RESUMO: O objetivo deste artigo é promover uma discussão sobre a potencialidade analítica e metodológica da abordagem geracional para as pesquisas que assumem como objeto de investigação a educação, especialmente, nas análises sociológicas dos fenômenos educativos. Para tanto, apresentaremos uma discussão sobre a noção de geração e seu uso nas ciências sociais, a partir do célebre trabalho de Karl Mannheim, mas em diálogo com outros autores contemporâneos que têm se debruçado sobre a análise das relações intergeracionais, tendo em vista destacar os aspectos fundamentais que caracterizaram o fenômeno geracional como uma situação social específica.Palavras-chave: Gerações. Socialização. Sociologia da Educação. TRANSMITTING AND INHERITING: THE STUDY OF EDUCATIONAL PHENOMENA FROM AN INTERGENERATIONAL PERSPECTIVEABSTRACT: This paper aims to promote a discussion on the analytical and methodological potential of the generational approach for research studies investigating education, especially in the sociological analysis of educational processes. To do so, it presents a discussion about the idea of generations and its use in social sciences according to the work of Karl Mannheim, as well as of other authors, to detach the fundamental aspects characterizing the generational phenomenon as a specific social circumstance. Finally, it discusses how the generational approach can imply a radicalization of the sociological analysis of the educational processes.
Resumo O objetivo deste artigo é, a partir de uma revisão crítica de parte dos estudos brasileiros que tematizaram as relações entre educação, juventude e política, na última década, analisar o peso conferido aos processos educativos e a diferentes instâncias formativas, no desenvolvimento dos modos como os jovens se relacionam com a política. Além disso, interessam as tendências apontadas por esses estudos, no que diz respeito às modalidades de engajamento e participação entre os jovens, suas motivações e seus sentidos. Lança-se mão também dos dados de um estudo sobre o engajamento de jovens Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT), tendo em vista problematizar potencialidades e limites da discussão sobre o engajamento político da juventude.
Resumo: O eixo central deste estudo reside na tentativa de responder a questões sobre as mediações existentes no estabelecimento dos vínculos de engajamento de trabalhadores no movimento sindical, bem como sobre as formas assumidas por processos de legitimação política no interior de distintas esferas do campo sindical brasileiro. Para tanto, parte-se dos casos de dois sindicatos, ambos do Estado de São Paulo: o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e o Sindicato de Telecomunicações. Entre as semelhanças existentes entre esses sindicatos, sobressai o fato de que durante a década de 1990 ambos passaram por processos de reestruturação produtiva em seus setores; a concomitante renovação de quadros sindicais -em que se destacam sucessões geracionais; e, por fim, a semelhança de origem social de trabalhadores e sindicalistas entre os setores -em grande parte de migrantes nordestinos com baixa escolaridade e ausência de qualificação profissional. Sobre as diferenças, observa-se que a constituição dos processos de legitimação sindical assume distintas composições, o que resulta em diversas reações aos processos de transformação vivenciados nos dois setores. Ainda que atravessando transformações sociais homólogas, os sindicatos permitem observar dinâmicas próprias na construção de diferentes legitimidades militantes e no destino de sindicalistas.Palavras-chave: sindicatos; legitimidade; trajetória social; campo político; telecomunicações; metalurgia.Building legitimacy: reflections on the changes in political militancy practices in the union movementAbstract: This study is focused on the attempt to answer questions about the mechanisms for the commitment of workers to political union activity, as well as about the way the political legitimacy process occurs in different spheres of the Brazilian trade union field. In order to answer such questions, two unions from the state of São Paulo were studied: the steelworkers' union, from the ABC region, and the telecommunications workers' union. There are some similarities between these unions, especially the fact that during the 90s, both of them went
RESUMO: Este artigo analisa os processos de socialização política e politização vivenciados por famílias engajadas no MTST com ênfase sobre o papel da família na aquisição de valores; a ressignificação de valores e atitudes em função de determinadas experiências individuais e/ou conjunturas econômicas e políticas, e os processos de ressocialização vivenciados no engajamento político. Os dados foram coletados por meio de entrevistas de caráter biográfico, observações e conversas informais, e indicam que os entrevistados realizaram, ao longo de suas trajetórias, "negociações" e "acomodações" entre os valores familiares e aqueles adquiridos na militância, o que resulta em um quadro que integra valores das classes populares e alguns princípios do ideário socialista.Palavras-chave: Socialização. Socialização política. Politização. Classes populares. Movimento dos Trabalhadores sem Teto. Political socialization and politicization between families of the Homeless Workers Movement (MTST)ABSTRACT: This paper analyzes the political processes of socialization and politicization experienced by families engaged in MTST (Homeless Workers Movement, in English) with emphasis on the family's role in the acquisition of values; the re-signification of values and attitudes according to certain individual experiences and/or economic and political circumstances; the re-socialization processes experienced in political engagement. The data were collected through biographical interviews, observations and informal conversations, and indicate that the respondents held over their careers *O artigo se baseia em dados coletados na pesquisa de doutoramento de Hamilton H. de Carvalho-Silva, intitulada Educação e práticas políticas entre mulheres militantes: o caso do MTST (CAPES), sob orientação da Prof.a Kimi Tomizaki, e no âmbito do projeto de extensão "A dimensão educativa da luta pela moradia", coordenado pela Prof.ª Kimi Tomizaki e sediado no Condomínio João Cân-dido/Taboão da Serra/SP (financiamento Pró-reitorias de Extensão e Graduação da USP).
No ano de 1978 acho que nós não passamos uma única semana sem fazer greve até dezembro. Fazíamos duas, três greves por semana. Era greve por qualquer coisa, deu a louca no mundo! A diretoria meteu na cabeça que era boa, patrão gritava, nego parava... LULA, em DANTAS (1981, pp. 44-45).
IntroduçãoDiversos estudos têm se dedicado à análise das transformações ocorridas na indústria automobilística brasileira em diferentes aspectos, bem como dos efeitos de tais mudanças sobre a organização do mercado de trabalho, os trabalhadores e o movimento operário nesse setor. Este artigo é uma contribuição ao adensamento desse debate, por meio da introdução de interrogações específicas a respeito dos mecanismos de reprodução da classe operária, com destaque para o processo de socialização das novas gerações. Assim, a análise apresentada insere-se na clássica discussão sobre as formas de transmissão da cultura operária e, por conseguinte, tanto da constituição do sentimento de pertencimento de classe como dos mecanismos de negação e/ou superação dessa condição.Portanto, faz-se fundamental esclarecer que, neste artigo, a socialização não será entendida como uma transmissão "automática" de conteúdos, valores, normas e regras de uma geração a outra. Tendo em vista superar as críticas ao tratamento determinista que, a partir da obra de Émile Durkheim, este termo recebeu no interior da sociologia, os processos de socialização serão definidos como o desenvolvimento de uma dada representação do mundo, mediada pelas experiências "oferecidas" pelo espaço social ao qual os indivíduos têm acesso. Assim, a representação que as pessoas
Este artigo pretende analisar o processo por meio do qual, nas últimas duas dé-cadas, sindicalistas brasileiros se engajaram na construção de uma "agenda global" de defesa dos direitos dos trabalhadores. Mais especificamente, interessa-nos compreender quais são as condições sociais de acesso às organizações sindicais internacionais para discutir como a militância, no plano global, tem se convertido em um caminho, até então improvável, para lideranças nacionais. Para tanto, lançaremos mão da análise de trajetórias de sindicalistas metalúrgicos brasileiros que ocupam cargos na federação sindical internacional IndustriALL. A análise dos dados indica que as trajetórias sindicais internacionais se têm sustentado sobre um conjunto de capitais e um habitus militante específicos, articulados com o desenvolvimento de variáveis objetivas, particulares do caso brasileiro.Palavras-chave: Sindicatos. Internacionalização. Habitus. Engajamento. Militância.Ultrapassando fronteiras: trajetórias de ascensão de militantes brasileiros no sindicalismo transnacional
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