IntroduçãoEste artigo analisa os efeitos estruturais do Sistema Internacional (SI) sobre os Estados a partir do caso brasileiro. O estudo recente de Octávio Amorim Neto (2011) sobre as "determinantes e condicionantes da Política Externa Brasileira no período de 1945 até 2008" afirma que uma variável neorrealista ou sistêmica é a mais relevante para analisar a condução da política externa do Brasil. Assim, a partir dessa afirmação iremos analisar os cenários e projeções de política externa do Brasil. Quais são as adaptações da política externa brasileira às mudanças estruturais em curso no sistema internacional? Nesse cenário de transição o Brasil configura-se como grande potência revisionista, isto é, como um Leão no SI? Ou quer atuar como Leão, porém está mais para Chacal ou Cordeiro, segundo as categorizações utilizadas por Randall Schweller (1994, 1998)?As análises sobre a emergência do Brasil como global player ou ainda como potência regional (polo de poder) estão relacionadas com o relativo crescimento de suas capacidades materiais (principalmente econômicas), mas também com o crescimento da sua participação nas relações internacionais.
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Resumo Neste manuscrito, procuramos identificar os aportes do novo método histórico-comparativo à ciência política e à administração pública. Tentamos contribuir com o fortalecimento das pesquisas de orientação qualitativa dessas duas disciplinas no Brasil, ao mostrar como os recentes avanços daquele método podem gerar ganhos analíticos por meio do estabelecimento mais preciso de condições causais e da utilização dos testes associados ao chamado process tracing. Para dar conta desse objetivo, o trabalho, em primeiro lugar, disseca os principais elementos do referido método. Depois, relemos e, por assim dizer, reorganizamos Sessenta e quatro: anatomia da crise, livro clássico de Wanderley Guilherme dos Santos, à luz dos preceitos do referido método. Em seguida, também relemos e reorganizamos alguns estudos sobre a política externa argentina sob a mesma luz. Destacamos os ganhos gerados pela aplicação disciplinada do método histórico-comparativo. Na conclusão, identificamos as potencialidades e limitações do método, oferecendo também considerações a respeito da importância que sua aplicação pode ter para a ciência política e a administração pública brasileiras.
The development of intelligence and internal security institutions in Portugal and Brazil were directly influenced by the ways in which both countries transitioned to democracy and by the nature of their political regimes prior to the mid-1970s. This article compares these processes, highlighting how Brazilian and Portuguese intelligence and public security institutions and bodies developed over the course of the 20th century, and in particular following democratization of their political regimes. Our analysis examines the main factors explaining the arrangements adopted, and the obstacles and dilemmas encountered in the institutionalization of these services and of the new democratic regimes. The results suggest that the type of transition to democracy is the main factor explaining differences between the two cases. However, more comparative research is needed to deepen empirical and theoretical understandings and to allow for greater generalization about the relationship between changes in political regimes and reforms of coercive and intelligence institutions.
Os arranjos para inovação tecnológica são preocupação recorrente na formulação de políticas de fomento à inovação. O presente artigo busca identificar os processos de interação entre agentes nas principais correntes teóricas sobre inovação tecnológica, de forma a propor um modelo de análise de instituições que complexifique a classificação proposta por Richard Scott em sua obra Institutions & Organizations. Inicialmente, é apresentado o modelo de Tríplice Hélice, apontando a dificuldade de promover uma discussão quanto aos processos de interação entre agentes. Posteriormente, retoma-se a literatura de Sistemas de Inovação, contextualizando a problemática existente na compreensão do papel das instituições na organização dos agentes. Na terceira seção, apresenta-se o modelo de Richard Scott e os problemas para a observação empírica da tipologia proposta. Por fim, o artigo apresenta uma alternativa para operacionalizar os pilares de Scott, de forma a identificar fatores institucionais existentes em um determinado ambiente de inovação.
Resumo: Neste artigo exploramos a operacionalização da paradiplomacia financeira no estado do Rio Grande do Sul. Analisamos a trajetória institucional em três períodos (1987-1990, 2007-2010 e 2011-2014), para compreender quais instituições foram criadas e/ou modificadas, como ocorreu a atuação destas instituições estatais na captação de recursos financeiros no exterior e como se deu a efetivação da paradiplomacia financeira no estado, a partir do volume de recurso captado por meio de operações financeiras internacionais. Nossa hipótese principal é que a existência de instituições responsáveis pela paradiplomacia financeira foram relevantes para a captação de recursos pelo estado do Rio Grande do Sul. Realizamos para isto uma abordagem qualitativa, com suporte de estudo de caso, com rastreamento de processos com suporte documental, de dados financeiros e de entrevistas semiestruturadas. Encontramos que primeiro há criação de dois órgãos responsáveis pela paradiplomacia financeira, SEAI e DCP, depois ocorre um drift (ou derivação) institucional que as modifica em SEDAI e DECAP e, por fim, um displacement (ou deslocação) institucional com a divisão da SEDAI em três novas instituições a ACRI, a SDPI e a SESAMPE e uma conversion (ou conversão) do DECAP, para sua continuidade. Também encontramos, a partir das entrevistas, que a efetividade da paradiplomacia financeira no estado foi afetada diretamente por três fatores inter-relacionados: (i) a influência do personalismo; (ii) a limitação da capacidade de endividamento e pagamento das operações financeiras; e (iii) a restrição de instituições financeiras cofinanciadoras de projetos no Rio Grande do Sul.
From November 1902 through February 1912, four presidents governed Brazil. Throughout all this period, though, only one person headed the foreign ministry: José Maria da Silva Paranhos Jr., alias Baron of Rio Branco (20 April 1845–10 February 1912). This political wonder and diplomatic giant was to shape Brazil’s international doctrine and diplomatic traditions for the following century. His major achievement was to peacefully solve all of Brazil’s border disputes with its South American neighbors. Founded in 1945, Brazil’s prestigious diplomatic school carries his name, Instituto Rio Branco, and, since the early 2000s, Brazilian foreign policy has become the largest subfield of international relations in university departments across the country. Indeed, Brazilian foreign policy is to Brazilian academia what American politics is to US academia, namely, a singular phenomenon that has taken over a general field. In contrast with the United States, most in-depth research from about 1998 to 2010 came from foreign-based scholars; however, since then a large cadre of mostly young academics in Brazil have seized the agenda. Unlike the pre-2000 period, the orientation has been toward public policy rather than diplomatic history. That the top Brazilian journals of international relations are now published in English rather than Portuguese attests to the increasing internationalization of the field.
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