According to official census results, the Puerto Rican population became significantly whiter in the first half of the twentieth century. Social scientists have long speculated about the source of this trend, but until now, available data did not permit competing hypotheses of Puerto Rico's whitening to be evaluated empirically. This article revisits the question of how Puerto Rico whitened using newly available Public Use Micro-Samples from the 1910 and 1920 U.S. Censuses of Puerto Rico. Demographic analysis reveals that racial reclassification between censuses generated a “surplus” of nearly 100,000 whites in the 1920 enumerated population. Previous studies of intercensus change in the racial composition of populations have demonstrated that racial reclassification occurs. Going beyond previous studies, we investigate empirically the underlying social mechanisms that fueled change in categorical membership. Reclassification between censuses may reflect the movement of individuals across racial boundaries (boundary crossing), the movement of racial boundaries across individuals (boundary shifting), or both of these boundary dynamics simultaneously. Operationalization of these conceptually distinct boundary dynamics shows that Puerto Rico whitened in the second decade of the twentieth century primarily through boundary shifting-an expansion of the social definition of whiteness itself. Our analysis helps advance general sociological understanding of how symbolic boundaries change.
A pergunta sobre raça/cor no censo brasileiro estabelece e institucionaliza categorias que podem se tornar um critério para diferenciação social, para estruturar relações raciais, definir identidades e esclarecer o que se entende popularmente por cor ou raça. A definição de fronteiras raciais também é importante para a implementação de políticas públicas que utilizam a variável raça como critério de inclusão. Regras informais de interação social observadas em posições de classe também contribuem para a codificação da raça/cor e para a atribuição de privilégios e direitos (Telles, 2004:222). O problema, entretanto, é que essas regras, normas, ideias e crenças têm importantes consequências no mundo real, sobretudo quando as categorias raciais utilizadas variam ao longo do tempo e do espaço, dependendo de ideologias, práticas raciais, mobilidade social e respostas estatais a demandas sociais e políticas (Carvalho, Wood e Andrade, 2003;Graham et alii, 1990;Jenkins, 2008;Nobles, 2000;Omi e Winant, 1994;Skidmore, 1993). A variável raça/cor funciona, portanto, como sinalizador, catalisador visível para a exclusão social e para o pertencimento de classe. Um sinalizador que serve tanto para implementar políticas públicas quanto para reificar distinções raciais e sustentar estereótipos sobre comportamentos, crenças e experiências de populações particulares (Noymer, Penner e Saperstein, 2011).
A crescente inclusão da raça no debate público brasileiro, o aumento da sua disponibilidade em pesquisas de opinião e monitoramento e a facilidade de inclusão da variável em modelos estatísticos tem provocado um paradoxo na importância da raça. Ao mesmo tempo em que a cor da pele vem ganhando relevância no debate político, ela também vem perdendo a sua importância substantiva como um construto social complexo e dinâmico por ser utilizada de modo superficial, como uma categoria permanente e imutável em estudos quantitativos. Este ensaio bibliográfico discorre sobre os fatores que contribuem para essa tendência levando em conta a literatura nacional e internacional produzida nos últimos dez anos. Questiona-se o uso da raça em políticas públicas atentando-se para a sua confiabilidade, variabilidade e validade e discutem-se as limitações e possibilidades de uso da raça como um demarcador de diferenças. O ensaio conclui-se sugerindo uma agenda de pesquisa para aprimorar o entendimento e reduzir as incertezas associadas ao uso da variável "raça" em estudos quantitativos.
Resumo As desigualdades na distribuição de renda, assim como a influência do número de filhos sobre a participação de homens e mulheres no mercado de trabalho são assuntos pouco explorados no Brasil. Este artigo investiga o efeito da maternidade na probabilidade de a mulher estar ou não inserida no mercado de trabalho e mensura os diferenciais de rendimento entre homens e mulheres, por classes de renda, controlando-se pelo viés de seleção ocupacional, pelos diferenciais de capital humano e pelo número de crianças presentes no domicílio. Conclui-se que há severa penalidade materna para a inserção das mulheres pobres no mercado de trabalho, mas que a maternidade não é o principal fator que influencia o hiato sexual de rendimentos. Além disso, demonstra-se que a desigualdade de renda é favorável aos homens que se encontram nas classes baixa e média, mas não entre os mais ricos.
Monitoring racial inequalities, whether socioeconomic or health-related, assumes stability in racial classification. Otherwise, the dynamics of these inequalities could result from racial reclassification rather than from processes related to socioeconomic and health inequalities per se. The study proposes a typology of uncertainty in racial classification (contextual -temporal, geographic, procedural -and sampling)
Exceto onde especificado diferentemente, a matéria publicada neste periódico é licenciada sob forma de uma licença Creative Commons -Atribuição 4. Abstract: "It is not possible to separate people by race in Brazil" (Fry et al., 2007). This common and long-standing argument is part of the Brazilian racial classification system at least since the early 20th century. The inability to identify target populations has also been a reason to be skeptical about the success of affirmative action programs implemented to mitigate persistent racial inequalities in Brazil. This article investigates the association between inconsistencies in racial classification and the level and composition of inequalities in education and consumption. Using unique data from the 2002 Brazilian Social Survey (PESB), we show that individuals whose race/color was inconsistently reported account for at least half of total inequality and more than a third of inter-racial inequality. After excluding inconsistently classified individuals from our sample, however, the share of inter-racial inequalities does not substantially change, demonstrating that racial uncertainty has little influence on racial inequality in Brazil.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.