O presente artigo objetiva discutir o processo de implantação de duas instituições de ensino em Presidente Prudente/SP: o primeiro grupo escolar e a primeira faculdade. Baseado em documentação primária (imprensa, imagens e entrevistas), os resultados auxiliam na compreensão dos obstáculos e desafios para a construção e expansão do ensino na região. Criado em 1925, o primeiro grupo escolar do município passou por uma longa trajetória de treze anos, envolvendo diversos setores da sociedade, para que pudesse ter erigido um prédio que ao que o Estado preconizava. Também por ocasião da primeira iniciativa no ensino superiror do município, a Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras, inaugurada em 1959, ocorreu um intenso movimento em prol da construção de um prédio que atendesse à busca por formação docente. Em ambos os casos, é notável o empenho da população a fim de que a crescente demanda por educação escolarizada fosse atendida pelo governo estadual.
A Professora Jane Soares de Almeida, falecida recentemente no início de 2018, graduou-se em Pedagogia e em Artes Industriais, tendo atuado na rede pública paulista de Ensino Fundamental de 1966 a 1985. Fez Mestrado em Educação, Doutorado em História e Filosofia da Educação e pós-doutorado nos Estados Unidos e na Espanha. Atuou na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) de 1986 a 2003, quando se aposentou como livre-docente. Iniciou sua atuação na pós-graduação na Unesp, dando continuidade na Universidade Metodista de São Paulo e, mais recentemente, na Universidade de Sorocaba, orientando mestrados e doutorados. Foi sócia-fundadora da Sociedade Brasileira de História da Educação e desenvolveu pesquisas nas áreas de História da Educação, Formação e Profissão Docente, Magistério Feminino, História das Mulheres e Estudos de Gênero. Teve uma produção significativa na área, com artigos publicados em periódicos científicos nacionais e internacionais e livros, com destaque para “Mulher e educação: a paixão pelo possível” e “Ler as letras: por que educar meninas e mulheres?”
de fomento: CAPES
RESUMOO nacional desenvolvimentismo é alardeado como um momento de modernização para o Brasil. Contudo, é notável que a Educação não recebeu os mesmos incentivos que os demais setores. O principal objetivo do presente texto é analisar os condicionantes macroestruturais, especialmente os políticos, que incidiram sobre educação brasileira de um modo geral, e na realidade paulista, em particular, entre os anos de 1956 e 1961. Como metodologia, esta investigação se respaldou em uma abordagem qualitativa, utilizando-se da análise bibliográfica como método de coleta de dados. Como resultado, constatou-se que muito embora o governo do Estado de São Paulo conhecesse o problema da falta de prédios escolares, os investimentos decresceram no final da década de 1950. Por fim, como a preocupação dos governos se voltou para o atendimento da demanda, mas com baixos investimentos em infraestrutura e qualidade da educação, um cenário de estagnação se estabeleceu, sobretudo a partir de 1964.
O objetivo deste artigo é discutir a penetração de alguns traços nacionalistas na cultura escolar das primeiras instituições públicas de ensino da região do extremo oeste paulista. O recorte espacial compreendeu os municípios de Presidente Bernardes e Presidente Venceslau, entre 1932 e 1960. Por meio do aporte da História Oral, foram realizadas entrevistas com docentes e discentes que frequentaram as instituições no período. Utilizou-se também dos referenciais da História Cultural e da História Regional. Durante os 28 anos enfocados o Estado criou políticas de incentivo ao patriotismo que incidiam nas escolas, sendo possível constatar que as docentes contribuíram para a disseminação de elementos nacionalistas uma vez que a cultura escolar incorporou e difundiu diversas práticas ufanistas.
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