ResumoEste artigo tem como objetivo apresentar o campo de estudos da racionalidade substantiva nas organizações, impulsionado com a publicação do trabalho de Serva (1997a; 1997b), quando o pesquisador operacionalizou as propostas de Guerreiro Ramos (1981) em um quadro de análise e verificou empiricamente a existência da razão substantiva na prática administrativa. Através da revisão bibliográfica de trinta e oito trabalhos científicos que adotaram o modelo de Serva, buscou-se demonstrar que as pesquisas sobre a racionalidade nas organizações estão em franca expansão, evidenciando o desenvolvimento desse campo de estudos no Brasil. Os trabalhos, classificados em primeira e segunda geração, foram analisados em sua forma integral. Suas principais limitações e contribuições foram sistematicamente aprofundadas. A análise desses resultados possibilitou validar a contribuição do modelo para campo dos estudos organizacionais, reforçando essa linha de pesquisa e apresentando novas possibilidades de pesquisas a partir do pensamento de Guerreiro Ramos.
Resumo Devido à pandemia do novo coronavírus, a gestão pública brasileira tem tomado decisões de interesse público que impactam diretamente a vida de praticamente todos os brasileiros e apresentam diversas questões éticas intrínsecas. Diante deste contexto, este short paper tem como objetivo identificar e debater alguns dos principais dilemas morais que desafiam a gestão pública brasileira no enfrentamento da pandemia. Para tanto, foram selecionadas notícias de websites jornalísticos que apresentassem situações éticas que ocorreram ou ainda estão ocorrendo no Brasil. Seis áreas temáticas com dilemas foram identificadas: distanciamento social; uso de big data no gerenciamento da pandemia; atuação dos profissionais de saúde; auxílio emergencial federal e burocracia; suspensão de aulas e atividades educacionais presenciais; e liberação de presidiários como medida de prevenção. Percebeu-se que, em contextos de crise, cidadãos e gestores públicos são afastados de seu status quo, o que leva a que novas formas de raciocínio moral sejam desenvolvidas. Essas questões demandam uma contínua reflexão e debate sobre os aspectos éticos da pandemia, principalmente em relação às obrigações sociais e morais dos governos e aos limites dessa interferência no direito individual dos cidadãos em um período de crise.
Resumo As ações e os processos administrativos parecem estar em um período pós-racional, no qual a racionalidade se tornou uma palavra mal compreendida, sendo a ação racional comumente associada ao cientificismo e à tecnocracia. Acreditamos que esse estereótipo pode ter um fundo de verdade, mas é, sobretudo, baseado em um mal-entendido fundamental que buscamos esclarecer. Assim, o objetivo deste ensaio teórico é revisitar o conceito de razão, base de toda ciência social, a partir da argumentação de que ela é una e indivisível, sendo denominada aqui razão lúcida. Após um resgate da concepção clássica de razão e sua transavaliação do período moderno, essa contextualização forneceu bases para responder a seguinte pergunta: “como formular uma razão da práxis apta a guiar a própria práxis pelos caminhos de um procedimento racional?”. Sugerimos que a resposta se encontra na razão lúcida, constituída pela unidade entre a prudência (phrónesis), pautada por uma lógica contextual e instrumental, e as intenções, baseadas na razão em seu sentido substantivo. É a partir desse conceito que podemos compreender a tensão experimentada nas organizações, inerente à vida da razão, por meio de uma atitude parentética. Concluímos que, assim como a razão enquanto característica humana é única, a discussão da racionalidade no contexto das organizações também deve ser pautada pela não separação literal entre duas ou mais racionalidades, mas reconhecendo a ação administrativa como racional, em seu sentido singular, com as múltiplas faculdades que a compõem.
O aumento na ocorrência de tragédias em todo o mundo exige que governo e sociedade atuem na gestão integrada de riscos e de desastres, reforçando a importância desse tema em diferentes níveis do poder público nos quais questões éticas muitas vezes se manifestam. Considerando esse contexto, o objetivo deste artigo teórico foi realizar uma reflexão sobre a ética da gestão pública de riscos e de desastres. Foi enfatizada a ética dos desastres como elemento indispensável para a gestão de emergências, evidenciando alguns de seus possíveis dilemas morais e a atuação do gestor público. Apesar dos princípios éticos de solução serem uma das alternativas para análise dos dilemas, normalmente eles são difíceis de operacionalizar em situações reais de crise. Assim, torna-se importante a realização de uma redução sociológica como método de assimilação crítica de forma que o tema possa ser pesquisado considerando as especificidades da cultura e gestão pública brasileira.
Resumo Devido à pandemia do novo coronavírus, a gestão pública brasileira tem tomado decisões de interesse público que impactam diretamente a vida de praticamente todos os brasileiros e apresentam diversas questões éticas intrínsecas. Diante deste contexto, este short paper tem como objetivo identificar e debater alguns dos principais dilemas morais que desafiam a gestão pública brasileira no enfrentamento da pandemia. Para tanto, foram selecionadas notícias de websites jornalísticos que apresentassem situações éticas que ocorreram ou ainda estão ocorrendo no Brasil. Seis áreas temáticas com dilemas foram identificadas: distanciamento social; uso de big data no gerenciamento da pandemia; atuação dos profissionais de saúde; auxílio emergencial federal e burocracia; suspensão de aulas e atividades educacionais presenciais; e liberação de presidiários como medida de prevenção. Percebeu-se que, em contextos de crise, cidadãos e gestores públicos são afastados de seu status quo, o que leva a que novas formas de raciocínio moral sejam desenvolvidas. Essas questões demandam uma contínua reflexão e debate sobre os aspectos éticos da pandemia, principalmente em relação às obrigações sociais e morais dos governos e aos limites dessa interferência no direito individual dos cidadãos em um período de crise.
A fenomenografia é um método de pesquisa que visa à apreensão de diversas concepções acerca de um fenômeno, com base no pressuposto de que os indivíduos, fundamentados em suas vivências, têm maneiras diferentes de experienciar a realidade. Este artigo busca analisar a utilização, os desafios e as perspectivas de uso desse método no contexto do campo de pesquisa em Administração no Brasil. Para tanto, apresenta um resgate teórico da fenomenografia, bem como uma revisão sistemática de teses, dissertações e artigos científicos que adotaram o método, para posterior análise dos seus conteúdos. Os resultados demonstram que os estudos fenomenográficos em Administração emergiram no Brasil por volta de 2008. Apesar de seu principal aspecto restritivo ser a sua aplicabilidade, segundo os estudos analisados, a fenomenografia pode ser considerada uma abordagem adequada na busca pela compreensão de fenômenos sociais em organizações, constituindo-se como possível estratégia complementar a outras modalidades de pesquisa.
Moral dilemmas permeate the public sphere, inasmuch as a solution rarely is explicit in books or in codes of ethics. Therefore, it is fundamental that public managers embrace yourselves with the capacity to deal with these complex situations. Moral competence is an ability that can support the administrator in dealing with moral dilemmas, given that such capacity is susceptible of being influenced by educational processes. The primary goal of this research is to analyze how the ethics education can nurture the development of moral competence. To that intent, this paper analyses the influence of the discipline of ethics in public administration on moral competence (score C) of students, measured by the Moral Competence Test (MCT). From the quantitative perspective of this research, the mentioned discipline did not influence the development of the moral competence of the students. Notwithstanding, qualitative data indicates that students had a positive impact over their theoretical repertoire, as a result of the teaching of moral theories, used as a basis for formulating arguments. In order to effectively raise students' moral competence, it’s highly recommended to conduct the discipline of ethics from an active teaching methodology, suggesting the inclusion of debates about moral dilemmas in the classroom.
O artigo objetiva descrever e discutir a percepção dos servidores públicos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sobre as crenças presentes nas práticas, comportamentos e cultura da instituição. Estas crenças, não formalizadas, são compartilhadas pelos membros e podem influenciar nas relações interpessoais e na própria estrutura e gestão organizacional. Trata-se de um estudo de caso caracterizado como qualitativo e descritivo. Os dados foram coletados por meio de questionário online (214 respostas) e entrevistas (12 participantes) com servidores docentes e técnico-administrativos da UFSC, sendo utilizada a análise de conteúdo para apreciação das informações. Os resultados foram sistematizados em duas categorias, crenças sobre: controle e cobranças; subordinação. Embora não se tratasse de uma categoria, as relações de poder e hierarquia permearam as crenças apresentadas em ambas as categorias e confirmaram a presença de crenças na Universidade que são reflexos da cultura brasileira e da cultura do serviço público, de forma geral.
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