Resumo O texto trata da avaliação da produtividade científica. Analisa o processo de metrificação da avaliação da produção científica, bem como o processo histórico de construção da avaliação científica e seus usos atuais. Argumenta que esse processo encerra um paradoxo: quanto mais impessoais se tornam as métricas, menor seu reconhecimento pelos cientistas. O estudo foi dividido em cinco partes: contextualização da problemática da avaliação científica; descrição das principais etapas do processo de institucionalização da metrificação; apresentação do processo de concepção dos principais indicadores de avaliação; exemplos da aplicação desses indicadores; apresentação das consequências analíticas e algumas recomendações para formulação de uma nova agenda de avaliação.
Este artigo tem como objetivo examinar a operacionalização do Sistema de Monitoramento e Alerta de Eventos Extremos de Blumenau (AlertaBLU), nos eventos ocorridos em outubro de 2015, assim como analisar as interfaces entre o sistema e as demais tecnologias utilizadas antes, durante e depois dos desastres. Argumenta que, embora o sistema represente um significativo avanço na gestão municipal dos riscos de desastres, aspectos endógenos e exógenos ao AlertaBLU comprometem a efetividade do sistema. Para desenvolver esse argumento foram utilizados três principais procedimentos: 1) pesquisa bibliográfica sobre desastres; 2) consulta sobre o AlertaBLU aos órgãos públicos municipais; 3) levantamento e análise de 84 notícias do principal jornal de Blumenau, 59 notícias no site da Defesa Civil e 34 notícias na maior página sobre desastres em Blumenau no Facebook. O texto está estruturado em torno de quatro principais seções: 1) introdução; 2) desastres e o sistema AlertaBLU em Blumenau/SC; 3) interfaces do AlertaBLU em outubro de 2015; 4) considerações finais. PALAVRAS-CHAVE:Desastres. TIC. AlertaBLU. Blumenau.
RESUMO:O artigo examina a questão dos padrões de regulação da atividade científica, por meio da análise do conceito de comunidade científica. Sustenta que a dimensão regulatória exercida pela comunidade científica sobre a atividade científica pode ser descrita a partir de três formas de interpretação do processo de socialização: a auto-regulação normativa, cognitiva e transacional. Para desenvolver este argumento, depois de uma breve introdução onde será contextualizada a especificidade do debate sobre a comunidade científica, inicialmente apresentaremos a interpretação formulada por Merton sobre o ethos científico. Em seguida, trataremos da interpretação feita por Kuhn sobre os paradigmas e, por último, consideraremos a interpretação proposta por Hagstrom sobre o modelo de troca. Para finalizar, apresentaremos algumas conclusões sobre o alcance e significado da noção de comunidade para descrição da atividade científica, por meio da comparação das contribuições dos três autores. Palavras
RESUMO O texto aborda a questão da projeção de cenários pós-Covid-19. Tem o objetivo de apresentar uma proposta metodológica de avaliação dos cenários pós-Covid-19. Por meio da aplicação do Princípio de Continuidade, que estabelece que existe uma extensão do período pré-Impacto (Tempo-1) para o período pós-impacto (Tempo-2), argumenta que as condições Pós-Covid-19 encontram-se incubadas socialmente no período pré-Covid-19. Mais precisamente, a passagem da Covid-19 em geral e as ações de Distanciamento Social em particular aceleram processo de mudança social preexistentes. Isto significa que: quanto mais os cenários levarem em conta este fenômeno, maior tende a ser sua adequação empírica. Com base nesses pressupostos pretende, por um lado, avaliar os cenários existes e, por outro, propor um novo cenário.
Resumo O artigo aborda o tema dos eventos científicos. Argumenta que os eventos científicos constituem uma estratégia de comunicação que afeta a comunidade científica de forma social, espacial e cognitiva. O texto operacionaliza conceitos e teorias sociológicas como forma de analisar os eventos científicos. Para isso, baseia-se em pesquisa bibliográfica e histórica. Está dividido em cinco partes principais: i. uma introdução com a problematização sociológica dos eventos científicos; ii. uma análise do processo de formação e desenvolvimento dos eventos científicos; iii. uma revisão crítica da abordagem sociológica do Programa Normativo de análise da atividade científica; iv. uma revisão do Programa Discursivo dos eventos científicos; v. uma conclusão, que oferece subsídios para desenvolvimento da abordagem sociológica dos eventos científicos. O artigo conclui que os eventos científicos podem ser vistos como espaços que refletem a estratificação da comunidade científica, mas também como arenas de persuasão que são mobilizadas no processo de construção do conhecimento.
Em diversas áreas do conhecimento, existem obras clássicas que são amplamente reconhecidas e discutidas, e cuja importância e influência persistem após muitos anos de sua publicação original. O livro Conhecimento e imaginário social, de David Bloor, lançado originalmente em 1976, é certamente uma destas obras. Desde seu lançamento, este livro -curiosamente, muitas vezes mais comentado do que propriamente lido -é considerado como uma das principais portas de entrada para a então nascente sociologia do conhecimento científico, que, sob a influência de pensadores como Mannhein, Kuhn e Wittgenstein, possibilitou a análise da produção científica através de uma perspectiva distinta da tradição mertoniana. De fato, a partir do marco simbólico representado pela obra A estrutura das revoluções científicas, de Thomas Kuhn (1962), o foco de análise sociológica sobre a atividade cientí-fica foi sendo gradativamente alterado: ao invés da investigação sobre os mecanismos de interação e as normas internas dos cientistas, a sociologia passou a investigar também o próprio 'conteúdo' da ciência. Em outras palavras, a atividade científica passou a ser analisada como o resultado de determinadas práticas sociais específicas, mas não privilegiadas ou intrinsecamente distintas das demais atividades humanas e, portanto, um objeto passível de análise sociológica (Knorr-Cetina & Mulkay, 1983). Neste sentido, Conhecimento e imaginário social contribuiu fundamentalmente para o processo de consolidação desta abordagem ao conhecimento científico.De fato, na ocasião do lançamento da segunda edição em inglês do livro, em 1991, a possibilidade de análise social a respeito da ciência já havia se institucionalizado, resultando na emergência de um prolífico campo multidisciplinar, conhecido internacionalmente como Science and technology studies. 1 Neste contexto, os leitores de Conhecimento e imaginário social eram soció-logos, filósofos, historiadores, antropólogos e até mesmo cientistas de áreas exatas e aplicadas, que compunham este campo de estudos e reconheciam a obra de Bloor como uma das principais inspirações para sua área de atuação. Sobretudo, convém salientar que os quatro princípios estabelecidos para o 'programa forte da sociologia do conhecimento' (causalidade, imparcialidade, simetria e reflexividade), compartilhados pelos colaboradores de Bloor na 'Escola de Edimburgo', e delineados no primeiro capítulo do livro, influenciaram, direta ou indiretamente, diversos autores seminais deste campo, tais como Harry M. Collins e até mesmo Bruno Latour. Assim, dado o contexto de seu surgimento e sua influência posterior, torna-se impossível negar o alcance e importância desta obra.Por conta de seu conteúdo e ineditismo, a edição lançada recentemente pela Editora Unesp, com tradução de Marcelo do Amaral PennaForte, serve tanto ao leitor brasileiro das áreas de filosofia e epistemologia, quanto ao leitor familiarizado com os Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia. Trata-se de uma obra instigante (mas também um tanto árdua para leitores meno...
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