RESUMO: Este artigo abordou alguns desafios e demandas contemporâneos da formação inicial de professores no Brasil, com foco em aspectos das atuais Diretrizes Curriculares Nacionais de formação de professores (Resolução nº 2/CNE/2015), que requerem adequações nos currículos dos cursos de licenciatura. As considerações e reflexões analíticas foram desenvolvidas por ocasião da recente reformulação de projetos pedagógicos de cursos de licenciatura na Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e estão fundamentadas em autores dos campos da formação de professores e correlatos. São abordados aspectos recorrentes em pesquisas sobre formação inicial de professores, evidenciando-se que, embora existam marcos legais que têm demandado atualizações dos cursos de licenciatura, ainda não se tem garantias de superação de certos desafios a partir, apenas, da atualização de currículos. Em função de atuais transformações sociopolíticas em andamento no país, novas demandas e desafios devem ser considerados na formação inicial, devendo haver uma consonância entre a previsão normativa dos regulamentos legais e a prática existente em cursos de licenciatura.
Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa sobre saberes matemáticos do povo indígena Paiter, realizada na Terra Indígena Sete de Setembro, situada na divisa dos estados de Rondônia e Mato Grosso. Fundamenta-se teoricamente em pressupostos da etnomatemática para refletir sobre a seguinte questão de pesquisa: Quais são os conhecimentos matemáticos do povo Paiter relacionados a contagem, medidas e geometria? A produção de dados baseou-se em observações de atividades tradicionais e entrevistas com membros mais velhos de quatro aldeias do povo Paiter. Os principais resultados referem-se a termos numéricos e qualificadores geométricos, que foram registrados na língua paiter e em português, criando-se uma frase de contextualização. Os resultados fornecem subsídios para elaboração de novos materiais didáticos, na direção da construção de uma escola intercultural, que contemple os saberes e fazeres do povo Paiter, incluindo-se seus saberes e fazeres matemáticos.
Este estudo teve por objetivo conhecer como se deu a inserção de professores de matemática na carreira docente e identificar as dificuldades e aprendizagens vivenciadas por esses profissionais. Trata-se de um recorte de uma pesquisa de doutorado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Nesse recorte, foram apresentados dados de dois professores de matemática (Marcos e Elisa) em início de carreira que atuam em escolas públicas de Ji-Paraná/RO. Metodologicamente a pesquisa é de abordagem qualitativa. Para a produção de dados foi utilizada entrevista semiestruturada. Dentre os resultados, destaca-se que a fase de inserção desses professores iniciantes ocorreu de forma distinta, sendo que esse processo inicial da carreira foi permeado por dificuldades e aprendizagens. As principais dificuldades explicitadas pelos professores foram: ausência de suporte e apoio na escola; falta de diálogo com os pares e equipe gestora e pedagógica; isolamento na profissão; gestão da sala de aula; relacionamento com os alunos, entre outras. Quanto às aprendizagens, verificou-se que os professores perceberam que ser professor de matemática não implica em ter conhecimento apenas de matemática. Ambos destacaram, ainda enquanto aprendizagem, o fato de reconhecerem a necessidade de se ter um bom relacionamento com os alunos, assim como de conhecê-los para poder ensinar matemática. Espera-se que os resultados propiciem reflexões sobre o início da carreira docente e sobre o papel da escola, da formação inicial, assim como a importância de se ter políticas de acompanhamento e de formação continuada destinadas a esses profissionais.
Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa sobre termos numéricos e qualificadores geométricos na língua Pangyjej do povo indígena Zoró. A pesquisa foi realizada como trabalho de conclusão de curso na Licenciatura em Educação Básica Intercultural oferecida pelo Departamento de Educação Intercultural da Universidade Federal de Rondônia. Uma motivação para realização da pesquisa foi a ausência de materiais didáticos específicos sobre saberes matemáticos tradicionais nas escolas da Terra Indígena Zoró. O percurso metodológico envolveu registros fotográficos, entrevistas com professores e anciãos nas aldeias Anguj Tapua e Zawa Karej Pangyjej, observações de atividades diárias de roça, caça e pesca, além de diálogos informais com alunos da aldeia-escola Zawa Karej Pangyjej. Como resultados, foi possível registrar alguns termos numéricos e qualificadores geométricos referentes a saberes matemáticos na língua Pangyjej. Tais resultados poderão subsidiar a produção de materiais didáticos específicos para o ensino de matemática em escolas Zoró.
RESUMOO presente artigo aborda paradigmas científicos da pesquisa em Educação com ênfase na educação científica. Tem como objetivo fazer uma breve discussão sobre o paradigma interpretativo, refletindo sobre suas possibilidades na pesquisa em Educação em Ciências e Matemática no contexto da região amazônica. Questiona se as pesquisas educacionais em Ciências e Matemática, compenetradas com os pressupostos do paradigma interpretativo, se propõem a aprofundar os estudos nessas áreas, tomando em consideração as especificidades da Amazônia, e, principalmente, se tais pesquisas se comprometem com tudo o que diz respeito às pessoas que habitam essa vasta região, não se limitando apenas à sua biodiversidade.
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