Resumo As avaliações em larga escala, dependendo da área na qual estão sendo aplicadas, são responsáveis por orientar decisões importantes. Nos exames educacionais, os objetivos podem estar direcionados para as diferenças individuais, monitorando o desempenho dos estudantes em diversas situações, como também para a apreciação de programas ou de projetos educacionais, subsidiando ou justificando alguma ação na esfera política. A validade das medidas e suas interpretações são de suma importância, com consequências que podem afetar a população envolvida e até mesmo a sociedade. As questões consideradas fundamentais para uma avaliação em larga escala eficiente consistem em validade, confiabilidade, comparabilidade e justiça. Esses termos devem ser considerados sempre que decisões de valores são tomadas com base nas avaliações. São feitas considerações sobre os conceitos de validade e de confiabilidade e a relação existente entre eles. A comparação entre avaliações com itens abertos consiste atualmente em uma das questões de maior preocupação para os especialistas, fato esse provocado pela intensificação da utilização de matrizes comuns de referência desenvolvidas para orientar os currículos em todos os níveis de ensino em diversas nações. Discute-se também a justiça nas avaliações, que está relacionada com a igualdade de condições a todos os seus participantes. Uma avaliação de qualidade deve permitir às pessoas oportunidades de respostas que assegurem inferências corretas sobre seu desempenho em relação ao construto medido. O objetivo deste trabalho é descrever as principais teorias presentes nas avaliações em larga escala, fornecendo subsídios para uma correta interpretação dos conceitos envolvidos em seus processos.
RESUMONeste artigo apresento uma análise lingüístico-discursiva de um texto institucional -a Parte 2 das Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Letras -objetivando discutir e refletir sobre as prescrições à formação do futuro profissional da área de Letras a partir das competências e habilidades preconizadas por tal documento e, em última instância, avançar na compreensão das relações entre linguagem e trabalho educacional. Esta análise interpretativa de um texto sobre o trabalho educacional foi desenvolvida sob a perspectiva do interacionismo sóciodiscursivo e com os procedimentos de análise de Bronckart e Machado (2004). Revela que as prescrições são textualizadas de forma vaga, e atemporal, deixando transparecer a representação de um profissional ideal, capacitado com competências e habilidades de forma ampla e completa sem, no entanto, explicitar como essa capacitação deve ocorrer. Palavras-chave: análise lingüístico-discursiva; interacionismo sóciodiscursivo; curso de letras; textos institucionais; diretrizes curriculares; prescrições. ABSTRACTIn this article I present a linguistic-discursive analysis of an institutional text -Part 2 in Section 2 of the National Curricular Directives for the 'Letras' Course -aiming at discussing and reflecting on the prescriptions to the education of the future professional in the 'Letras' area from the competences posed by such a document, and also to advance in the understanding of the relationship between language and educational work. This interpretative analysis of a text about the educational work developed from the sociodiscursive interactionist perspective and the analysis procedures by Bronckart and Machado (2004) reveal that the prescriptions are textualised in a vague and atemporal way, implying a representation of an ideal professional, endowed widely and thoroughly with competences and abilities without, however, making explicit how such qualification should happen.
O objetivo deste artigo é apresentar o conceito de Letramento em Avaliação (STIGGINS, 1991), como ele se desenvolveu área da Educação norte-americana e como se ampliou para a área de ensino, aprendizagem e avaliação de línguas estrangeiras a partir de Inbar-Lourie (2008). Em seguida, apresentamos a definição de Letramento em Avaliação de Línguas proposta por Fulcher (2012), considerada a mais completa e abrangente pelos pesquisadores da área. Na sequência, discorremos sobre o texto de Scaramucci (2016), primeira publicação sobre o tema no Brasil, e tecemos reflexões sobre sua relevância desse tipo de letramento para o contexto de ensino de línguas no Brasil.
O Letramento em Avaliação (Stiggins, 1991; Inbar-Lourie, 2008; Fulcher, 2012; Coombe, 2018) dos professores de línguas adicionais em formação inicial e continuada é complexo e possui necessidades únicas (Levi e Inbar-Lourie, 2019). Em 2017, realizei um levantamento eletrônico para verificar a presença do tema Avaliação em Línguas Estrangeiras Modernas nos títulos das disciplinas, nos projetos pedagógicos, nos currículos e nas ementas dos cursos de Letras-Licenciaturas em LEM e dos programas de pós-graduação afins de 50 universidades federais brasileiras. Identifiquei 141 cursos (100%), 17 (12,0%) ofertando disciplinas de Avaliação em LEM e 33 (23,4%) apresentando o tema Avaliação nas ementas de outras disciplinas, com casos em que havia as duas possibilidades. Desses 141 cursos, 4 (2,8%) não disponibilizavam informações online e 39 (27,6%) não disponibilizavam suas ementas. Nos programas de pós-graduação, identificamos 32 (100%) relacionados a LEM, com 4 (12,5%) ofertando disciplinas sobre Avaliação em LEM e 5 (15,6%) mencionando Avaliação em outras ementas. Nenhum caso apresentou as duas possibilidades concomitantemente; 11 (34,3%) não disponibilizaram suas ementas e 2 (6,2%) não disponibilizaram nenhuma informação em seus sítios eletrônicos. Embora esses dados representem parcialmente a realidade brasileira, eles indicam que os cursos de graduação em Letras-Licenciaturas em LEM e os de pós-graduação afins não têm dedicado muito espaço para o Letramento em Avaliação específico que atenda às necessidades da área de línguas.Palavras-chave: Letramento em avaliação de línguas adicionais; Formação de professores de línguas adicionais; Licenciatura em ensino de línguas adicionais.
Este artigo apresenta um panorama do ensino de inglês na escola básica pública brasileira por meio da sua estrutura e do histórico do ensino de línguas estrangeiras no Brasil através dos documentos oficiais que incidiram – e ainda incidem – sobre o sistema educacional brasileiro, do contexto das escolas e do perfil dos professores de inglês. O olhar para a estrutura e o percurso histórico revelam a perda gradativa da importância do ensino de línguas estrangeiras na educação básica brasileira, bem como o estabelecimento de um sistema descentralizado, no qual há pouca regulamentação e consequente dificuldade para verificação e acompanhamento da qualidade do ensino. Com respeito às escolas públicas, destaca-se a vulnerabilidade social a que estão expostas, gerando um sentimento de irrelevância com relação à disciplina de inglês e de desvalorização do trabalho do professor. E quanto ao professor, salienta-se a necessidade de políticas permanentes de formação que atendam efetivamente as demandas dos professores das diferentes regiões brasileiras. Assim, tendo em mente a crescente demanda de internacionalização e inserção social, o ontem do ensino de inglês na educação básica pública brasileira tende a comprometer seriamente o amanhã dos jovens brasileiros caso os desafios suscitados por esse panorama não sejam enfrentados.
Considerando a literatura existente sobre Letramento em Avaliação de Línguas (SCARAMUCCI, 2016; QUEVEDO-CAMARGO; SCARAMUCCI, 2018) e o papel da avaliação no processo de ensino/aprendizagem (SCARAMUCCI, 2006), este artigo discute o lugar e o papel desse letramento e os benefícios que pode propiciar aos docentes e aos seus contextos de atuação. Trazemos o conceito de glocalização (ROBERTSON, 1995; TRIPPESTAD, 2016) no contexto de ensino do inglês e sua importância no processo de formação de professores de língua inglesa. Realizamos um microestudo qualitativo-interpretativista (MOITA LOPES, 1994) com dados provenientes de um questionário on-line aplicado a cinco professores de inglês de uma escola pública de idiomas do Distrito Federal e da análise documental das disciplinas que compõem as matrizes curriculares dos seus cursos de Letras. Os resultados indicam que há uma carência de Letramento em Avaliação de Línguas na formação acadêmica dos participantes, o que é indispensável para que o professor possa conceber sua sala de aula como um espaço glocal.
Resumo: Este artigo objetiva discutir brevemente questões relativas à avaliação e certificação de docentes de língua inglesa e apresentar uma proposta de ação para a avaliação docente na formação inicial e na continuada. Tal proposta baseia-se predominantemente nos trabalhos de Porter, Youngs e Odden (2001) Abstract:This article aims at discussing briefly some issues related to the assessment and certification of English language teachers, as well as presenting a proposal for action in teachers' assessment in pre-and continuing education. Such a proposal is based predominantly on the works by Porter, Youngs and Odden (2001) and Dolz e Schneuwly (1998), and consists of five elements: the objective of assessment, the object of assessment, the agent of assessment, the nature of assessment SIGNUM: Estud. Ling., Londrina, n. 14/1, p. 475-501, jun. 2011
Partindo da premissa de que a avaliação é parte integrante do processo de ensino e aprendizagem de línguas, este artigo apresenta um microestudo que investigou as percepções de alunos-graduandos do curso de licenciatura em Letras-Inglês de uma universidade pública da região Centro-Oeste sobre sua própria formação para avaliar. Para analisar as informações fornecidas pelos participantes, apoiamo-nos nos conceitos basilares de professor reflexivo (SCHON, 1983; 1992; CONTRERAS, 2002) e de letramento em avaliação (de línguas) (STIGGINS, 1991; SCARAMUCCI, 2016; QUEVEDO-CAMARGO; SCARAMUCCI, 2018). A metodologia utilizada incluiu entrevistas semiestruturadas e análise documental (PRODANOV; FREITAS, 2003) do currículo do curso de formação de professores em Letras-Inglês da universidade. As análises das entrevistas indicam que os licenciandos entendem a importância dos conhecimentos pedagógicos para sua formação e, sobretudo, sentem falta de disciplinas que abordem a avaliação de línguas. Concluímos que é necessário que o letramento em avaliação de línguas seja uma das pautas centrais para discussão nos cursos de formação de professores, para que os formandos compreendam o processo avaliativo de maneira integral, desde a formulação dos objetivos e a elaboração de instrumentos até a interpretação dos dados e a tomada de decisões a partir deles, e, assim, exerçam seus papéis de professores-avaliadores reflexivos.
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