RESUMO -O trabalho relata e discute a integração docente-assistencial como espaço privilegiado para a construção de um saber em saúde coletiva que articule o conhecimento oriundo da prática profissional com o gerado pela academia, rompendo a dicotomia saber/fazer.ABSTRACT -The authors report and discuss the teaching-service integration as a privileged space to framing of the public health knowledge.By this const, ruction it has been achieved a greater approach between the academic knowledge and the knowledge emerged of the practice.
INTRODUÇÃOA construção do saber em saúde na nossa sociedade vem, historicamente, caracterizando se pela desarticulação entre o saber acadêmico e aquele que emerge do exercício da prática assis tencial. Esta desarticulação guarda relação com o distanciamento existente entre o trabalho inte lectual e o trabalho manual, característica do modo de produção capitalista que predomina na atual formação social brasileira. Nesta forma de organização, onde a sociedade está estratificada em classes sociais, a produção de conhecimento e prestação de serviços atendem ao projeto polí tico da classe dominante reiterando as con dições de dominação desta sobre as classes do minadas'. Ainda, o conhecimento da totalidade do processo de trabalho é prerrogativa das clas ses dominantes enquanto que às classes domi nadas cumpre a execução de tarefas parciais, manuais e simplificadas. Regida pelos pressu postos do racionalismo positivista, a pr6pria construção do saber universaliza os homens ne gando a sua diferenciação social e imobilizando a realidade, ignorando a sua dinamicidade e his toricidade.Esta mesma concepção positivista que vi sualiza nos movimentos da natureza e da hist6-ria, "uma perene repetição dos mesmos ci clos"7, acaba dando conta de manter a distância e a compartimentalidade das trajet6rias que res pondem pela evolução do saber acadêmico e daquele que se origina no processo de trabalho dos serviços, ou seja, na prática. Embora desar ticuladas, elas têm eixos comuns, no sentido de que ambas reiteram e reproduzem intervenções que interessam à perpetuação da ideologia d <:minante. Do mesmo modo, se garante a dOID1-nação internacional, pois as teorias absolutistas, que se fundamentam em realidades � ociais alienígenas, invadem e atropelam o mOVlIDento de reflexão e criação que ocorreria a partir da compreensão de cada realidade objetiva apro ximável, quer seja no âmbito da Educação, quer seja no da Saúde.Na enfermagem brasileira, o saber acadêmi co também deriva de teorias que não contem-· pIam a realidade social do país, acentuando com isso o distanciamento entre a "academia" e o "serviço". Dessa maneira, o saber produzido na "academia" torna-se impossível de operaciona lização, passando a existir concretamente ape nas para um grupo social muito restrito, em ge ral constituído pelos enfermeiros ligados às ins tituições de ensino de nível superior."O saber de enfermagem expresso por suas teorias pode ser uma proposta voltada mais para as dimensões científicas desta prática sem con templar a d...