chuva, incêndios florestais, índice de seca. Relationship Between Standardized Precipitation Index (SPI) and the FireOccurrence Reports (FOR) in Itatiaia National Park ABSTRACTWe evaluated fire foci data via environmental satellites, from Frontal Systems (FS) and South Atlantic Convergence Zone (SACZ) together with Standardized Precipitation Index (SPI) and Fire Occurrence Reports (FOR) in Itatiaia National Park (INP). SPI were computed with rainfall data from three stations in INP. SF and SACZ data were obtained via Climanálise. We applied independent multiple regression to FOR, SPI, SF and SACZ. Largest FOR occurred category in C class (81%), highest percentages during winter (57.2%) and spring (35.1%). The critical months to fire foci were July (17%), September (23.2%) and August (31.9%). Regardless of the season, FS (R 2 = 0.75) were highlighted to SACZ (R 2 = 0.43). SF conditioned 80% of variations between FOR and annual SPI index, while only 40% were due to SACZ.
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