A aventura crítica da semiótica percorre as principais teses sobre a semiótica e a comunicação conforme trabalhadas na primeira etapa da pesquisa Semiótica Crítica, denominada Por uma teoria das materialidades na comunicação. Nela, o Grupo de Pesquisa Semiótica e Culturas da Comunicação procurou discutir as potencialidades e limites de uma perspectiva comunicacional não somente fundamentada nos trabalhos fundadores da semiótica (Saussure, Peirce) e desenvolvida em seus modelos estruturalistas (como em Jakobson, Barthes, Hjelmslev e Lotman), mas também revisitada pelos textos que operaram uma desconstrução do estruturalismo pelo interior dos postulados deste próprio estruturalismo (Derrida, Kristeva, Deleuze, Guattari). O artigo apresenta esta proposta pelos modos como a pesquisa trabalhou com dez desconstruções ligadas a conceitos e problemas teóricos centrais ao debate das materialidades da comunicação: semiótica, comunicação, materialidades, presença, fenômeno, representâmen, meios, signo e significante, estrutura e sistema, sugerindo uma passagem das materialidades à imanência de uma comunicação micropolítica e pós-humana.
This article begins by reading “The Body of Michael Brown”, by Kenneth Goldsmith. An exemplary text of Uncreative Writing, the poem opens a field of thought on the theory and practice of copy and appropriation writings. Through the construction of the text and its reception, with criticisms of a political nature, we were able to identify the place and responsibilities of the enunciation as proble-ms dear to the poetics of the unoriginal. In order to study how this problem is constituted, we take as object the statements of the texts involved in the event of this poem. We resume, from it, the conceptual basis of Uncreative Writing. Oppose to this, we read theories that dispute “the problem of speaking for others”, such as Spivak and Alcoff. Among the contradictions of these perspectives, it ends up showing an instability of appropriation, as well as the need to study it in a broader, post-autonomous context, which takes into account its contexts and effects.
Este ensaio busca refletir a provocação de Vilém Flusser sobre o futuro da escrita, à luz de movimentos literários contemporâneos de reescrita, através de pesquisa bibliográfica exploratória. Apresentamos os movimentos contemporâneos envolvidos pelo reescrever, sobretudo sob a rubrica da escrita conceitual. Entendemos que essa escrita distende o imperativo informacional do escrever, como o definia Flusser, na direção de novas possibilidades para a linguagem verbal. Estas se realizam por dois gestos, como o demonstramos: a linguagem é entendida e descrita por esses escritores como aparelho; e então esse aparelho é submetido ao jogo por meio da escrita de apropriação.
Este artigo discute o perfil jornalístico em sua relação com a escrita biográfica, propondo uma leitura cruzada dos gêneros para ampliar a compreensão do perfil. Apresentamos uma revisão da literatura a respeito do perfil, articulando-a com questões levantadas pela história e pelos aspectos formais da biografia. Nesse intercâmbio, percebemos a importância do uso do detalhe descritivo em ambos os gêneros, afirmado tanto pelo jornalismo quanto pela literatura como método para o texto acercar-se da realidade cotidiana. Desse modo, propomos aqui a enunciação do detalhe como ferramenta de enfrentamento ao problema que atravessa tanto perfis quanto biografias: “Como irei escrever uma vida?”.
O artigo traça um percurso de definição do conceito de micropolítica em uma visada singular da Semiótica Crítica. Busca suplementos nas teorizações de Deleuze e Guattari para pensá-la enquanto força subjacente a alianças que produzem zonas de devir. Em relação às proposições de Rolnik e Guattari, projeta a compreensão da micropolítica enquanto processo de cooperação dissonante entre sujeitos posicionados em subjetividades distintas, processo que faz esses modelos existenciais desterritorializarem-se. Já considerando as características fenomênicas desse processo, recorre ao pensamento de James e de Lapoujade para compreender que a micropolítica é produzida e intensificada a partir do que esses filósofos chamaram de experiência pura.
O artigo apresenta premissas para o projeto As configurações da comunicação, idealizado por Alexandre Rocha da Silva e desenvolvido coletivamente por integrantes do GPESC. A comunicação é pensada desde a Semiótica Crítica como indissociável das três ordens faneroscópicas que a configuram ad hoc (primeiridade, secundidade e terceiridade), mas também das três ordens metafísicas que configuram o processo do conhecimento e da vida. Na primeira seção, vemos como o acaso distribui qualidades em operações estéticas que configuram iconicamente o sensível; na segunda, pensamos a existência e o encontro à luz de uma ética comunicacional; na terceira, a mediação como fundamento para a fixação da crença e a mudança de hábitos. Uma última seção formula os termos de um conceito de comunicação sinequista como uma continuidade entre os três distintos horizontes comunicacionais. Procura-se, com isso, problematizar politicamente a comunicação ao concebê-la pela atualização ética de potenciais estéticos.
Esse artigo propõe uma teoria sobre a escrita biográfica tendo por base o trabalho de Roland Barthes. Partindo de uma revisão da obra do semiólogo francês, identificamos um percurso crítico que articula os conceitos de fait divers, efeito de real, punctum e biografema na tentativa de resolver o problema da escrita realista e da apreensão do sujeito pelo Texto. Através do artifício da escritura, torna-se possível realizar uma dobra no problema "De que forma é possível escrever uma vida?". Com Barthes, a questão torna-se "Que vida é possível ver por meio do Texto? ". This paper proposes a theory of the biographical writing based on the work of Roland Barthes. From a review of the French semiotician' s work, we identified a critical pathway that links the concepts of fait divers, effect of reality, punctum and biographeme in an attempt to solve the problem of realistic writing and apprehension of the subject by the Text. Through the writing' s artifice, it becomes possible to perform a bend on the problem "How is it possible to write a life?". With Barthes, the question becomes "What life the writing of the Text allows us to see?". RESUMO ABSTRACT
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