Este artigo investiga a expressão da quantificação em um conjunto de quatorze línguas indígenas do Brasil, a fim de identificar, sob a perspectiva da Gramática Discursivo-Funcional (Hengeveld; Mackenzie 2008), o estatuto de transparência ou de opacidade quanto ao acordo e à concordância de número, duas expressões da quantificação nas línguas. A análise dos dados mostra que há línguas, como o apinajé, que apresentam apenas acordo de número, ou seja, cópia sintagmática do plural no nível morfossintático, e línguas, como o apurinã e o tariana, que apresentam apenas concordância de número, ou seja, marcação da quantificação por meios lexicais e gramaticais. Consideramos que o que se tem denominado quantificação envolve, na verdade, duas informações distintas, uma definida e outra, indefinida. A principal contribuição deste estudo diz respeito à importância dessa distinção para o estudo da transparência das línguas.
RESUMO As práticas discursivas na contemporaneidade constituem-se de relações dialógicas cada vez mais inter/multi/transculturais e multissemióticas devido aos processos de globalização e, sobretudo, pelos avanços das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC). Desse modo, emergem outros (multi)letramentos. No entanto, há ainda diversas lacunas que inviabilizam espaços de (multi)letramentos na educação formal do Brasil, entre elas a formação de professores. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa é avaliar em que medida o Projeto Político Curricular (PPC) do curso de Letras Inglês da Universidade Federal do Acre (UFAC), campus Floresta, possibilita (ou não) aos discentes o desenvolvimento da curadoria de sentidos em (multi)letramentos digitais, de maneira crítica, ética e estética para a prática docente. Para isso, sob a ótica da Linguística Aplicada in/transdisciplinar (MOITA LOPES, 2006; ROJO, 2006), avaliamos sete excertos do PPC em foco, relacionados às TDIC. Por meio das análises, de cunho qualitativo, constatamos que a curadoria de sentidos em (multi)letramentos digitais está presente na política de formação de professores do referido curso de Letras, entretanto; as ementas das disciplinas relacionadas aos gêneros discursivos do campo acadêmico e do campo artístico-literário são incipientes às demandas das práticas discursivas emergentes.
RESUMO Esta pesquisa filia-se aos postulados do Círculo de Bakhtin no que se refere ao dialogismo da linguagem, em especial, à responsividade ativa atribuída a todo discurso que se faz em resposta a outros. Situada no âmbito da Análise Dialógica do Discurso, propomos uma interface com alguns elementos da Gramática Discursivo-Funcional para a análise linguística dos enunciados. Nosso objetivo é avaliar como a atitude responsiva se instaura no discurso do Governo do Estado de São Paulo em relação a declarações do governo federal, de modo a construir uma política institucional em tempos de pandemia da covid-19. Por meio da análise de dois vídeos, constatamos que a atitude responsiva que o Governo de São Paulo procura demonstrar não configura, necessariamente, atitudes de responsabilidades perante os menos favorecidos, entretanto, alcança seu objetivo, que é contrapor o discurso do governo federal para orientar as atitudes da população no cenário pandêmico.
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