Famoso e desempregado em 1904, Euclides da Cunha foi nomeado chefe da Comissão Brasileira de Reconhecimento do Alto Purus. Após percorrer uma parte da Amazônia, pretendia escrever um livro intitulado Um paraíso perdido. Através da análise dos "ensaios amazônicos", dos relatórios técnicos, da correspondência pessoal e das anotações de leituras, o que inclui uma caderneta ainda inédita, este artigo busca entender as mediações feitas por Euclides da Cunha, entre suas observações e a leitura intensa da produção de naturalistas e cientistas especializados sobre a Amazônia, vista por ele como a região cujo conhecimento demarcaria o fecho da história natural.
Neste artigo é feita uma interpretação da construção do conhecimento geológico do principal livro de Euclides da Cunha. Visando caracterizar este conhecimento, são buscadas em cadernetas de anotações, reportagens e artigos de e sobre Euclides da Cunha e no próprio livro, as evidências que possam nortear o entendimento de por que o conteúdo geológico ganha tão forte significação em Os sertões, a ponto de se constituir em elemento para construções metafóricas em momentos importantes da sua narrativa. Partindo dos escritos de Euclides da Cunha, relacionados à guerra de Canudos, mas anteriores ao livro, busco uma interpretação sobre a maneira como se processava o conhecimento do engenheiro nas suas mediações com autores e trabalhos das ciências naturais e mais especificamente geológicas, o que significa, em certos momentos, uma comparação textual de Os sertões com livros e artigos, cujas evidências apontem a possibilidade de terem servido de fonte para o escritor.
Paulo está o sonho daquele, longamente acalentado e não realizado, de um dia integrar o quadro de professores da Escola. Esta pouco estudada pretensão do engenheiro e bacharel em Matemática, Ciências Físicas e Naturais pode ser melhor entendida se a situarmos no contexto de sua vida nômade e o contraponto da busca de uma atividade fixa, que pudesse assegurar uma razoável estabilidade econômica e tranqüilidade para o desenvolvimento de suas inquietações intelectuais. Elza Nadai (1981:67) localiza ainda no Império a manifestação do desejo paulista no sentido de se criar uma escola de engenharia na então província de São Paulo. Apoiada na existência de significativa rede ferroviária e diversas oficinas de manutenção, a Lei Provincial n° 10, de 24 de maio de 1835, criou o Gabinete Topográfico, uma escola de engenheiros construtores de estradas que não chegou a ser instalado.
THE REALITY OF GEOSCIENCE TEACHING AT THE HIGH SCHOOL IN FEIRA DE SANTANA -BAHIA. Geoscience teaching at the high school in Feira de Santana is riddled with problems, those include (a) poor working conditions and defficient training of instructors. The majority of them only has a Social Studies degree, which curricula does not provide any reasonable course in Geosciences, (b) textbooks and other didatic materials contain many conceptual errors and contradictions. Subjects presented are pretty much outdated, and illustrations do not adequately complement the text. There is also a total desvinculation between subjects tought in class and localregional problems, and (c) libraries, labs, and audiovisual teaching aids are nonexistent. Because on all the problems listed above is absolutely necessary to incourage Geography's high school instructors to enroll in recycling courses. Which should emphasize: (1) provide an updated view of Geoscience; (2) call attention to major defficiences in the text books and didatic material available; and (3) encourage the instructors to try new methodological procedures.Keywords: Geoscience teaching, Internal structure of the Earth, Textbooks, Models.RESUMO Os problemas do ensino de Geociências na escola de segundo grau em Feira de Santana incluem: a. as precárias condições de trabalho e de formação dos profissionais, em sua maioria, oriundos do curso de Licenciatura em Estudos Sociais/UEFS, cuja grade curricular impossibilitava conhecimento razoável sobre Geociências; b. ao livro didático e apostilas de pré-vestibular, que apresentam equívocos conceituais, contradições, falta de fundamentação diante dos modelos apresentados, falta de explicação é de relação entre ilustrações e textos, desatualização e total desarticulação conteúdo/realidade vivida por aqueles envolvidos no processo ensino-aprendizagem; c. a ausência efetiva de recursos materiais que auxiliem as aulas, como bibliotecas, laboratórios e recursos audio-visuais. Diante disso, tornam-se imprescindíveis: visão crítica ao se utilizar o livro didático; realização de cursos de extensão para professsores de Geografia do segundo grau, para atualização; e, principalmente, uma revisão metodológica.Palavras-chave: Ensino de Geociências, Estrutura interna da Terra, Livros-textos/Livros didáticos, Modelos.
Este artigo relata os elos existentes na década de 1990 entre o grupo de ensino que culminou na criação do Programa de Pós-Graduação em Ensino e História de Ciências da Terra PEHCT do IG-Unicamp e duas universidades baianas, Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e Universidade Federal da Bahia (UFBA). Inicialmente os elos foram formados a partir da participação de quatro docentes das instituições baianas em curso de especialização em Ensino de Geociências, nas turmas de 1992 e 1994. No segundo momento esses docentes se organizaram e levaram para Feira de Santana o mesmo curso, de modo a compor o primeiro curso de Especialização da Área de Geociências da UEFS, com participação de professores da Unicamp, UEFS e UFBA. Curso que ocorreu em duas turmas, nos anos de 1995 e 1997. Os reflexos do aprendizado dos conhecimentos adquiridos pelo PEHCT são sentidos até hoje na trajetória dos autores desse artigo e daqueles que compartilharam da experiência discente e docente envolvendo a Especialização em Ensino de Geociências, sempre na busca de um melhor desempenho acadêmico em suas práticas docentes.
ArgumentOs Sertões (Rebellion in the Backlands), by the engineer Euclides da Cunha, is one of the most important books in Brazilian literature, with more than 50 local editions and translations in at least nine languages. Published in 1902 after four years of writing, it is a book about nationality in Brazil that sparked a debate regarding the subject of national consciousness and the connection between a nation's physical landscape, its people, and its culture. The book draws from a wide spectrum of knowledge that synthesizes science and art as the pinnacle of human thought. Cunha was a man of great culture and learning and in this work his professional activities and scientific writings merge to celebrate Brazilian culture in different realms of knowledge. The author worked as an engineer and had connections with the scientific community and the world of natural science. His explicit references to naturalists, travelers, geologists, and botanists reflect the historical moment of scientific knowledge in Brazil in the late nineteenth and early twentieth century, and no less than that, Cunha's personal connections with the local scientific community.
Sabemos todos que atualmente os nossos cientistas não são muito afeitos – com a possível exceção dos matemáticos – a escrever livros sobre suas disciplinas. Preferem a publicação de artigos originais, de memórias, em revistas de circulação internacional. Com isso aumentam o volume de seus curricula vitae, o que facilita a obtenção de ajuda das agências financeiras da pesquisa científica, para congressos e simpósios, para bolsas destinadas a estudantes de mestrado e doutorado. Têm evidentemente razão em intensificar seus trabalhos de pesquisa - o verdadeiro homem de ciência trabalha nos seus problemas de investigação e neles pensa sem cessar. Ninguém lhes pode, portanto, impor horários burocráticos arbitrários. O mal é que as próprias agências de financiamento de ciência e tecnologia não dão a devida importância às obras de exposição das idéias adquiridas, à sua divulgação por aqueles que são os mais indicados para fazê- lo, que descobrem e se dispõem a expor por novos métodos o que já é conhecido e que, assim, transmitem aos jovens a essência das coisas, só possível quando o escritor tem a chama da investigação científica (LOPES, 1995).
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