A primeira edição do Atlas Brasileiro de Energia Solar foi lançada em 2006 com base em 10 anos de dados dos satélites da série GOES e no modelo físico de transferência radiativa BRASIL‐SR, validado com dados observados em 98 estações meteorológicas operadas pelo INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e espalhadas por todo território nacional. Na época do lançamento, a rede SONDA (Sistema de Organização Nacional de Dados Ambientais), operada pelo INPE, havia recém entrado em operação e contribuiu no processo de validação com apenas três anos de dados solarimétricos das 3 componentes da irradiação solar na superfície: global horizontal, direta normal e difusa. Essa edição pioneira do Atlas constituiu um marco importante no histórico da energia solar no Brasil e é, ainda hoje, empregada por vários investigadores e empreendedores da área de energia solar. Após mais de 10 anos, o Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), através do seu Laboratório de Modelagem e Estudos de Recursos Renováveis de Energia (LABREN), tem a satisfação de publicar a segunda edição, ampliada e revisada, do Atlas Brasileiro de Energia Solar. Trata‐se de um exemplo de trabalho cooperativo entre o INPE e pesquisadores de várias instituições no Brasil: a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Para essa nova edição, foram empregados mais de 17 anos de dados satelitais e implementados vários avanços nas parametrizações do modelo de transferência radiativa BRASIL‐SR, visando melhorar ainda mais a confiabilidade e acurácia da base de dados produzida e disponibilizada para acesso público. Além desses avanços, a nova versão contém análises sobre os níveis de confiança, sobre a variabilidade espacial e temporal do recurso solar, além de apresentar cenários de emprego de várias tecnologias solares. Embora o foco do Atlas seja a área de energia, os dados apresentados também atendem usuários em várias outras áreas de conhecimento, como a meteorologia, climatologia, agricultura, hidrologia e arquitetura. Este Atlas contou com a contribuição científica do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT‐MC), através dos processos CNPq 573797/2008‐0 e FAPESP 2008/57719‐9, o qual apoiou a fase de pesquisa, consolidação e de sua montagem final. Não podemos também deixar de agradecer e de partilhar esse momento com o Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES) que, através do Projeto ANEEL PD‐0553‐0013/2010 com o INPE, forneceu o importante suporte financeiro para o aprimoramento do modelo BRASIL‐SR, assim como para a expansão, operação e manutenção da rede solarimétrica SONDA. Os créditos também são endereçados à Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais, através do convênio FINEP / Rede CLIMA 01.13.0353‐00, pelo suporte na fase de rodadas do modelo, e aos demais colegas do INPE, particularmente do Laboratório de Instrumentação Meteorológica (LIM), do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), que forneceram suporte logístico a esse trabalho desde a primeira edição do Atlas. Agradecemos também o apoio institucional da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e da International Solar Energy Society (ISES) pelo reconhecimento do mérito científico dessa publicação como marco importante para a penetração da tecnologia solar no Brasil.Os autores e as entidades de suporte e apoio que possibilitaram mais essa edição do Atlas esperam que esse trabalho constitua mais um importante marco para o avanço da tecnologia solar no Brasil.
O Paraná é o maior produtor de energia elétrica do Brasil, quase totalmente originada por hidroelétricas e que corresponde a 96% do total gerado no estado. Entretanto, o aproveitamento desta fonte está em declínio em função dos impactos ambientais e devido à pressão da sociedade com relação as questões sociais e econômicas ocasionadas. A publicação da Resolução 482/2012 da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e após a sua revisão através da Resolução 687/2015 que regulamenta a microgeração e minigeração, se tornou possível utilizar os sistemas fotovoltaicos conectados à rede (SFVCR) de forma a complementar a matriz elétrica brasileira em grandes empreendimentos e na forma de geração distribuída (GD). Entretanto para desenvolver projetos de qualidade nesta área, é necessário que se conheça com o maior grau de precisão possível o potencial solar da região. O objetivo deste trabalho é o de apresentar os principais resultados obtidos com a elaboração do Atlas de Energia Solar do Estado do Paraná, resultado da parceria entre a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Itaipu Binacional através do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e do Centro Internacional de Hidroinformática (CIH). Os produtos voltados à energia solar no Paraná foram desenvolvidos pelo INPE por meio do Laboratório de Modelagem e Estudos de Recursos Renováveis de Energia (INPE/LABREN) com o apoio da UTFPR por meio do Laboratório de Energia Solar (UTFPR/LABENS), atuando na validação e interpretação dos dados, fazendo uso do modelo de transferência radiativa BRASIL-SR e das informações obtidas para o Paraná no âmbito do projeto do Atlas Brasileiro de Energia Solar - 2a edição. Os resultados obtidos neste trabalho mostram o excelente potencial de radiação solar e fotovoltaico no Estado do Paraná, superior a muitos países europeus onde esta fonte de energia renovável já está bastante disseminada.
equations proposed over the last decades by researchers. This estimation will occur in the municipality of Curitiba, using data from INMET's automatic station, located in the same city. The estimation was calculated hourly, throughout the day for one year. The validation of the estimated results was performed by measuring the cell temperature of a photovoltaic system installed in Curitiba, where it was observed that the equation proposed by Duffie and Beckman (2013) was the one that most approached to the measured value.
RESUMO A geração de energia fotovoltaica vem crescendo no Brasil, e a capacidade instalada de usinas fotovoltaicas (UFV) deve superar 3 GW em alguns anos. Essa tecnologia causa menor impacto ambiental do que formas de geração tradicionais, como termoelétricas e hidroelétricas. Entretanto os impactos quando da implantação de UFV devem ser considerados no licenciamento ambiental. No Brasil, não há uma legislação federal que estabeleça critérios mínimos para esse tipo de licenciamento. Alguns estados criaram legislações próprias, que divergem nas exigências e critérios adotados. Essa disparidade causa insegurança no processo de licenciamento, dificuldade na aprovação dos estudos, aumento de custos e prazos, podendo inviabilizar empreendimentos. Neste estudo foram analisadas e comparadas as legislações em 12 estados, nas quais está previsto o desenvolvimento de UFV, como base para propor critérios claros, objetivos e padronizados para o enquadramento legal das UFV. Como resultado desta pesquisa, propõe-se o enquadramento como de baixo impacto, com licenciamento simplificado e emissão de licença prévia (LP) e licença de instalação (LI) em etapa única. Os critérios para enquadramento de porte são potência instalada e área diretamente ocupada. Para potencial poluidor, os critérios são necessidade de supressão de vegetação nativa (e/ou em área de preservação permanente - APP) e localização em área de fragilidade socioambiental. A avaliação conjunta desses critérios define qual o estudo ambiental necessário ao licenciamento. O trabalho lista os principais aspectos e impactos ambientais a serem abordados em tais estudos. Estes critérios unificados formam uma ferramenta para promover tanto o desenvolvimento de UFV como a proteção do meio ambiente com minimização de possíveis impactos.
O aumento da responsabilidade ambiental tem conduzido a ações sustentáveis mundialmente, inclusive no Brasil. Neste sentido, há uma tendência no aumento de fontes renováveis na geração de eletricidade, com o intuito de descarbonizar a matriz elétrica. Um dos desafios está na crescente participação de fontes intermitentes na matriz elétrica, representadas pela geração eólica e solar. Estas fontes apresentam previsibilidade limitada na geração de energia ao longo do tempo, dependendo de condições meteorológicas locais. A energia renovável gerada pode ter que ser reduzida para manter o equilíbrio entre carga e geração. Deste modo, uma prática comum adotada globalmente é o corte na geração de energia renovável. Esta ação é chamada de curtailment. Este artigo abordará este tema, analisando seus motivos e expondo algumas soluções propostas na literatura. No Brasil, o corte na geração de eletricidade é mais frequente em hidrelétricas. Entre os desafios para a redução deste corte, estão o investimento na expansão da rede de transmissão, o gerenciamento eficiente do despacho de energia e sistemas de armazenamento. Portanto, com o aumento da capacidade instalada em usinas eólica e solar, estudar e analisar estratégias a fim de reduzir o curtailment mostram-se extremamente relevantes, de forma que haja um maior aproveitamento da energia gerada através de fontes renováveis, contribuindo com a segurança da rede.
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