Resumo O ensaio enfatiza a reflexão psicossocial do psiquiatra martinicano Frantz Fanon. Seu pensamento tem expressão na crítica da dominação colonial e do racismo, destacando-se as obras Pele negra, máscaras brancas e Os condenados da Terra. Uma transcendência literária forja seu discurso apaixonado e libertador, relevante nas teorizações pós-coloniais e decoloniais. Crescentemente reconhecido pela discussão política do mundo diaspórico contemporâneo, suas ideias e práticas médico-sociais, precursoras na atenção à saúde mental, são menos conhecidas. Referenciado por Paulo Freire e Boaventura de Sousa Santos, Fanon releva a cultura na discussão de uma sociogênese do sofrimento mental e na crítica à inadequação da psicanálise eurocêntrica para lidar com a opressão colonial e o racismo. Fanon, embora citado por Franco Baságlia, não figurou como referência para a Reforma Psiquiátrica Brasileira, mas seu pensamento descolonial e antirracista se revela, em perspectiva, uma importante contribuição para a saúde coletiva.
RESUMO O texto discute as possíveis aproximações entre a educação popular e a saúde mental, na perspectiva da atenção psicossocial, nos âmbitos epistemológicos, prático-assistencial e institucional. A partir de um breve resgate histórico do campo da educação popular, em particular no Brasil, e dialogando com a perspectiva de Victor Valla, identifica a influência, muitas vezes difusa, da educação popular nos serviços que têm uma proximidade maior com a vida comunitária, como os Centros de Atenção Psicossocial e os Consultórios na Rua. Discute também a aproximação paradigmática entre a saúde mental e a educação popular no estabelecimento de uma nova relação com o conhecimento, em que os mitos da neutralidade, do distanciamento crítico e da autonomia da ciência moderna são colocados em questão. No campo institucional, identifica um movimento de convergência entre saúde mental e educação popular no âmbito das políticas públicas em saúde, principalmente, a partir do fortalecimento da atenção básica como porta de entrada e centro articulador do Sistema Único de Saúde. Por fim, aponta as contribuições da aproximação entre as duas áreas para os atuais movimentos de resistência às crescentes ameaças à democracia, aos direitos humanos e à defesa da vida.
Este artigo fundamenta a criação participativa de um jogo cooperativo como recurso para a Educação Popular em Saúde, apresentando os fundamentos do jogo, o desenvolvimento e as decisões de design, a avaliação inicial pela primeira turma de educandos/educadores, e as perspectivas futuras de formação para o uso do jogo e avaliação do mesmo. Trata-se de jogo de tabuleiro cooperativo sobre plantas medicinais, desenvolvido com base em princípios da Educação Popular, do design participativo iterativo e da retórica procedimental. O jogo é parte do material didático do curso Educação Popular e Plantas Medicinais na Atenção Básica à Saúde, desenvolvido na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV). Para a avaliação inicial, foi aplicado um questionário adaptado do modelo MEEGA+ após a experiência do jogo e dos encontros da primeira turma. Os resultados iniciais apontam pontos positivos na percepção de aprendizagem e cooperação e desafios na apropriação do jogo que estão sendo abordados em experimentações subsequentes.
Resumo O objetivo deste artigo é resgatar aspectos relativos à constituição da educação em saúde como campo científico. Mostra as principais transformações ocorridas desde as concepções autoritárias e etnocên-tricas em relação a seus grupos-alvo até as atuais propostas de educação popular de valorização do saber popular, inspiradas no pensamento de Paulo Freire. Defende que a postura do antropólogo em campo, ao buscar valorizar o saber do Outro como tão legítimo quanto o acadêmico, pode auxiliar os profissionais de saúde na prática de uma educação em saúde dialó-gica, para os grupos aos quais se destina. Palavras-chave educação em saúde; antropologia; saúde coletiva; etnografia.Abstract The purpose of this article is to rescue aspects related to the construction of health education as a scientific field. It presents the main changes that have occurred since the early authoritarian and ethnocentric views concerning its target groups to the current proposals for popular education to value popular knowledge, inspired by the thought of Paulo Freire. It argues that the anthropologist's stance in the field, seeking to value the knowledge of the Other as just as legitimate as the academic one, can help health professionals practice dialogic health education for the groups to which it is intended.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.