RESUMO: O objetivo deste trabalho é discutir e buscar relações entre as ideias que circundam a Alfabetização Científica, o Ensino por Investigação e a Argumentação em situações de Ensino de Ciências da natureza. Para tanto, optamos por trazer à tona discussões acerca da escola como um espaço em que culturas são apresentadas, produzidas e negociadas. Ao longo do texto, identificamos elementos que configuram a cultura escolar e a cultura científica. Nossa proposta discute movimentos para a concretização de uma cultura híbrida nas aulas de ciências da natureza: a cultura científica escolar. Finalizamos o texto destacando de que modo a Alfabetização Científica, o Ensino por Investigação e a Argumentação permitem a concretização do estabelecimento da cultura científica escolar. Palavras-chave: Alfabetização científica. Ensino por investigação. Argumentação.ALFABETIZACIÓN CIENTÍFICA, ENSEÑANZA POR INVESTIGACIÓN Y ARGUMENTACIÓN: RELACIONES ENTRE LAS CIENCIAS DE LA NATURALEZA Y LA ESCUELA RESUMEN: El objetivo de este trabajo es discutir y buscar relaciones entre las ideas que rodean la alfabetización científica, la enseñanza por investigación y la argumentación en situaciones de enseñanza de las ciencias de la naturaleza. Para tanto, se optó por abrir las discusiones acerca de la escuela como un lugar donde se presentan, producen y negocian culturas. A lo largo del texto, se identifican elementos que dan forma a la cultura escolar y a la cultura científica. Nuestra propuesta discute movimientos para la realización de una cultura híbrida en las clases de ciencias de la naturaleza: la cultura científica de la escuela. Finalizamos el texto destacando cómo la Alfabetización Científica, Educación para la Investigación y la Argumentación permiten el establecimiento concreto de la cultura científica de la escuela. Palabras clave: Alfabetización científica. Enseñanza por investigación. Argumentación.
Neste artigo, apresentamos e discutimos o ensino de ciências em que os estudantes possam desenvolver sua autonomia intelectual, sendo agentes ativos do processo de aprendizagem, reconhecendo conhecimentos e características da atividade científica. Para tanto, construímos um panorama da atividade científica a partir da discussão de trabalhos de sociologia das ciências. Como decorrência, analisamos estudos da área de pesquisa em ensino de ciências que tratam do papel das práticas científicas e epistêmicas para a promoção da alfabetização científica. Estes estudos fundamentam a análise do documento curricular de Ciências da Natureza presente na recém-publicada Base Nacional Comum Curricular. Ao final, apresentamos impressões sobre elementos que precisam ser considerados para a efetiva concretização dos pressupostos deste documento em sala de aula.
Neste artigo, exploramos ideias que se encontram ao pensar sobre o ensino de ciências. Nossas considerações iniciam por descrever e analisar alguns aspectos das ciências e das escolas, assim defendemos a importância de que o ensino de ciências ocorra por meio do desenvolvimento de práticas epistêmicas para a abordagem de conceitos, leis, modelos e teorias científicas. Para tanto, destacamos a importância do professor como promotor de interações discursivas que podem produzir engajamento entre os estudantes. Como forma de sustentar nosso ponto de vista, analisamos situações de ensino ocorridas em aulas de ciências para alunos do Ensino Fundamental 1. Nossos resultados revelam professor e alunos participando de modo intenso em discussões, propondo ideias, comunicando entendimento, avaliando proposições e legitimando conhecimentos; nesse processo, evidências do engajamento dos estudantes são encontradas. Isso nos permite afirmar que um espaço rico em interações discursivas sobre temas das ciências pode também desenvolver oportunidades para o surgimento de práticas epistêmicas entre alunos e professor.
O que subjaz à construção dos argumentos em sala de aula é o tema central deste trabalho. As orienta ções para a observação deste processo são os trabalhos sobre o papel da fala e dos diferentes discursos em sala de aula, bem como os elementos que estão em jogo quando se pretende alcançar a Alfabetização Científica. Analisamos discussões ocorridas em sala de aula e, a partir dos resultados obtidos, foi possível tecer relações entre estes dois temas de estudo da Didática das Ciências e encontrar indícios da existência de um ciclo por meio do qual as argumentações ganham coerência e completude.
ResumoTendo em vista o interesse crescente de pesquisas sobre argumentação, buscamos com esse trabalho traçar um panorama das ações tomadas por um professor que possibilitaram instaurar e mediar a produção de argumentos pelos estudantes em sala de aula. Para isso, utilizamos como corpus de pesquisa uma aula de Física que discutia o tema dualidade onda-partícula da luz, por meio de uma sequência de ensino planejada considerando as diretrizes do Ensino por Investigação. Elaboramos um conjunto de categorias denominadas Propósitos Epistêmicos para a Promoção da Argumentação que, como o próprio nome sugere, explicitam os propósitos do professor bem como algumas de suas respectivas ações para a promoção da argumentação dos estudantes durante atividades investigativas desempenhadas em sala de aula. Como resultado da proposição teórica e análise empírica de nossos dados, foi revelado que a produção de argumentos pelos estudantes tem uma grande dependência da forma como a problematização de um objeto a ser compreendido é feita pelo professor. A construção de entendimentos pelos alunos requer que o professor desempenhe ações que resultem em contribuições de diferentes naturezas para construção e ampliação de argumentos pelos estudantes. Palavras-Chave:Argumentação; Ensino por Investigação; Práticas Epistêmicas. AbstractConsidering the growth in interest on argumentation in research on science education, in this paper our goal is to propose an overview of actions taken by a teacher that made possible to establish and mediate production of arguments by the students in classroom. For this purpose, we analyze a physics lesson where discussions were about light duality, through a planned inquiry-based sequence teaching. We developed a set of codes called Epistemic Purposes for Promotion of Argumentation that allow understanding teacher's purposes as well his actions to promote argumentation among students during inquiry-based lessons. According to theoretical proposition and empirical analysis, it was revealed that the construction of arguments by students has a high dependence on how ideas are problematized by teacher. The construction of understanding by students requires teacher actions that result in contributions of different kinds.
Neste trabalho apresentamos algumas ideias relacionadas ao uso do padrão de argumento de Toulmin (TAP) em pesquisas sobre ensino de ciências. Apoiamo-nos em trabalhos da área que mencionam a possível inadequação desse referencial quando utilizado para analisar as interações ocorridas em sala de aula. Entendemos que a sua utilização em nossas pesquisas pode ser mais bem aproveitada quando inserimos elementos diretamente associados ao ensino de ciências. Neste artigo, propomos uma análise com foco tanto nas respostas dos alunos quanto nas ações do professor para fomentar as discussões ocorridas em sala de aula. Além do TAP, em nossa pesquisa usamos categorias propostas para estudo das interações discursivas ocorridas em aulas de ciências: para a análise das falas dos alunos, utilizamos os indicadores de alfabetização científica, e para o exame das ações do professor, propomos novas categorias que se relacionam diretamente com a promoção da investigação e da argumentação em sala de aula. Com base nos resultados obtidos, concluímos que o estabelecimento de correlação entre fatos e ideias (não considerado pelo TAP) é uma etapa essencial para a construção do argumento em aulas de ciências.
RESUMO: A partir de um breve panorama de pesquisas que usam a argumentação como ferramenta de análise para as discussões estabelecidas em sala de aula de Ciências, mencionamos os pressupostos teóricos que fundamentam tais estudos e a importância dos mesmos para a compreensão do processo de construção do conhecimento. Limites e possibilidades dos referenciais utilizados nestas pesquisas despertam deste breve panorama e, a partir do exposto, apresentamos nossas críticas e fundamentamos nossa proposta alternativa para o estudo da argumentação, em que seja considerado, além da estrutura e da qualidade do produto final, o processo de argumentação e de interações múltiplas e contínuas que promovem a construção do argumento. Palavras-chave: Argumentação, Ensino de Ciências, Metodologia de Pesquisa. AN ANALySIS OF THEORETICAL FRAMEwORkS ABOUT ARGUMENT STRUCTURE FOR ARGUMENTATION STUDIES IN SCIENCE EDUCATION ABSTRACT:From a brief overview of research studies using argumentation as an analysis tool of science discussions in classrooms, we examine the theoretical assumptions that underlie such studies and their importance for understanding the process of building up scientific knowledge. Limits and possibilities of the frameworks used in these studies emerged from this brief overview. Then, we present our criticisms and build our alternative proposal for the study of argumentation where, in addition to the structure and quality of the final product, the argumentation process and the multiple and continued interactions that promote argument construction are also considered.
Para quê ensinar ciências? A pergunta que inicia este texto é, aparentemente, simples: Para quê ensinar ciências? Muitos já fizeram este questionamento, muitas respostas já foram oferecidas, e, embora isso, a simplicidade em sua estrutura não corresponde à construção de uma resposta simples, consensual e definitiva. Antes de me aventurar a responder à pergunta inicial, trago o exemplo a seguir como forma de construir minha argumentação. Para tanto, recorro a algo a qual nos habituamos nos dias atuais: o acesso direto e rápido à informação relacionada a uma dúvida. Ao inserir no Google, buscador online muito utilizado em nosso dia a dia, a pergunta que abre este texto, obtém-se mais de 14 milhões de respostas. Surgem referências diretas a sites em que a própria pergunta é respondida, assim como também menção a derivações da questão original: por que ensinar ciências? e o que ensinar em ciências?, ou a ideias afins: o que é a disciplina de ciências?, para quê serve a ciência? e, qual a importância do ensino de ciências? Em cada um destes links encontramos textos com linguagem coloquial provenientes de blogs, textos de divulgação em revistas de larga circulação, artigos científicos publicados em periódicos especializados, vídeos caseiros e opinativos e mesmo vídeo-aulas. Uma amplitude de respostas e de modos de responder à pergunta. Embora seja fascinante estarmos frente a tão grande variedade de ideias, interessame pensar na qualidade da resposta obtida pela pesquisa. Entendo que seu dimensionamento esteja relacionado à análise das diferentes respostas na relação direta com a pergunta e com as premissas (explícitas ou implícitas) que fundamentam a própria busca. Para o caso desta busca (assim como para muitos outros), diante de mais de 14 milhões de devolutivas a uma pergunta, pode ser demasiada longa e exaustiva a avaliação atenta de todas, o que implica na necessidade de encontrar mecanismos para esta análise. Neste processo, algumas considerações são feitas (mesmo que de modo inconsciente), estando elas associadas a elementos que condicionam o tipo de resposta que se pretende obter, podendo representar desde a disponibilidade de tempo que o sujeito apresenta para alcançar uma resposta, passando pelos diferentes níveis de complexidade que se tem ou que se pretende
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