Objetivamos problematizar como se constituíam as relações de gênero e sexualidades nas aulas de Educação Física de uma escola municipal do Rio de Janeiro, com destaque para relatos da participação de um menino estudante que não se enquadrava nas normas binárias de gênero. A metodologia utilizada foi de caráter descritivo e qualitativo, através de observações participantes analisadas pela técnica de Análise de Conteúdo. Como base teórica, pautamo-nos nos estudos queer, encontrando manifestações desviantes dos padrões clássicos esperados para meninos e sua(s) masculinidade(s), sustentando estranhamentos, não pertencimento e não aceitação da performance fora da norma, fatos desconsiderados e não problematizados pelo docente responsável.
Este estudo de caso teve como objetivo identificar os processos de inclusão/exclusão, em uma turma masculina de Educação Física escolar do ensino fundamental. Inclusão/exclusão, neste trabalho, são termos entendidos em uma relação dialética, um fenômeno compreendido sob uma característica dinâmica e indissociável, onde não se pode considerá-los através de significados distintos. Constatamos através da observação participante, com anotações em diário de campo, que o mecanismo central de inclusão/exclusão esteve baseado no desempenho físico e motor para a prática esportiva, em conjunto com uma competitividade exacerbada, característica central do modelo hegemônico de masculinidade, que se fez predominante entre os meninos nas aulas. Reconhecemos que a prática pedagógica do(a) professor(a) pode influenciar as interações entre os sujeitos, durante as atividades corporais, permitindo o convívio harmonioso de formas múltiplas de masculinidades entre os alunos, em direção ao movimento pela inclusão nas aulas de Educação Física e na Educação, de uma maneira geral.
Resumo: Este ensaio discute as disputas sociais de sentidos sobre a masculinidade no esporte brasileiro, problematizando questões contemporâneas que tensionaram os significados do masculino nesse contexto. Para subsidiar a discussão, é realizada uma crítica pós-fundacional à noção de masculinidade hegemônica de Raewyn Connell, com base nos estudos de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, e recorrendo às perspectivas pós-estruturalistas por Jacques Derrida e Judith Butler, além de incorporar a crítica decolonial às teorias do Norte Global, propondo o construto teórico masculinidade queer/cuir/kuir para interpretação de significações do masculino no contexto contemporâneo do esporte brasileiro.
Este trabalho se propôs a problematizar sentidos das masculinidades dissidentes às normas regulatórias de gênero na escola. Para isso, analisamos trechos de duas entrevistas estabelecidas com jovens adolescentes autoproclamados gays, estudantes do ensino médio de instituições públicas do Rio de Janeiro. A pesquisa foi fundamentada teoricamente pelas contribuições da filósofa feminista Judith Butler, através das noções de performatividade e precariedade, além dos estudos de gênero em articulação com o campo da Educação. Nos apropriamos da noção de entrevista narrativa de Leonor Arfuch, do conceito de experiência de Joan Scott e das teorizações de Mikhail Bakhtin sobre dialogismo e alteridade para pensar, teórico e metodologicamente, a produção de conhecimento realizada em parceria com os entrevistados. Ao analisar performatizações dissidentes, concluímos para a urgente necessidade de (re)construirmos novos modos de (re-)existência que contribuam com o enfrentamento dos diversos tipos de violência no espaço escolar, objetivando transformar as experiências dissidentes em aprendizados coletivos que nos afetem e que possam afetar os/as outros/as.
RESUMOA proposta do texto é investigar como o processo de constituição das masculinidades como enunciações performativas auxilia na formulação de críticas à masculinidade normativa. Para isso, analisamos duas conversas online realizadas no Facebook em 2015 com um grupo de jovens que não se identificam com a heterossexualidade e que vêm utilizando a referida rede digital como possibilidade de repensar os corpos, gêneros e sexualidades para além de modelos normativos binários. A pesquisa online foi desenvolvida por meio dos princípios da alteridade e do dialogismo de Mikhail Bakhtin, imprescindíveis para reconhecer pesquisador e sujeitos como atores sociais que buscam, coletivamente, novas formas de produzir conhecimento. O referencial teórico adotado para a análise das conversas é amparado, principalmente, pelas contribuições da teórica feminista Judith Butler, que compreende o gênero como performativo. Com base em seus estudos, reconhecemos a infinitude de sentidos possíveis atribuídos ao masculino e a necessidade de desestabilização dos essencialismos identitários. O material empírico produzido com os sujeitos evidenciou a denúncia de normas regulatórias de gênero que insistem em privilegiar determinadas formas de ser e de estar no mundo. Somado a isso, esse material trouxe a oportunidade para que pudéssemos tecer algumas breves reflexões para pensar uma educação subversiva à luz do pensamento queer. Isso implicou no desafio de reconhecermos a necessidade de expor, nos cotidianos escolares, os limites e fragilidades de uma masculinidade normativa que impede a capacidade humana de fabricar corpos, gêneros e sexualidades para além das heteronormas. PALAVRAS-CHAVE:Sexualidade. Gênero. Performatividade. Masculinidade. Educação. ABSTRACTThe proposal of this text is to investigate how the constitution process of the masculinities as performative enunciations assists in formulating critiques to normative masculinity. In order to do this, we analyze two online conversations held on Facebook in 2015 with a group of young people who do not identify with heterosexuality and have been using the aforementioned digital network as a possibility to rethink bodies, genders and sexualities beyond binary normative models. The online research was developed through the principles of otherness and dialogism of Mikhail Bakhtin, essential to recognize researcher and subjects as social actors who seek, collectively, new ways to produce knowledge. The theoretical framework adopted for the analysis of the conversations is supported mainly by the contributions of Judith Butler, who understands gender as performative utterances. Based on her studies, we recognize the infinity of possible meanings attributed to the masculine and the need to destabilize identity essentialisms. The empirical material produced with the subjects showed the denunciation of regulatory norms of gender that insist on privileging certain forms of existence. Added to this, the material brought us the opportunity to briefly reflect upon a subversive
A pandemia de COVID-19 gerou uma alta demanda por máscaras de proteção para profissionais da área de saúde. Nesse contexto, surgiu o Projeto Face Shield for Life 3D, cujo objetivo é apresentar o modelo de produção colaborativa de desenvolvimento e de produção de Face Shields. O artigo se inicia apresentando um breve histórico sobre o novo patógeno e as suas formas de contágio, a Resolução RDC n. 356, de 23 de março de 2020, e algumas orientações da ANVISA para os serviços de saúde (hospitais, postos, profissionais, suporte e assistência) em relação à importância das medidas de prevenção e de controle. Na sequência, são expostos os resultados obtidos no Projeto Face Shield for Life 3D com a criação de um hub com mais de 60 makers, somando mais de 90 impressoras 3D conectadas com o propósito de obter uma resposta rápida na produção dos Face Shields aos profissionais de saúde gratuitamente.
Jovens em estado de alerta no Facebook: diálogos tecidos em/na rede como estratégia de (re-)existência à regulação das vidas precarizadas Young people in a state of alert on Facebook: networked dialogues and dialogues interwoven on the network as a strategy of (re-)existence in the regulation of precarious lives Jóvenes en estado de alerta en Facebook: diálogos tejidos en/en la red como estrategia de (re-)existencia a la regulación de las vidas precarizadas
Resumo: A partir do reconhecimento da urgência da tematização das questões de gênero e sexualidade, na abordagem da inclusão da diferença na Educação Física escolar pela pesquisa acadêmica, focalizamos, neste artigo a noção de masculinidade. Apresentamos e problematizamos a teoria da masculinidade hegemônica, de Raewyn Connell, assim como a perspectiva queer, referências teóricas identificadas em levantamento bibliográfico que também é exposto. Com base na proposta da desconstrução, de Jacques Derrida, e da noção de gênero performativo, conforme desenvolvida por Judith Butler, finalizamos a reflexão com a proposição dos operadores de pesquisa masculinidade normalizadora e masculinidade queer, no desejo teórico-político de favorecer a abertura a uma inclusão mais radical nas pesquisas e aulas da EFE. Palavras-chave: Educação Física escolar. Masculinidades. Perspectiva queer.
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