RESUMOObjetivo: Analisar os potenciais evocados auditivos de tronco encefálico em usuários de crack e múltiplas drogas, bem como levantar as possíveis queixas auditivas e de equilíbrio nesta população. Métodos: Foram avaliados 40 usuários de drogas (20 com uso há mais de cinco anos e 20 há menos de cinco anos) e 20 não usuários, do sexo masculino, com idades entre 19 e 46 anos, com limiares auditivos dentro da normalidade. Resultados: Não houve diferenças significativas dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico dos usuários de drogas quando comparados ao grupo controle. Conclusão: Os potenciais evocados auditivos de tronco encefálico dos usuários de drogas não diferiram significantemente do grupo controle. As queixas apresentadas pelos usuários de drogas foram hiperacusia, alucinação auditiva, zumbido e alteração de equilíbrio.Descritores: Audição; Potenciais evocados auditivos do tronco encefálico; Efeitos de drogas; Cocaína/efeitos adversos; Cocaína crack/efeitos adversos; Drogas ilícitas/efeitos adversos INTRODUÇÃO O consumo de substâncias psicoativas tem gerado, em todas as partes do mundo, problemas sociais e de saúde pública de grande importância, devido a sua crescente prevalência (1)(2)(3) . A cocaína é um alcalóide extraído da folha da Erythroxylon coca; pode ser encontrada em duas formas: sal de hidrocloreto e "base livre". A primeira forma pode ser utilizada por via oral, injetada ou inalada; já a "base livre" é a mistura da cocaína com a amônia e o bicarbonato de sódio, que é usada para fumar (crack), sendo considerada a forma mais potente da droga (4) . A cocaína, quando inalada, é absorvida rapidamente pe los vasos pulmonares e atinge a circulação cerebral em aproximadamente seis a oito segundos, produzindo intensa euforia. As maiores concentrações da droga são encontradas no cérebro, no baço, nos rins e no pulmão (4) . Pesquisas têm mostrado que a cocaína promove alterações degenerativas nos neurônios e células gliais, assim como modificações nas funções dos receptores, na produção e na liberação de alguns neurotransmissores. Contudo, os processos neuroquímicos e vasculares envolvidos nesta aparente neurotoxicidade não foram ainda esclarecidos totalmente (3) . O uso de drogas por mulheres grávidas é um assunto bem conhecido e estudado. Sabe-se que o uso de drogas materno tem efeito no desenvolvimento do cérebro fetal, podendo ocorrer de duas formas principais: nas primeiras 20 semanas de gestação, atuando sobre a citogênese e a migração celular; na segunda metade da gestação, atuando sobre o crescimento do cérebro e sua diferenciação. A cocaína tem livre acesso na barreira placentária e pode causar hipóxia fetal em virtude da vasoconstrição placentária. Além disso, estudos animais mostraram alterações na organização e migração de neurônios e células da glia (5) . A cocaína utilizada durante a gestação pode alterar também o sistema auditivo. Crianças expostas à cocaína durante o período pré-natal mostraram latências absolutas e interpicos prolongados referentes aos Potenciais Evocados ...
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