As Festas da Batata, da Água, de Iraxao, da Princesa Turca, do Vulcão Popocatépetl, das Folias de Reis, de Santo Antonio, de São Jorge e de Nossa Senhora do Livramento dão o tom da primeira parte do Dossiê Arte em Festas na PROA 8.2. Com o grande número de contribuições recebidas na chamada, optamos por dividir os trabalhos aprovados em dois volumes distintos, sendo que nessa primeira seleção os artigos e ensaios visuais encontram na festa um local etnográfico privilegiado para pensar as corporalidades, as danças e as técnicas enquanto manifestações artísticas. É nesta toada que a capa traz desenhos de autoria de Anderson Pereira, um dos autores do dossiê, que ilustra os movimentos corporais da dança.
Esta entrevista, realizada pelo percussionista Frank Colon com Dom Um Romão, foi originalmente publicada em inglês, em novembro de 1990 pela Modern Drummer, uma das principais revistas comerciais sobre bateria e percussão dos Estados Unidos, existente desde 1977 e hoje presente em mais de 60 países. A sessão de entrevistas é recorrente nos números da revista, sendo que bateristas e percussionistas brasileiros foram diversas vezes entrevistados, principalmente aqueles que deixaram o Brasil durante a ditadura militar que começou em 1964, tentando uma vida melhor nos Estados Unidos ou Europa, como é o caso do Dom Um Romão, mas também do Airto Moreira, Nenê e outros. Sendo assim, é uma fonte importante para a construção da história da bateria brasileira, principalmente ao vermos que esses artistas ficaram muito tempo fora do Brasil e aqui há pouco ou quase nenhum conteúdo sobre eles durante esse período.
O presente dossiê, que tem como título “Música enquanto prática decolonial”, reúne trabalhos de pesquisadoras e pesquisadores, de variadas formações disciplinares, que se debruçaram sobre contextos em que práticas musicais expõem decolonialidades, ou que a lógica colonial impede tal processo.
A revista PROA, em seu primeiro número do décimo volume, traz principalmente a música enquanto objeto e problema das reflexões de artistas e antropólogos. Nesse momento que os seres humanos parecem indiferenciáveis diante do contagioso e recentemente conhecido Sars-CoV-2, tudo parece muito resumido a questões epidemiológicas. No entanto, com e a partir da música, os autores do dossiê “Música enquanto prática decolonial” problematizam a configuração da modernidade expondo a colonialidade que a engendra, o que implica questionar poderes criadores do mundo globalizado. Um dos efeitos mais notáveis e atuais do processo é o espraiamento da rede de contágio do vírus desacompanhado da paralela equalização das condições de combate à doença. Isto é, se um mundo pandêmico nos obriga a refletir sobre desigualdades, logo sobre poderes, a música faz nada menos e, ademais, favorece introduzir uma perspectiva de ruptura aos desaparecimentos a que são condenados conhecimentos, práticas, pessoas ou tudo aquilo que não é hegemônico.
Este artigo aborda a problemática das práticas e processos educativos que aconte-cem no campo da educação não formal de música. O objetivo é apresentar e discu-tir as práticas do coletivo musical Big Band CMS enquanto um espaço de formaçãode seus participantes, por meio de uma análise desenvolvida por membros da BigBand CMS que buscam uma reflexibilidade sobre sua própria prática de aprendi-zagem. Nesse sentido, a metodologia empregada é a pesquisa qualitativa realizadapor meio da vivência de dois integrantes do grupo, de acordo com a análise de ati-vidades educacionais que ocorrem nesse grupo/espaço. Assim, é também intençãodo artigo destacar a relevância da criação e a manutenção de projetos, como a BigBand CMS, por iniciativa espontânea da população, que afirmam a importância depesquisas no campo ampliado da educação, reforçando a identidade social e comu-nitária por intermédio da experiência coletiva de aprendizado.Palavras-chave: Educação não formal. Aprendizagem. Banda de música. Músicapopular.AbstractThis article approaches the problematic of educational practice and processes inthe field of non-formal music education. The text main objective is to presentand discuss the practices of the musical collective called Big Band CMS as atraining ground for its participants, throughout an analysis developed by its ownmembers who seek a reflexibility of their own learning practice. Therefore, themethodology used is a qualitative research carried out through the experienceof two members of the group, aiming to analyse the educational activities thatoccur in this group/space. Nevertheless, it is also the intention of the article topoint out the relevance in the creation and maintenance of projects such as theBig Band CMS: a spontaneous initiative of the population, which affirm the im-portance of research in the broader field of education, strengthening social andcommunity identity through collective learning experience.Keywords: Non-formal education. Learning. Music band. Popular music.ResumenEste artículo aborda la problemática de las prácticas y procesos educativos queocurren en el campo de la educación no formal de música. El objetivo es pre-sentar y discutir las prácticas del colectivo musical Big Band CMS como un es-pacio de formación de sus participantes, a través de un análisis desarrollado pormiembros de la Big Band CMS que buscan una reflexión sobre su propia prácticade aprendizaje. En ese sentido la metodología empleada se trata de una investi-gación cualitativa realizada a través de la vivencia de dos integrantes del grupo, através del análisis de actividades educativas que ocurren en ese grupo / espacio.Así, es también la intención del artículo destacar la relevancia de la creación ymantenimiento de proyectos como la Big Band CMS, por iniciativa espontáneade la población, que afirman la importancia de investigaciones en el campo am-pliado de la educación, reforzando la identidad social y comunitaria a través de laexperiencia colectiva de aprendizaje.Palabras clave: Educación no formal. Aprendizaje. Banda musical. Música popular.
A PROA está fazendo aniversário! Com o primeiro número publicado em 2009, a revista chega ao volume 9.1 e sentimos um imenso prazer em dividir com os leitores deste periódico o resultado de uma década de trabalho. Assim como muitos outros rituais de passagem, o aniversário de 10 anos da PROA exprime a confluência de diversas trajetórias intelectuais e, inevitavelmente, nos faz pensar no difícil percurso das revistas acadêmicas organizadas por estudantes de pós graduação de universidades públicas brasileiras. No momento em que cortes de recursos destinados ao ensino superior convivem, paradoxalmente, com um aumento acima da média da produção científica nas ciências humanas e sociais, nos parece de extrema importância refletir sobre o papel dos pesquisadores e das universidades neste tipo de trabalho.
É com satisfação que disponibilizamos ao público a edição PROA 8.1. Na seção de fluxo contínuo, o artigo de Ana Paula Campos analisa como as festas de Exu, em terreiros cariocas, são campos privilegiados para análise da incorporação enquanto fenômeno artístico. As pesquisadoras chilenas Carla Pinochet e Margarita Gomez exploram as reverberações entre arte e antropologia no artigo “Investigación en arte y antropología: una experiencia de colaboración interdisciplinaria”, a partir de uma etnografia de um programa educacional com crianças em Santiago. A obra do artista cearense Leonilson Bezerra Dias é abordada no artigo “Tramas narrativas, um mergulho com o artista Leonilson”, de Karlene Andrade e Juliana Chagas, pelo viés da sua trajetória e das relações que estabeleceu em vida. O artigo “Performances culturais nas telenovelas” recupera as avaliações críticas sistematizadas dos constituintes que fazem da telenovela brasileira uma performance cultural, por meio de elementos associados, principalmente, ao seu contexto social, histórico e cultural. E por último, Luciane Coccaro analisa o espetáculo A Sagração da Primavera de Igor Stravinsky a partir dos conceitos de arquivo, repertório e roteiro. Na seção de Ensaios Visuais, Denise Pimenta traz um experimento fotográfico e metodológico desenvolvido na Serra Leoa, através do uso da câmera Polaroid com um grupo de onze interlocutores de sua pesquisa de doutorado.
O ano de 2019 foi de grande importância para a PROA, celebramos os dez anos de criação da revista, publicando duas edições comemorativas que evidenciam o desenvolvimento e a consolidação de nosso trabalho ao longo desse processo. Em meio a tanto retrocesso e cortes de verbas para educação e pesquisa, além da censura as formas de expressão artísticas, conseguimos mesmo assim construir uma publicação de referência na área da antropologia e arte, e estamos muito contentes em compartilhar mais um número com vocês.
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