Resumo: O presente texto promove um diálogo entre o que intenta a Proposta de Lei Escola Sem Partido (que visa combater o que chama de doutrinação ideológica nas escolas e universidades) com as noções que vêm sendo tecidas pelo campo de estudos do currículo. Ao trazermos a compreensão dos currículos como criação cotidiana, dos professorxs e alunxs como autores dos seus processos de ensinoaprendizagem e da produção do conhecimento como tessitura em rede, evidencia-se que um currículo neutro, não ideológico e apolítico é impraticável, assim como é impossível que os professorxs aprendam a separar seus valores morais, políticos e ideológicos dos conteúdos, pois nem mesmo os conteúdos escolares previstos nos currículos formais o são. Além da discussão epistemológica, são trazidas narrativas docentes como um recurso que nos ajuda a compreender a indissociabilidade entre as múltiplas dimensões (fazer/sentir/pensar) das quais está embebida a prática docente. Diante de tal impossibilidade, percebemos que aqueles que promovem a ideia de uma escola neutra ou possuem uma ingenuidade político-epistemológica ou, na verdade, maquiam um projeto de Escola de Um Único Partido: o hegemônico, que toma como verdade absoluta os conhecimentos validados pela alta cultura e, portanto, não relativiza o status quo. Concluímos que, em qualquer uma dessas possibilidades, devemos combater o projeto Escola Sem Partido assegurando o respeito mútuo e a expressão efetiva do direito à diferença nas nossas políticas curriculares educacionais, pois lecionar por um projeto de cidadania não pode ser crime! Palavras-chave: Escola sem partido. Currículo. Neutralidade. Hegemonia
Resumo: Este artigo foi escrito durante o período de pandemia do Coronavírus e desloca a noções de mundo e de fim de mundo, com apoio dos contos de Deszö Kosztolányi e Julio Cortázar e das perspectivas de expansão e de invenção do presente no diálogo com as teorias de Michel de Certeau, Boaventura de Sousa Santos e Ailton Krenak. Nesse sentido, tece-se forte crítica anticapitalista e argumenta-se que as criações de praticantes dos currículos são conhecimentos-solidariedades que abalroam as linhas abissais do ocidente capitalista, patriarcal e colonial, criando possibilidades de outros mundos adiando seu fim. Concluise que há resistência e criação na arte e nos cotidianos a partir de situações trazidas dos cotidianos na escola e na Universidade Popular dos Movimentos Sociais. Palavras-chave: Currículo. Descolonização. Fim do mundo. Ecologia de saberes.
This study aims to exam the power of narratives in educational research. It discusses inaboutwith studies on school everyday life (Alves, 2008), following the examination of the modern production of knowledge in Western modernity, based on the ideas of Santos (2000, 2004, 2006) and Adichie (2019), acknowledging, at the same time, the importance of recognizing other rationalities and the place of narratives in this process. We assume the narratives (Ricoeur, 1994; Benjamin, 1994) of singularsocial experiences (Reis, 2022) as the theoretical-methodological-epistemological and political approach to the production of our research.
O presente texto objetiva apresentar pesquisa realizada no contexto de uma extensão universitária voltada para pensar os modos pelos quais docentes tecem saberes próprios na/da profissão, criando currículos cotidianamente. Reconhece a indissociabilidade dos procedimentos metodológicosteóricospolíticos e, para isso, faz uso de referenciais das pesquisas nosdoscom os cotidianos e da pesquisa narrativa, pensando essas narrativas como processos artesanais. As considerações provisórias apontam que as narrativas docentes, ao serem documentadas e divulgadas, além de oportunizarem a autoformação de quem as vive, podem oferecer subsídios para a formação docente e para a formulação de políticas educacionais voltadas para a formação de professores.
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