Foram amostrados 17 trechos de riachos com 100 m de extensão, todos de ordem igual ou menor a três, ao longo de ambas as margens do canal principal do Rio Paranapanema, SP e PR. O ponto médio de cada trecho foi georreferenciado via satélite com receptor GPS e o uso de metodologia padronizada de coleta de dados ambientais e peixes (baseada principalmente na pesca elétrica), possibilitou a obtenção das seguintes informações em cada local: 1) composição taxonômica da ictiofauna e contribuição, em termos de número de indivíduos e biomassa, de cada espécie para a ictiofauna local como um todo; 2) documentação fotográfica de espécimes representativos de cada espécie coletada com sua coloração natural; 3) descrição de cada ambiente coletado, com ilustrações fotográficas coloridas, e seus principais parâmetros bióticos e abióticos. No total foram coletados 3.683 exemplares, pertencentes a seis ordens, 16 famílias, 37 gêneros e 52 espécies, com biomassa total de 16,8 kg. Das espécies coletadas, aproximadamente 36% pertencem a ordem Siluriformes, 36% a Characiformes, 11% a Gymnotiformes, 10% a Perciformes, 4% a Cyprinodontiformes e 2% a Synbranchiformes. As espécies mais abundantes em termos de número de indivíduos foram Astyanax altiparanae (15,2%) e Astyanax sp. 1 (12,3%); aquelas com maior biomassa foram A. altiparanae (28%) e Geophagus brasiliensis (13%). A composição da ictiocenose em termos de abundância e biomassa por família indica a predominância expressiva de Characidae, seguida por Loricariidae, Pimelodidae e Cichlidae. Dentre os trechos amostrados, o trecho 14 (24 espécies) e o 13 (cinco espécies), apresentaram a maior e a menor riqueza em espécies, respectivamente, coincidindo com os valores obtidos para o índice de diversidade específica de Shannon-Wienner (H´= 0,99 e 0,32, respectivamente). A riqueza média encontrada foi de 11 espécies por trecho de riacho. Na estimativa de riqueza por extrapolação para o conjunto total de riachos amostrados na bacia do rio Paranapanema, obtivemos um valor de 69 espécies (erro padrão igual a quatro) indicando ser necessário um esforço amostral adicional moderado para atingir a assíntota da curva. Das 52 espécies coletadas, oito (aproximadamente 15% do total) são seguramente novas, cinco (aproximadamente 10% do total) possuem “status” taxonômico ainda indefinido, enquanto outras três (aproximadamente 6% do total) são espécies introduzidas. Analisando a estrutura trófica e espacial da ictiocenose estudada, as 10 espécies numericamente dominantes nos riachos estudados dividem-se, em ordem decrescente de importância numérica, em quatro guildas: onívoros nectônicos; invertívoros bentônicos; perifitívoros; e onívoros bentônicos. Uma chave de identificação para todas as espécies de peixes coletadas durante este estudo é fornecida ao final deste trabalho.
Amazonian waters are classified into three biogeochemical categories by dissolved nutrient content, sediment type, transparency, and acidity—all important predictors of autochthonous and allochthonous primary production (PP): (1) nutrient-poor, low-sediment, high-transparency, humic-stained, acidic blackwaters; (2) nutrient-poor, low-sediment, high-transparency, neutral clearwaters; (3) nutrient-rich, low-transparency, alluvial sediment-laden, neutral whitewaters. The classification, first proposed by Alfred Russel Wallace in 1853, is well supported but its effects on fish are poorly understood. To investigate how Amazonian fish community composition and species richness are influenced by water type, we conducted quantitative year-round sampling of floodplain lake and river-margin habitats at a locality where all three water types co-occur. We sampled 22,398 fish from 310 species. Community composition was influenced more by water type than habitat. Whitewater communities were distinct from those of blackwaters and clearwaters, with community structure correlated strongly to conductivity and turbidity. Mean per-sampling event species richness and biomass were significantly higher in nutrient-rich whitewater floodplain lakes than in oligotrophic blackwater and clearwater river-floodplain systems and light-limited whitewater rivers. Our study provides novel insights into the influences of biogeochemical water type and ecosystem productivity on Earth’s most diverse aquatic vertebrate fauna and highlights the importance of including multiple water types in conservation planning.
A new Corydoras species from the rio Tiquié, upper rio Negro system, Amazonas, Brazil, is described. This taxon was previously referred to as "Corydoras species 'Asher'", "Corydoras cf. reynoldsi", and "Corydoras aff. reynoldsi" in the aquarist literature. The new taxon can be distinguished from all its congeners, except Corydoras reynoldsi and C. weitzmani, by its color pattern, consisting of three large, dark blotches, the first one ("mask") on the head, across the eye; the second one on the trunk at the level of dorsal fin; and the third one on the trunk at the level of the adipose fin. It can be distinguished from Corydoras reynoldsi mainly by the development of trunk blotches; and from C. weitzmani by the presence of a dusky saddle between the dorsal and adipose fins, the second trunk blotch extending vertically from the adipose-fin base to the anal-fin base, and the presence of four dark stripes in the caudal fin.Uma nova espécie de Corydoras do rio Tiquié, bacia do alto rio Negro, estado do Amazonas, Brasil, é descrita. Este táxon foi anteriormente citado na literatura aquarista como "Corydoras species 'Asher'", "Corydoras cf. reynoldsi" e "Corydoras aff. reynoldsi". O novo táxon pode ser distinguido de todos seus congêneres, exceto Corydoras reynoldsi e C. weitzmani, por seu padrão de colorido, que consiste em três grandes manchas pretas, a primeira ("máscara") na cabeça, através do olho; a segunda no tronco, no nível da nadadeira dorsal; e a terceira no tronco, no nível da nadadeira adiposa. Ele pode ser distinguido de Corydoras reynoldsi principalmente pelo desenvolvimento das manchas do tronco, e de C. weitzmani pela presença de uma mancha escura na porção dorsal das placas dorsolaterais, entre a nadadeira dorsal e a nadadeira adiposa, pela segunda mancha estender-se verticalmente da base da nadadeira adiposa até a base da nadadeira anal, e pela presença de quatro listras pretas na nadadeira caudal.
A revision of the cis-andean species of Brycon, with the exception of the Brycon pesu species-complex, is presented. Twenty-one Brycon species (including B. pesu) are recognized from cis-andean river systems: Brycon stolzmanni Steindachner, from the upper Río Marañon basin, Peru; Brycon coxeyi Fowler, from the Río Marañon basin, Ecuador and Peru; Brycon polylepis Moscó Morales, from the Lago de Maracaibo, Río Orinoco, upper rio Amazonas, and rio Tocantins basins, Venezuela, Colombia, Peru, and Brazil; Brycon coquenani Steindachner, from the upper Río Caroni, Río Orinoco basin, Venezuela; Brycon insignis Steindachner, from the rio Paraíba do Sul and small adjacent coastal river basins of eastern Brazil; Brycon vermelha Lima & Castro, endemic from the rio Mucuri basin, eastern Brazil; Brycon howesi new species, endemic from the rio Jequitinhonha basin, Brazil; Brycon dulcis new species, endemic from the rio Doce basin, eastern Brazil; Brycon ferox Steindachner, from several small coastal river systems, including the rio Mucuri basin in eastern Brazil; Brycon vonoi new species, from the rio Pardo basin and apparently also from a adjacent river system, the rio Una, in eastern Brazil; Brycon opalinus (Cuvier), from the headwaters of the rio Paraíba do Sul and rio Doce basins, eastern Brazil; Brycon nattereri Günther, from the headwaters of the upper rio Paraná, rio São Francisco, and upper rio Tocantins basins, Brazil; Brycon orthotaenia Günther, endemic from the rio São Francisco basin, Brazil; Brycon orbignyanus (Valenciennes), from the rio Paraná and rio Uruguai basins, Brazil, Paraguay, Argentina, and Uruguay; Brycon hilarii (Valenciennes), from the rio Paraguai, middle rio Paraná, and upper rio Amazonas basins, Brazil, Paraguay, Argentina, Peru, and Ecuador; Brycon whitei Myers & Weitzman, from the Río Orinoco basin in Colombia and Venezuela; Brycon amazonicus (Agassiz), from the Rio Amazonas and Río Orinoco basins, Brazil, Peru, Colombia, Bolivia, Venezuela, and Guyana; Brycon gouldingi Lima, endemic from the rio Tocantins basin, Brazil; Brycon melanopterus (Cope), from the western and central rio Amazonas basin, Brazil, Peru, Ecuador, and Colombia; and Brycon falcatus Müller & Troschel, widespread in the the rio Amazonas and Río Orinoco basins, and several guyanese river systems, in Brazil, Venezuela, Colombia, Peru, Bolivia, Guyana, Suriname, and French Guiana. All species are redescribed and illustrated, and a key to the species is provided. Comments on the diagnosis of the genus Brycon, the biogeography of the cis-andean species, and their current conservation status, are presented.
Um levantamento preliminar da ictiofauna que ocorre na Estação Ecológica Serra Geral de Tocantins, situada no Sudeste do Estado do Tocantins e Noroeste do Estado da Bahia, é apresentado. A Estação Ecológica Serra Geral de Tocantins situa-se no divisor de águas entre as bacias do Rio São Francisco (Rio Sapão) e Rio Tocantins (bacias dos Rios Novo, Balsas e Manuel Alves). A cabeceira comum ou "água emendada" do Rio Sapão e Rio Galheiros, este um afluente do Rio Novo, situa-se no interior da estação e é considerada na literatura como uma possível área de intercâmbio ictiofaunístico entre a bacia do Rio São Francisco e a bacia do Rio Tocantins. Trinta e cinco espécies de peixes foram registradas dentro da Estação Ecológica Serra Geral de Tocantins e em seu entorno imediato, algumas delas desconhecidas da ciência e possivelmente endêmicas da região. Um total de 111 espécies de peixes foi registrado regionalmente (incluindo espécies de peixes registrados nos trechos do Rio Sapão e do Rio Novo/do Sono abaixo da estação). O acará Cichlasoma sanctifranciscense é aqui registrado pela primeira vez na bacia do Rio Tocantins. A ocorrência desta espécie, bem como do lambari Astyanax novae, no Rio Sapão e no Rio Novo/do Sono, são considerados os únicos exemplos inequívocos de transposição natural de espécies de peixes entre as bacias do Rio São Francisco e Tocantins efetuado pelas águas emendadas dos rios Sapão e Galheiros.
Salminus franciscanus, the large-sized dourado from the rio São Francisco basin, Brazil, is described. The new species was actually known ichthyologically since at least Valenciennes (in Cuvier & Valenciennes, 1850) but it was never properly identified. Salminus franciscanus can be diagnosed from its congeners by the combination of the presence of an enlarged second tooth in the outer series of the dentary considerably larger than the remaining teeth, the absence of a dark post-orbital stripe, scale counts (68-82 lateral line scales, 11-14 horizontal series of scales between dorsal-fin origin and lateral line, and 6-8 horizontal series of scales between the lateral line and the pelvic-fin insertion), and a developed extension of the middle rays of the caudal fin. The historical taxonomy of the species is discussed.Salminus franciscanus, o dourado de grande porte da bacia do rio São Francisco, Brasil, é descrito. Esta espécie, embora conhecida ictiologicamente desde meados do século XIX (Valenciennes, em Cuvier & Valenciennes, 1850), nunca foi identificada de forma correta. Salminus franciscanus pode ser distinguida de suas congêneres pela combinação dos seguintes caracteres: presença de um dente da série externa do dentário consideravelmente maior que os demais dentes, ausência de uma faixa pós-orbital escura, contagens intermediárias de escamas (68-82 escamas na linha lateral, 11-14 séries de escamas horizontais entre a origem da nadadeira dorsal e a linha lateral e 6-8 séries de escamas horizontais entre a linha lateral e a inserção da nadadeira pélvica) e um prolongamento mediano da nadadeira caudal bem desenvolvido. Um sumário sobre as discussões taxonômicas acerca da espécie presentes na literatura é apresentado.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.