Mudanças de Uso e Cobertura da Terra e Áreas Suscetíveis à Inundação – Estudo de Caso do Município de Duque de Caxias/RJ

Abstract

O número de eventos de desastres naturais tem aumentado ao longo do tempo no território brasileiro e no mundo inteiro. No contexto brasileiro, há expressiva ocorrência de eventos de natureza hidrológica a exemplo das inundações, deslizamentos e secas. O presente artigo relaciona as mudanças de uso e cobertura do solo no município de Duque de Caxias, rotineiramente afetado por eventos de inundação, entre 2007 e 2016 (período dentro da vigência do segundo plano diretor municipal), com o resultado do mapeamento das áreas suscetíveis à inundação, realizado pelo CPRM (2013). As mudanças foram inferidas através do modelo Land Change Modeler (LCM), e os insumos de entrada correspondem à mapas de uso e cobertura do solo classificados supervisionadamente com o uso do algoritmo CART, na plataforma Google Earth Engine, através de imagens Landsat 5, sensor TM, bandas 4 (infravermelho próximo), 3 (vermelho) e 2 (verde), e Landsat 8, sensor OLI, Bandas 5 (infravermelho próximo), 4 (vermelho) e 3 (verde), ambas com resolução de 30m x 30m. Analisou-se as classes “urbano”, “vegetação densa”, “vegetação rasteira” e “solo exposto”. Busca-se com este trabalho identificar quais classes obtiveram maiores mudanças no período de análise, se estas tendem a ocorrer em áreas classificadas como alta suscetibilidade à inundação e a probabilidade de uma classe se tornar outra em 2026 (através da matriz de transição de Markov). No intervalo de nove anos, houve mais de 40 km² de perda de vegetação densa, mais de 60 km² de perda de vegetação rasteira e quase 60 km² de expansão da área urbana. Esta última se ampliando para locais com alta suscetibilidade à inundação.

Análise das condições de inundação na Bacia do Rio Roncador, Duque de Caxias – RJ

“…Este último recebe as águas do rio Roncador, considerado um dos seus principais tributários (IBG, 2002), que começa seu percurso nas proximidades da Avenida Automóvel Clube e passa a jusante pela Rodovia Rio-Magé . O município de Duque de Caxias está inserido na Baixada Fluminense, compreendida como uma expressão que está relacionada à configuração fisiográfica da região que é propícia à ocorrência de inundações, sendo uma área plana, que em relação ao nível do mar ou ao seu entorno é rebaixada, tendo suas maiores altitudes na parte limítrofe norte, e com a presença de rios e canais meandros, além de planícies de inundação de grande extensão (BRITTO; QUINTSLR; PEREIRA, 2019;NEVES et al, 2019). A história da região é de fato marcada pelos seus rios e eventos de inundação (BRITTO; QUINTSLR; PEREIRA, 2019).…”

“…Entretanto, toda a área em azul na Figura 3 é uma área plana, de mais fácil ocupação e onde está concentrada a maior parte da população, mas também, por ser ao nível do mar, torna-se essa área de maior suscetibilidade inundação. De acordo com Neves et al (2019), em Duque de Caxias existe uma alta tendência de direcionamento da mancha urbana para o terceiro distrito, com supressão das classes de vegetação rasteira e vegetação densa, que converge também com locais considerados de alta suscetibilidade à inundação.…”

“…É importante ressaltar que o terceiro distrito de Duque de Caxias, onde fica localizada a Bacia do Rio Roncador, não possui ainda uma urbanização consolidada tal como no primeiro e segundo distritos. Portanto, é um distrito que tem espaço com possibilidade de planejamento, com o objetivo de que a ocupação não seja feita em locais considerados de risco, não eleve a quantidade de pessoas vulneráveis à inundação e que também não colabore para que o evento ocorra com maior frequência (NEVES et al, 2019).…”

Análise Da Evolução Do Uso E Ocupação Das Terras No Arrondissement De Arcahaie-Haiti (1987, 1997 E 2018)

“…Atualmente existe diversas contribuições e técnicas referentes a uma variedade de modelos e técnicas de aplicação das Geotecnologias no mapeamento da evolução e transformações da paisagem (Souza et al, 2020). Autores como Fisch et al, (2019); Souza et al, (2019); Alexandre et al;, Neves et al;; Bonilha e Sato (2020); Cristo e Noleto (2020); Silva et al, (2020); Furtado et al;; Paixão et al, (2020); Pessi et al, (2018); Leite et al, (2018);Pôssa et al, (2018); Santos e Lima (2018); Silva e Lima (2018); Silva (2018); Vieira et al, (2018); Erthal et al, (2018) e Trevisan et al, (2018 utilizaram em seus trabalhos análises multitemporais para avaliar e analisar as transformações e dinâmicas acerca do uso e cobertura da terra, uso e ocupação, uso do solo, fragmentação da paisagem, utilizando imagens de satélite do sensor Landsat 5, Landsat 7, Landsat 8, plataforma Google Earth, imagens Modis, imagens SAR-PALSAR, Sentinel, dentre outros.…”