O artigo analisa o processo de desinstitucionalização resultante do movimento de Reforma Psiquiátrica, discutindo, em especial, o lugar destinado pelas famílias das pessoas com transtornos mentais (PCTM), a partir das alterações nas funções do Estado neste processo. Baseia-se em revisão bibliográfica. No que concerne à trajetória histórica da família brasileira e, mais especificamente, da família no contexto da saúde mental, que deslocam os papéis e lugares dos diferentes grupos familiares na direção do processo de inserção comunitária das PCTM, constatou-se que não basta fechar os manicômios ou reduzir o número de leitos psiquiátricos, se antes não forem modificados os significados desses aparatos nos cernes familiar, comunitário e social. Para que a Reforma Psiquiátrica se efetive, a família tem que ser vista como agente fundamental de transformações da percepção de loucura, bem como ser incluída de forma responsável no processo de cuidado, recebendo suporte e partilhando atribuições juntamente com o Estado e a comunidade.
Contexto: A presença de sobrecarga em familiares cuidadores resultante do auxílio/cuidado prestado pode comprometer a saúde deles, implicar deterioração de relacionamentos e manutenção ou agravamento do quadro do enfermo. Objetivos: Avaliar graus de sobrecarga, objetiva e subjetiva, de familiares de indivíduos com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) em amostras na rede pública e privada. Métodos: Estudo descritivo-analítico constituído de: caracterização do sujeito com TOC (N = 30) e de seu familiar cuidador (N = 30), em amostras da rede pública (N = 30) e privada (N = 30), por meio de questionários sociodemográficos; confirmação diagnóstica (TOC) com uso do Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI); aplicação da Escala de Avaliação da Sobrecarga de Familiares (FBIS-BR). Resultados: Foram detectadas significância estatística entre as amostras na dimensão objetiva, com maiores graus de sobrecarga na amostra da rede pública, e significância na dimensão subjetiva apenas na questão relativa à "realização de tarefas de casa", com maiores graus na amostra da clínica privada. Conclusão: O estudo constatou graus de sobrecarga diferentes em familiares de sujeitos com TOC em tratamento, em amostras na rede pública e privada de assistência em psiquiatria.Soares Neto EB, et al. / Rev Psiq Clín. 2011;38(2):47-52 Palavras-chave: Sobrecarga familiar, transtorno obsessivo-compulsivo, familiar cuidador. AbstractBackground: The burden present in family members caretakers that results of the care given, could jeopardize their health, provoke the decay of relationships, as well as maintain or worsen the patient's condition. Objectives: Evaluate the levels of objective and subjective burden in family members of individuals with obsessive-compulsive disorder (OCD) in samples from the public and private network. Methods: This is a descriptive-analytical study that characterizes the individual with OCD (N = 30) and their family caretakers (N = 30), in samples of public net (N = 30) and private net (N = 30), with use of standardized socio--demographic data questionnaire; diagnosis confirmation (OCD) by using Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI); the Family Burden Interview Schedule (FBIS-BR) was applied. Results: A statistical significance has been detected among the samples through an objective point of view, with higher levels of burden in the sample of public net; the significance through a subjective point of view was only perceived regarding "doing housework", with higher levels in the private practice. Discussion: The study has verified different levels of burden in family members of individuals with OCD under treatment in samples from the public and private network of psychiatric assistance.
São analisadas as manifestações de classe social no cotidiano de dois centros de atenção psicossocial, um localizado no Nordeste e outro no Sudeste do Brasil, baseado na teoria do cotidiano de Agnes Heller. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, com triangulação de técnicas, e o emprego privilegiado de grupos focais, tendo por sujeitos os usuários, os familiares e os profissionais. O CAPS é contornado por diferentes classes sociais, mas constitui um serviço focado nos segmentos pobres.
Resumo: O objetivo do artigo é promover, através de pesquisa teórica bibliográfica, uma reflexão sobre os usos de substâncias psicoativas por mulheres. Reconhecer a necessidade de uma abordagem interdisciplinar, mas investir nos aspectos socioculturais relativos a tais práticas é o foco. O gênero, enquanto um determinante sociocultural, é priorizado. Homens e mulheres - enquanto diferentes atores sociais/culturais - conservam envolvimentos distintos com o consumo de substâncias psicoativas. Assim, considera que as mulheres constituem um segmento diferenciado de usuárias, com características e necessidades particulares, que devem ser consideradas pelas políticas públicas. As próprias mulheres, porém, não constituem um grupo homogêneo. Portanto, uma abordagem aos seus consumos de substâncias psicoativas deve ser feita integralmente, levando em conta os seus contextos e particularidades, e pautada em uma perspectiva de Redução de Danos.
Este artigo traz uma breve discussão da questão social indígena contemporânea, com ênfase no perfil saúde-doença, e seu enfrentamento pelo Estado. Mostra que tais reflexões têm sua origem em uma pesquisa de campo finalizada em fevereiro de 2014, envolvendo os índios da etnia Guajajara em Barra da Corda, Maranhão, e os profissionais de saúde indígena do Departamento de Saúde Indígena (DSEI-MA), daquele Estado. O seu produto, ainda em andamento, aponta para uma realidade complexa evidenciada, a partir das narrativas apresentadas pelos sujeitos da pesquisa, onde se presencia uma situação de degradação e pauperização da saúde indígena em decorrência do avanço do capitalismo e da incapacidade das políticas públicas, principalmente a política de saúdeem proporcionar ao indígena, tanto no plano jurídico como no plano executivo, a condição de cidadão de direito, tendo isto refletido negativamente na qualidade de vida desses povos e nas práticas profissionais desenvolvidas junto a esse seguimento de política. Palavras-chave: Questão indígena, saúde indígena, política pública.INDIGENOUS HEALTH IN TIMES OF BARBARISM: public policy, scenarios and perspectivesAbstract: This article brings a brief discussion of contemporary indigenous social issues, with an emphasis on health and illness profile,and its confrontation by the state. Shows that such reflections have their origin in a field survey completed in February 2014, involving Guajajara ethnic Indians in Barra do Corda, Maranhão, and indigenous health professionals from the Department of Indigenous Health (DSEI-MA), in that state. Their product, still in progress, is pointing to a complex reality where we noted, the narratives presented by the research subjects, a situation of degradation and impoverishment of indigenous health due to the advancement of capitalism and therefore the inability of public policies mainly health policy, to provide the indigenous, both legally and in the executive Plan as a citizen legal conclusion that reflected negatively on the quality of life of indigenous peoples and professional practices developed withthis follow-up policy.Key words: Indigenous issue, indigenous health, public policy
Tem-se o objetivo de desenvolver uma reflexão sobre as mudanças na política nacional de saúde mental a partir da nota técnica 11/2019 publicada pelo Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, que indica várias mudanças que representam um retrocesso tendo em vista que as medidas previstas atravessam a política de desinstitucionalização e incentivam a hospitalização e o tratamento desumanizado. A análise foi apoiada na ideia da construção da cidadania a partir do Estado de Bem-Estar Social e da Reforma Psiquiátrica, com ênfase nas alterações realizadas na Rede de Atenção Psicossocial que representam o afastamento dos princípios legais, assistenciais e das várias estratégias de atenção psicossocial consolidados pela Reforma Psiquiátrica brasileira.
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