ResumoQuando crianças, nós somos constantemente motivados a desenhar no intuito de estimular nosso desenvolvimento motor e cognitivo. Entretanto, ao longo dos anos o desenho é gradativamente deixado de lado, enquanto a cultura escrita passa a ser considerada nossa principal forma de expressão e de avaliação de conhecimento adquirido no ambiente escolar e acadêmico. Este estudo propõe o resgate do desenho, mais especificamente, das Representações Gráficas de Síntese (RGSs) feitas de forma colaborativa como estratégia didática para uma aprendizagem significativa de conteúdos teóricos. Para tanto, o trabalho apresenta, primeiramente, uma revisão bibliográfica. Na sequência, traz-se o método de pesquisa e discutem-se os resultados da aplicação das RGSs com duas turmas da disciplina de Design Centrado no Usuário de pós-graduação em Design. De forma geral, os resultados indicam que o uso das RGSs estimula a construção colaborativa de conhecimento e apoia, de fato, o processo de aprendizagem significativa dos alunos.Palavras Chave: Desenho, Representação Gráfica de Síntese; Design; Colaboração.
IntroduçãoAo longo da infância, as crianças desenham constantemente. O desenho é neste momento, uma forma de linguagem essencial à criança, além de estimular a cognição, o sistema motor e a sua expressividade. Na medida em que a criança vai tomando conhecimento do mundo letrado, mostra quase sempre uma diminuição na produção gráfica, já que a escrita -considerada matéria "mais séria" -passa, então, a ser concorrente do desenho (MEREDIEU, 1974). Desta forma, conforme vamos nos tornando adultos, o desenho é tido, infelizmente, como algo infantilizado e a cultura escrita é tida como nossa principal forma de expressão e avaliação de conhecimentos adquiridos, seja no ambiente escolar, seja no ambiente acadêmico.Este é um pensamento errôneo, pois há pesquisas que enfatizam a importância do desenho no ensino/aprendizagem (VISSER, 2005) e no trabalho colaborativo (HEISER ET AL., 2004).