Resumo: O objetivo do presente artigo é discutir a crise do capitalismo global aberta a partir de 2007, enfatizando o papel da periferia do sistema neste processo. Embora o epicentro da crise tenha sido os EUA, o centro hegemônico do capitalismo, os países periféricos têm ganhado crescente importância na dinâmica da acumulação de capital nas últimas décadas. O fio condutor da análise é o comportamento da taxa de lucro, variável que sintetiza múltiplos determinantes e comanda o processo de acumulação. Abordamos a questão a partir de uma perspectiva histórica, pois defendemos a tese segundo a qual a atual crise só pode ser compreendida no bojo das transformações ocorridas no capitalismo como resposta à crise estrutural da década de 1970. Dentre essas transformações, que visavam responder a queda da rentabilidade e ao acirramento da luta de classes, salientamos o inchaço da esfera financeira, que acompanhado de crescente endividamento e de bolhas especulativas intensificaram a instabilidade do sistema, e a abertura de espaços de acumulação na Ásia, que se expandiram de forma articulada a economia norte-americana. A nova configuração do sistema criou as condições para o predomínio do capital financeiro na fase de mundialização do capital. Estes processos impediram que a economia mundial entrasse em profunda depressão a partir dessa época e sustentaram, em boa medida, a acumulação de capital. A crise atual coloca em questão este padrão de desenvolvimento e a capacidade de os EUA manterem-se como centro hegemônico do capitalismo.Abstract: The aim of this article is to discuss the crisis of global capitalism initiated in 2007, emphasizing the role of the periphery of the system in this process. Although the epicenter of the crisis has been the US, the hegemonic center of capitalism, peripheral countries have been growing in importance in the dynamics of capital accumulation in recent decades. The driver of the analysis is the behavior of the rate of profit, a variable that synthesizes multiple determinants and controls the accumulation process. We approach the question from a historical perspective. We defend the thesis according to which the current crisis can only be understood in the wake of the transformations that occurred in capitalism as a response to the structural crisis of the 1970s. Among these transformations, which aimed to respond to the decline of the profitability and the intensification of the class struggle, we highlight the swelling of the financial sphere that accompanied by growing indebtedness and speculative bubbles, intensified the instability of the system and the opening up of the accumulation spaces in Asia, which have expanded in an articulated way with the American economy. The new configuration of the system created the conditions for the predominance of financial capital in the phase of globalization of capital. These processes prevented the world economy from going into deep depression from that time on and sustained, to a large extent, the accumulation of capital. The current crisis call...
O presente artigo discute as razões do baixo crescimento ao longo do primeiro governo Dilma. Também discute o que levou a economia brasileira mergulhar na crise a partir do início de 2015, embora sua situação não fosse tão ruim no período anterior. Em linhas gerais, defendemos a proposição segundo a qual o principal determinante do baixo crescimento reside no fato do governo Dilma não ter rompido com o núcleo da política macroeconômica neoliberal, seguida desde o governo FHC. Na fase expansiva do capitalismo global (2003-2007) foi possível compatibilizar essa política com medidas voltadas para o crescimento do mercado interno. Com a crise de sobreacumulação do capitalismo vieram a tona as contradições entre esses dois eixos de política econômica.
O artigo busca realizar, a partir de uma perspectiva histórica, um balanço da situação dos países periféricos nos últimos trinta anos, abordando especificamente os impasses do desenvolvimento na atual fase da chamada globalização do capital. O trabalho baseia-se fundamentalmente em estudos de extensa bibliografia publicada recentemente. Em que medida a retomada do desenvolvimento para diversas áreas estagnadas da periferia coloca-se como uma possibilidade palpável? Em torno dessa questão, que reportamos central na atual conjuntura, buscamos tecer algumas reflexões. Pretendemos mostrar que a estagnação econômica vivida por inúmeros países não desenvolvidos decorre, em parte, de uma crise social e econômica aberta na década de 1970 e que se estende até os dias de hoje, apesar das tentativas de reestruturação da sociedade capitalista. As estratégias e as políticas de cunho neoliberal também teriam contribuído sobremaneira para essa situação à medida que reforçaram as amarras financeiras que sufocaram boa parte das economias periféricas. Sobrepondo-se a esses problemas, esses países também se defrontariam com os limites ecológicos do capitalismo. A retomada do desenvolvimento em um novo patamar, que requer crescimento econômico, justiça social e preservação da natureza, implicaria rupturas com o capitalismo.
RESUMO:O texto se propõe a apresentar os traços marcantes da conjuntura de crise financeira global de 2008, salientando que o desabamento dos mercados financeiros explicitou a natureza contraditória do sistema mundial do capital sob a predominância da financeirização da riqueza capitalista. A novidade da nova crise global não está no estouro da bolha especulativa em 2008, mas sim, sua intensidade e a dimensão do cataclismo financeiro global, principalmente em suas repercussões não apenas no plano da economia, mas da política, geopolítica e da luta de classes nos próximos anos. Defendemos a hipótese que a nova dimensão do capitalismo global irá significar, por um lado, (1) o acirramento das lutas politicas e sindicais das massas assalariadas contra o Estado político do capital e (2) o aprofundamento das tendências destrutivas do sistema mundial do capital no âmbito produtivo. Palavras-chave: Capitalismo, crise global, economia política, trabalho, reestruturação produtiva GLOBAL FINANCIAL CRISIS OF CAPITALISM XXI CENTURY -A CRITICAL PERSPECTIVE ABSTRACT:Our objective is to present the main traces of the conjuncture of global financial crisis of 2008, pointing out that the landslide of the financial markets demonstrated the contradictory nature of the world-wide system of the capital under the predominance of the financeirization of the capitalist wealth. The newness of the new global crisis is not in the burst of the speculative bubble in 2008, but yes, its intensity and the dimension of global the financial cataclysm, mainly in its repercussions not only in the plan of the economy, but of the politics, geopolitics and of the fight of class in the next years. We defend the hypothesis that the new dimension of the global capitalism will go to mean, on the other hand, (1) the increase of the fights syndical politics and of the wage-earning masses against the State politician of the capital and (2) the deepening of the destructive trends of the world-wide system of the capital in the productive scope.
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