O artigo analisa razões, benefícios e dificuldades da interação universidade-empresa. Realizou-se uma pesquisa survey que investigou interações da área de ciências da computação do Rio Grande do Sul em 2013. Os resultados revelam que as principais razões e benefícios, para as universidades, classificam-se como intelectuais, enquanto para as empresas são as razões proativas e os benefícios focados em inovação. Em relação às dificuldades, os dois grupos de respondentes destacaram fatores de interesse e institucionais. Para ir além de “pontos de interação”, como sugerido pela literatura enquanto uma característica da relação U-E no Brasil, é necessário não apenas expandir quantitativamente o número de interações, mas também ampliar a qualidade dos relacionamentos, remetendo ao entendimento de que essas influenciam diretamente na atividade de geração de conhecimentos e inovações. As questões apontadas na pesquisa desmistificam a ideia das universidades como “torres de marfim” e das empresas como atores passivos.
A literatura tem destacado contribuições da interação universidade-empresa (U-E) para o desempenho inovativo da firma, uma vez que ao interagir, a firma acessa e utiliza conhecimentos externos, ampliando sua possibilidade de inovar. Um aspecto fundamental para que a interação U-E resulte em inovações é a capacidade da firma de absorver o conhecimento externo. Para avançar na compreensão da relação entre interação U-E e capacidade absortiva (CA) é fundamental conhecer como a CA é mensurada. Após uma análise da literatura entre 2000 e 2012, três estudos atuais foram selecionados por apresentarem aderência à discussão aqui sugerida e elementos de mensuração já validados empiricamente. Com base nisso, foi proposta uma estrutura de mensuração, verificada empiricamente em uma pesquisa survey -realizada em 2013 com firmas que possuíam interação com universidades -e validada pelos resultados favoráveis da análise de confiabilidade realizada. O trabalho contribui ao propor um conjunto sintético de elementos de mensuração da capacidade absortiva já a validados empiricamente e aponta para avanços necessários em direção à uma proposta mais específica à realidade de firmas que interagem com universidades e à inclusão das dimensões da capacidade absortiva científica e industrial na análise da dinâmica inovativa de firmas que interagem com universidades. Palavras chave: Capacidade de Absorção da Firma; Interação Universidade-Empresa; Mensuração. AbstractThe literature has highlighted contributions of university-enterprises interaction (UE) for the firm's innovative performance, since when interacting the firm access and use external knowledge, expanding their ability to innovate. A key aspect for UE interaction results in innovations is the firm's ability of the firm to absorb external knowledge. To advance in understanding the relationship between UE interaction and absorptive capacity (AC) is essential to understand how CA is measured. After a review of the literature between 2000 and 2012, three current studies were selected because of their adherence to the proposal discussion here and suggested measurement elements already empirically validated. Based on this, a framework for measuring was proposed, verified empirically in a survey research -held in 2013 with firms that had interaction with universities -and validated by the reliability analysis favorable results. The paper contributes by proposing a synthetic set of measuring absorptive capacity elements already validated empirically and points to progress towards a more specific proposal to the reality of firms that interact with universities and to include in the measures other two dimensions of firm's absorptive capacity: the scientific and industrial.
This paper aims to contribute to the discussion about firm’s innovation, focusing at university–industry interactions (UII), funding and innovation outcomes. The research analysed the data of 325 Brazilian firms that interacted with universities and/or research centres. Regression models were used to evaluate the impact of public funding, types of interactions and innovation outcomes. In addition, the moderation effect of public funds was tested in different types of interactions. The results show that the university–industry interactions based on the use of the university’s knowledge has a positive and significant relationship with firm’s product innovation, and the use of public funding has a negative and significant relationship with a firm’s innovation intensity. It is relevant to note that there are important specificities of the Brazilian context, such as the innovation-related public funding and its effectiveness for the firm’s innovative activities, which contributes to explaining the outcomes.
Abstract:This study aims to analyze technological knowledge and information flows intra and extra-cluster, as well as the cognitive roles the firms play. It was decided to investigate such flows among firms and institutions that compose the wine cluster of Vale dos Vinhedos, mountain region of Rio Grande do Sul, responsible for approximately 90% of the national wine production. The social network method was used for this article. As main results, it is highlighted: the information flow has a distinct dynamic from the technological knowledge flow established among firms; they play different cognitive roles in the identified technological knowledge network; great part of the connections established is with companies from the cluster itself; and the search for knowledge in support institutions in the area is intense, highlighting the importance of geographical proximity in the established relations. Key-words:Innovation, knowledge and information flows, firms' cognitive roles, social network. Resumo
Este texto para discussão tem como objetivo argumentar a respeito da relevância do Diretório dos Grupos de Pesquisa (DGP) vinculado à Plataforma Lattes enquanto base de dados fundamental para registro e acompanhamento da atividade científica, tecnológica e interativa entre diferentes atores do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI), reunindo dados e permitindo a construção de indicadores fundamentais para a avaliação de políticas públicas em ciência e tecnologia (C&T) e, em certo sentido, em inovação. Para tanto, apresenta-se uma análise de conteúdo dos trabalhos acadêmicos que utilizaram a base de dados do DGP desde seu lançamento na década de 1990 até 2021, a partir de uma revisão sistemática da literatura – usando o Catálogo de Teses e Dissertações, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e a base da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (BDTD/IBICT). Foi feita também uma busca de artigos publicados em periódicos indexados nas bases Web of Science, Scopus e Scielo. A busca exaustiva evidenciou 244 documentos pertinentes, os quais passaram por um processo de clusterização. Os clusters identificados foram agrupados em três categorias: i) economia da ciência, tecnologia e inovação (CT&I); ii) sociologia da C&T; e iii) cientometria aplicada. Os principais resultados apontam que a produção acadêmica que fez uso do DGP é bastante rica, diversa e crescente. As três categorias ilustram a contribuição do DGP para a compreensão de aspectos diversos do SNCTI. A constatação central é que, nos últimos anos, a base do DGP vem perdendo centralidade e sendo enfraquecida. Sob esse ponto de vista, a política de CT&I brasileira perde ao não apostar nas potencialidades de um sistema que permite a construção de indicadores com baixo custo relativo para a obtenção de informações e com significativa representatividade da comunidade científica do país.
Inovação e difusão são conceitos imbricados. Compreender a difusão de inovações significa avançar no entendimento do progresso tecnológico. Há na literatura o entendimento de que a difusão é contexto-dependente. O objetivo do estudo é analisar a difusão de inovações no Brasil, considerando suas particularidades socioeconômicas. Com dados de consumo retirados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) para seis produtos em diferentes períodos, estimaram-se curvas de difusão, baseadas em Rogers (1962), e calcularam-se coeficientes, conforme Bass (1969). Os principais resultados foram: o modelo mostrou-se útil para a análise da difusão no Brasil, demonstrando que as teorias de Rogers e Bass são relevantes também para este contexto; a difusão dos produtos investigados encontra-se em diferentes estágios e caracteriza-se por ser, essencialmente, um processo de imitação; e devem-se considerar as peculiaridades da difusão para a economia brasileira, pois há fatores endógenos que a tornam diferenciada.
ResumoO objetivo do artigo é compreender a relação entre capacidade de absorção da empresa (CA), qualificação da mão de obra, P&D interno e o desempenho inovativo de empresas que interagem com universidades. Para tanto, foram utilizadas informações coletadas em um survey com empresas localizadas no Rio Grande do Sul que interagiram com universidades, de acordo com o Censo 2010 do Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq. Por meio do método de componentes principais categóricos, foi possível inferir as dimensões da CA e relacioná-las ao desempenho inovativo da empresa, à atividade interna de P&D e à qualificação da mão de obra. Os principais resultados são: o P&D não deve ser tratado como sinônimo de CA; mão de obra mais qualificada (pós-graduados) está relacionada a uma maior CA potencial e realizada; o predomínio de técnicos associa-se a uma maior CA realizada; empresas com maior CA são mais inovadoras.
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