RESUMORealizou-se um estudo para caracterizar a situação epidemiológica da brucelose bovina no Estado de São Paulo. O Estado foi estratificado em sete circuitos produtores de bovinos, e 150 rebanhos com atividade reprodutiva foram aleatoriamente selecionados em cada um deles. No total, foram amostrados 1.073 rebanhos. Foram aletoriamente coletadas amostras de soro de 10 ou 15 fêmeas bovinas com idade 24 meses, totalizando 8.761 animais. Os soros foram submetidos a um protocolo de testes em série, tendo o teste do antígeno acidificado tamponado como método de triagem e o da fixação de complemento como confirmatório. A prevalência estimada de rebanhos com pelo menos um animal soropositivo foi de 9,7% [7,8-11,6%], enquanto a prevalência estimada de animais soropositivos foi de 3,8% [0,7-6,9%], no Estado. Em cada rebanho foi aplicado um questionário epidemiológico para avaliar o grau de associação de possíveis fatores de risco (odds ratio, OR) com a doença. Propriedades com 87 ou mais bovinos (OR= 2,25) e compra de reprodutores (OR= 1,56) foram as variáveis mais associadas à condição de foco de brucelose. Palavras
Foi realizado um levantamento soro-epidemiológico da brucelose por Brucella ovis em reprodutores ovinos deslanados na Paraíba com os objetivos de verificar a prevalência e distribuição da infecção por B. ovis em propriedades rurais e analisar os possíveis fatores de risco associados à infecção. Foram investigadas 283 propriedades criadoras de ovinos, das quais foram colhidas 498 amostras de soro sanguíneo de carneiros, a partir de oito meses de idade, nas mesorregiões do Sertão Paraibano e Borborema. Todos os soros foram examinados pela IDGA (teste de triagem) e RFC (teste confirmatório). De acordo com as análises, 8,59% (I.C.95% = 5,83%-12,48%) das propriedades apresentaram evidência sorológica de infecção por B. ovis, com uma prevalência de 5,57% (I.C.95% = 3,86%-7,97%) de reprodutores sororreagentes. Nas propriedades que higienizavam suas instalações com maior freqüência, a soropositividade foi estatisticamente inferior (p < 0,05).
The aim of this investigation was to determine the seroprevalence of Brucella ovis in sheep flocks and individual sheep in the Sertão mesorregion, Paraíba state, Northeastern Brazil, as well as to identify risk factors. Blood samples were collected from 1,134 sheep from 103 flocks in 17 counties. For the serological diagnosis of B. ovis infection the agar gel immunodiffusion test (AGID) was carried out. A flock was considered positive when there was at least one seropositive animal. Of the 103 flocks used, 21 (20.39%) presented at least one seropositive sheep, and of the 1,134 sheep examined 59 (5.20%) seropositive animals were diagnosed. Cleaning of facilities (odds ratio = 7.13; 95% CI=1.56-32.47; p=0.011) and purchase of animals (odds ratio = 6.06; 95% CI=1.39-26.48; p=0.017) were identified as risk factors. Based on the risk factor analysis, it is recommended the diagnosis of B. ovis infection prior to purchase of sheep and the periodic cleaning of the facilities on the farm.INDEXING TERMS: Brucellosis, Brucella ovis, sheep, epidemiology, Semiarid of Brazil.
Este trabalho teve como objetivo determinar a frequência de rebanhos positivos e de animais soropositivos para leptospirose e brucelose bovina em propriedades rurais de agricultura familiar da mesorregião do Agreste, estado da Paraíba, bem como identificar fatores de risco. Foram colhidas amostras de sangue de 771 animais procedentes de 130 rebanhos em cinco municípios. Para o diagnóstico sorológico da leptospirose, utilizou-se o teste de soroaglutinação microscópica (SAM), com 24 sorovares de Leptospira spp. como antígenos, e para brucelose, o teste do antígeno acidificado tamponado (AAT) como prova de triagem e o teste do 2-mercaptoetanol (2-ME) como prova confirmatória. Para leptospirose, a frequência de propriedades positivas e animais soropositivos foi de 18,4 e 3,6%, respectivamente; para brucelose, 7,7% das propriedades e 1,9% dos animais foram positivos. O sorovar de Leptospira spp. mais frequente foi o Hardjo. A compra de bovinos foi identificada como fator de risco para brucelose bovina (odds ratio = 5,25; p = 0,044). Sugere-se a necessidade de adoção e/ou intensificação de medicas de prevenção e controle com o objetivo de evitar perdas econômicas e transmissão dos agentes aos seres humanos, bem como a compra de animais precedida do conhecimento da sua condição sanitária.
Comunicação[Communication]Pesquisa de anticorpos anti-Brucella abortus e anti-Brucella ovis em ovinos no município de Uberlândia, MG (Castro et al., 2005), as quais não são específicas de um hospedeiro, mas possuem predileção por determinadas espécies animais, como a Brucella abortus (B. abortus), que infecta preferencialmente bovinos, e a Brucella ovis (B. ovis), que infecta ovinos (Paulin, 2003).As manifestações clínicas mais comuns da brucelose causada pela Brucella abortus nos animais são o aborto e a retenção de placenta nas fêmeas, e essa doença é frequentemente assintomática nos machos. Quando há manifestação clínica no macho, o sintoma mais comum é orquite. A principal fonte de infecção é representada pela vaca, que durante o aborto ou parto elimina grandes quantidades da bactéria, contaminando o meio ambiente (Brasil, 2006 (Azevedo et al., 2004;Clementino et al., 2007).Segundo Silva et al. (2003), a porcentagem de ovinos adultos (acima de um ano de idade) infectados pela B. ovis é superior à dos jovens (abaixo de um ano de idade) e, em contrapartida, machos e fêmeas possuem a mesma suscetibilidade à infecção. Neste estudo, a idade dos ovinos pesquisados variou de seis a 11 meses (18,6%), um a três anos (30,2%) e maiores que três anos (51,2%) e, com relação ao sexo, 94,6% eram fêmeas e 5,4% machos. Verificou-se, no presente estudo, a colheita de amostras de sangue de categorias variadas e não houve ovinos reagentes para B. ovis.A ovinocultura é uma atividade em expansão na região e, de acordo com o questionário epidemiológico realizado nas 12 propriedades, 58,3% (7/12) dos criadores de ovinos relataram que compram ovinos em outros municípios da região e 41,7% (5/12) compram em outros estados do país. As exposições ou leilões agropecuários são locais que aglomeram animais de diferentes origens e favorecem a disseminação de infecções; 25% (3/12) dos criadores comentaram que levam os ovinos para estes eventos. Verificou-se também que 100% destes criadores não exigem exames sorológicos para averiguar a sanidade dos animais ao introduzi-los no rebanho. Com relação à quarentena, 58,3% (7/12) relataram que a realizam ao adquirir novos ovinos. Gouveia et al. (2009)
Com base no histórico de distúrbios reprodutivos, foram realizados inquéritos sorológicos e tentativas de isolamento de Brucella ovis em 28 propriedades do estado de São Paulo, totalizando 294 ovinos. Os soros colhidos por ocasião das visitas aos estabelecimentos rurais foram submetidos ao teste de fixação do complemento. Durante os exames clínicos, também foram colhidas amostras de materiais biológicos suspeitos para posterior cultivo bacteriológico em meio Brucella ágar, num total de 16 fetos abortados, um útero, seis secundinas, 13 secreções uterinas, seis zaragatoas de muco vaginal, 17 amostras de sêmen e três zaragatoas prepuciais. A proporção de ovinos com histórico de distúrbios reprodutivos e sororreativos para B. ovis foi de 1,7% (5/294), sendo um macho e quatro fêmeas, com títulos variando de 800 UI a 1.600 UI. Quatro rebanhos dos 28 pesquisados apresentaram animais sororreagentes (14,3%). Todos os cultivos das amostras biológicas foram negativos, inclusive sêmen e órgãos reprodutivos de carneiro da raça Texel, positivo em dois testes de fixação de complemento com intervalo de seis meses. Nos rebanhos de ovinos do estado de São Paulo examinados, não foi possível relacionar os distúrbios reprodutivos à sorologia positiva para B. ovis. No entanto, foi detectada presença de focos, fator de risco para a disseminação da bactéria nos rebanhos.
The objective of the present study was to compare the performance of three serological tests for diagnosis of Brucella abortus infections in buffaloes (Bubalus bubalis). Serum samples collected from 696 adult females were submitted to the competitive enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA-C), (I-ELISA), fluorescence polarization test (FPA), 2-mercaptoethanol test (2-ME) and complement fixation test (CFT). The gold standard was the combination of CFT and 2-ME, considering as positive the reactors in both CFT and 2-ME, and as negative those non-reactors. ROC analyses were done for C-ELISA, I-ELISA and FPA and the Kappa agreement index were also calculated. The best combinations of relative sensitivity (SEr) and relative specificity (SPr) and Kappa were given by C-ELISA (96.9%, 99.1%, and 0.932, respectively) and FPA (92.2%, 97.6 and 0.836, respectively). The C-ELISA and FPA were the most promising confirmatory tests for the serological diagnosis of brucellosis in buffaloes, and for these tests, cut-off values for buffaloes may be the same as those used for bovines.
RESUMO A bubalinocultura é uma atividade econômica relevante no Brasil. Considerando a importância do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose para a evolução das cadeias produtoras de bovinos e bubalinos e tendo em vista a escassez de estudos sobre o sorodiagnóstico da brucelose na espécie bubalina, procedimento no qual apóia-se o processo de certificação de rebanhos livres e monitorados, é apresenta uma revisão sobre brucelose bubalina. Neste trabalho são discutidos os seguintes temas: 1a bubalinocultura no Brasil; 2revisão e aspectos históricos da brucelose bovina e bubalina; 3revisão sobre o sorodiagnóstico da brucelose em bovinos e bubalinos.
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