O aumento da incidência de obesidade em segmentos pauperizados da sociedade levanta a questão sobre sua etiologia. Este trabalho pretende caracterizar a prevalência de sobrepeso e obesidade nestas populações.Participaram da pesquisa 390 famílias, incluindo 782 indivíduos com idades iguais ou maiores de 19 anos, dos quais 360 (46,0%) eram homens e 422 (54,0%) mulheres. As prevalências de obesidade entre os homens das zonas urbana e rural foram de 5,6% e 5,8%, respectivamente. Em relação ao sobrepeso, esta incidência foi de cerca de 25% em ambas as regiões, evidenciando-se aumento com a idade. As prevalências de obesidade entre homens e mulheres foram, respectivamente, de 5,6% e 21,6% (p<0,05). Entre as mulheres a ocorrência de obesidade aumentou discretamente com a idade, com prevalências padronizadas de 19,8% na zona urbana e 23,4% na rural. Considerando tratar-se de uma população pauperizada, o excesso de peso, que atinge principalmente as mulheres, tem etiologia complexa e precisa ser melhor estudado.Termos de indexação: obesidade, sobrepeso, exclusão social, adulto, população periférica. A B S T R A C TIn impoverished segments of the society, the increase in the incidence of obesity raises a question concerned with its etiology. The objective of this paper is to characterize the prevalences of overweight and obesity in these populations. Three hundred and ninety families joined the program, including 782 individuals with
OBJETIVO: Verificar alguns fatores de risco para a baixa estatura em adolescentes escolares e trabalhadores. MÉTODOS: A amostra foi estratificada, constituída por 50% dos escolares da quinta série ao terceiro colegial das duas maiores escolas dos municípios de Monteiro Lobato e de Santo Antonio do Pinhal, em 1999, uma de zona urbana e outra de zona rural, com um total de 756 indivíduos. A desnutrição foi definida pelo indicador altura/idade, segundo o padrão do National Center for Health Statistics (1977). Foram feitas a distribuição da altura/idade na população amostrada e uma análise multivariada, utilizando o método "stepwise", em que a baixa estatura foi a variável dependente. RESULTADOS: Constatou-se que 12,7% (96) dos adolescentes estavam abaixo do P5 do padrão, 24,4% (184) entre os centis 5 e 15 e 47,1% ( 356) entre 15 e 50. A chance de baixa estatura foi associada à idade: tomando-se como base a faixa etária entre 10 e 13 anos, para os indivíduos entre 14 e 17 anos, encontrou-se mais do que o dobro de chance de baixa altura (ORaj=2,49) e, para aqueles de 17 a 19, o triplo (ORaj=3,37). Estar desempregado aumenta o risco de baixa estatura (ORaj=2,86) em relação aos que trabalham. Também são maiores as chances de baixa estatura entre os que trabalham em tempo parcial (ORaj=1,81). CONCLUSÕES: Constataram-se determinantes econômicos no risco de desnutrição crônica entre os adolescentes, na medida em que o trabalho é parte imprescindível da estratégia de sobrevivência desse grupo. Ressalta-se que a aplicação da legislação referente ao trabalho do menor deve ser acompanhada de políticas públicas compensatórias.
Aborda-se a questão da modernidade agrícola que, apesar de promover ganhos substanciais na produtividade, não conseguiu afastar o espectro da fome para grandes contingentes populacionais, com impactos na saúde. Procura-se verificar se no estudo de populações, pauperizadas no processo de modernização na agricultura, se aplicariam os modelos explicativos baseados nos paradigmas das transições epidemiológicas e nutricionais. O estudo foi realizado nos municípios de Monteiro Lobato e Santo Antônio do Pinhal. Verificou-se a inserção dos municípios na chamada modernização agrícola através do uso de insumos agropecuários. A transição epidemiológica foi verificada por meio dos coeficientes de mortalidade geral e curva de mortalidade proporcional e a transição nutricional pela Tendência Secular de Crescimento, prevalência da obesidade e hábitos alimentares. Verificou-se que apesar da queda significativa da mortalidade infantil, que a tendência secular de crescimento naqueles que nasceram ou passaram a primeira infância nos municípios efetivou-se, de forma discreta, somente para as mulheres, indicando deficiência no consumo energético. Por outro lado, é alta a prevalência de obesidade, principalmente entre as mulheres. A dieta da população é monótona, com baixa densidade energética. Observa-se que os paradigmas da transição epidemiológica e da transição nutricional, baseados em uma visão etapista e desenvolvimentista dos processos de morbimortalidade são incapazes de explicar a complexidade das situações descritas neste trabalho.
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