O presente artigo investiga como são construídos imageticamente os espaços nos três primeiros longas-metragens do diretor pernambucano Cláudio Assis – Amarelo Manga (2003), Baixio das Bestas (2006) e Febre do Rato (2012) – através dos recursos da câmera alta e das imagens documentais. A câmera alta é entendida como enquadramento de cima para baixo que dá a ver as estruturas do cenário e, pelo que chamamos de imagens documentais, aquelas em que se faz o uso de não atores e com o uso de granulação nas tomadas. As análises dos filmes têm base no conceito de espacialidades, desenvolvida a partir da Semiótica da Cultura por Lucrécia Ferrara (2008a), e na distinção entre visualidades e visibilidades, feitas pela mesma autora. Procura-se entender, então, de que maneira o uso de câmera alta e imagens documentais ajudam a compor as visualidades e visibilidades dos espaços dentro da filmografia de Cláudio Assis. Palavras-chave: Espacialidades. Cinema. Cláudio Assis. Audiovisual.
A aventura crítica da semiótica percorre as principais teses sobre a semiótica e a comunicação conforme trabalhadas na primeira etapa da pesquisa Semiótica Crítica, denominada Por uma teoria das materialidades na comunicação. Nela, o Grupo de Pesquisa Semiótica e Culturas da Comunicação procurou discutir as potencialidades e limites de uma perspectiva comunicacional não somente fundamentada nos trabalhos fundadores da semiótica (Saussure, Peirce) e desenvolvida em seus modelos estruturalistas (como em Jakobson, Barthes, Hjelmslev e Lotman), mas também revisitada pelos textos que operaram uma desconstrução do estruturalismo pelo interior dos postulados deste próprio estruturalismo (Derrida, Kristeva, Deleuze, Guattari). O artigo apresenta esta proposta pelos modos como a pesquisa trabalhou com dez desconstruções ligadas a conceitos e problemas teóricos centrais ao debate das materialidades da comunicação: semiótica, comunicação, materialidades, presença, fenômeno, representâmen, meios, signo e significante, estrutura e sistema, sugerindo uma passagem das materialidades à imanência de uma comunicação micropolítica e pós-humana.
O artigo traça um percurso de definição do conceito de micropolítica em uma visada singular da Semiótica Crítica. Busca suplementos nas teorizações de Deleuze e Guattari para pensá-la enquanto força subjacente a alianças que produzem zonas de devir. Em relação às proposições de Rolnik e Guattari, projeta a compreensão da micropolítica enquanto processo de cooperação dissonante entre sujeitos posicionados em subjetividades distintas, processo que faz esses modelos existenciais desterritorializarem-se. Já considerando as características fenomênicas desse processo, recorre ao pensamento de James e de Lapoujade para compreender que a micropolítica é produzida e intensificada a partir do que esses filósofos chamaram de experiência pura.
O artigo apresenta premissas para o projeto As configurações da comunicação, idealizado por Alexandre Rocha da Silva e desenvolvido coletivamente por integrantes do GPESC. A comunicação é pensada desde a Semiótica Crítica como indissociável das três ordens faneroscópicas que a configuram ad hoc (primeiridade, secundidade e terceiridade), mas também das três ordens metafísicas que configuram o processo do conhecimento e da vida. Na primeira seção, vemos como o acaso distribui qualidades em operações estéticas que configuram iconicamente o sensível; na segunda, pensamos a existência e o encontro à luz de uma ética comunicacional; na terceira, a mediação como fundamento para a fixação da crença e a mudança de hábitos. Uma última seção formula os termos de um conceito de comunicação sinequista como uma continuidade entre os três distintos horizontes comunicacionais. Procura-se, com isso, problematizar politicamente a comunicação ao concebê-la pela atualização ética de potenciais estéticos.
Este artigo apresenta parte do percurso traçado pela pesquisa Semiótica Crítica: a Comunicação como acontecimento. Como ponto de entrada ao trabalho, apresentaremos aqui a hipótese central e nossos objetivos; a saber, a percepção de que o conceito de acontecimento, a despeito de sua importância, tem dispersão na área da Comunicação, e flutua entre compreensões empiristas, funcionalistas e/ou fenomenológicas. Entrevendo outra vida possível ao conceito, com outra potencialidade à pesquisa comunicacional, passamos a investigar as dimensões pragmaticistas do acontecer, entre a semiótica de Charles Sanders Peirce e a filosofia de Gilles Deleuze. Ao pensar o acontecimento nos seus efeitos, com sua efetuação e contra-efetuação inseparáveis, abre-se espaço a um pensamento da Comunicação que não reifique seus objetos ou a experiência, focando em compreender as traduções aí envolvidas.
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