Cidades e áreas urbanas são vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas. Governos locais e subnacionais desempenham um papel importante na implementação de políticas públicas de enfrentamento dessas mudanças. Referenciado no debate internacional, este artigo investiga os principais fatores que apoiam, limitam e facilitam a implementação de medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas em áreas urbanas. Por meio da análise de 38 estudos de caso de diferentes regiões do mundo, busca-se ir além da análise de contextos específicos e realidades restritas, capturando o repertório de estratégias que vem sendo adotado por governos locais e subnacionais de países desenvolvidos e em desenvolvimento. Identificam-se três grupos de fatores que apoiam e limitam essas ações: recursos e capacidades; conhecimento e informação e instituições e governança.
A mudança climática e o aquecimento global passaram, em curto espaço de tempo, para o centro do debate público como o maior desafio do século XXI. Este artigo busca apresentar uma revisão crítica sobre a temática das cidades e a mudança climática baseando-se numa análise da literatura internacional e nacional disponível. Ressalta-se que os impactos da mudança climática são esperados em áreas urbanas afetando vários setores do cotidiano das cidades. A evidência empírica mostra que governos locais são fundamentais para implementar políticas públicas relativas à mudança climática. De forma geral, a resposta dada por esses governos concentra-se em ações de mitigação e adaptação. Buscou-se, neste sentido, compreender os processos de urbanização e industrialização como forma de entender a condição e as origens da vulnerabilidade socioambiental urbana no Brasil, bem como alertar para os enormes déficits socioeconômicos e ambientais das cidades brasileiras que tornam políticas públicas e respostas mais urgentes e complicadas. Assim, não se trata de vinho velho em garrafa nova, mas sim da oportunidade não só de corrigir erros do passado, como também transformar as cidades brasileiras para o futuro de forma mais sustentável e justa. Para isso torna-se necessário um maior envolvimento dos estudos em administração pública e gestão local nessa discussão.
Neste artigo, o caso da eucaliptocultura é usado para explorar as possibilidades analíticas da modernização ecológica para as discussões sobre transição florestal. São abordadas as problemáticas da inclusão de monoculturas florestais no cômputo da transição e da influência indireta que essas monoculturas podem exercer na recuperação da cobertura florestal nativa. São analisados aspectos gerais sobre o tema, bem como um estudo de caso em São Luiz do Paraitinga, SP. Argumenta-se que as monoculturas florestais não deveriam ser incluídas no cômputo da transição, porém tampouco deveriam ser ignoradas nas discussões sobre conservação e recuperação florestal. O estudo de caso mostra o papel desempenhado pela pressão da sociedade, não apenas com suas decisões como consumidores, mas principalmente de uma articulação política para construir instrumentos jurídicos.
Subnational governments play a key role producing responses to climate change risks involving policy strategies and instruments. This article analyzes how Brazilian municipal and state governments have developed and implemented climate change mitigation and adaptation public policies. We surveyed all cities' and states' climate policies within the country. The methodological approach includes five main points of analysis: (1) mitigation targets and intentions; (2) adaptation actions; (3) stakeholders' participation; (4) policy implementation; (5) participation in climate change transnational networks. Our results showed that even though subnational climate policies are isolated initiatives in the country, they are relevant initiatives to respond to climate change risks in different scales and levels. The solidest subnational policies emerged where there were previous institutional arrangements related to climate change including the participation of several stakeholders. Such governments have also joined transnational climate change cooperation networks.
This study addresses risk, vulnerability, and their implications for the adaptation of communities to the problems they face in the everyday life and to those derived from climate change. Based on the literature about risk, vulnerability and adaptation to disasters and on a case study conducted in the Northern coast of São Paulo - Brazil, we summarize the converging themes in the analysis of vulnerability and adaptation to climate change, which are divided in three components: (i) interdisciplinarity for studies about environment and society, requiring multiscale analysis, (ii) the integration of land use management instruments, and (iii) risk governance and communication. Based on the results of a risk perception survey (914 interviewees), we analyze vulnerability according to three interconnected axes (physical risk, social vulnerability and protagonism) by emphasizing the role played by the population in face of physical risk situations, as a way to guide integrated and participatory work efforts to encourage the engagement of the population to cope with and reduce the risks derived from historical and recurrent problems - such as poverty, social and spatial segregation - or with those that are about to come, such as climate changes.
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