-(Phenology of copaíba (Copaifera langsdorffii Desf. -Leguminosae, Caesalpinioideae) in a semideciduous forest, southeastern Brazil). Plant phenology is concerned with the timing of recurring events, and is poorly known for tropical forest species, although this ecosystem has the greatest diversity of phenological patterns. A phenological study was carried out from February/1991 to April/1993. Thirty six trees were systematically observed biweekly for changes on leaf fall, leaf flushing, flowering and fruiting. Leaf fall and flushing were synchronized phases. These events always occurred at the end of dry season (leaf fall) and start of rainy season (leaf flushing) being clearly related with precipitation. The flowering occurred in the rainy season, and fruiting during the dry season. Fruiting did not show an annual cycle, but years which massive fruiting being followed by non productive years. Other non climatic factors, like seed dispersers and seed predators were also likely to affect fruiting.RESUMO -(Fenologia da copaíba (Copaifera langsdorffii Desf. -Leguminosae, Caesalpinioideae) em uma floresta semidecídua no Sudeste do Brasil). A fenologia da emissão foliar, floração e frutificação para espécies de florestas tropicais é pouco conhecida, embora estes ecossistemas apresentem grande diversidade de padrões fenológicos. Foi estudada, de fevereiro de 1991 a abril de 1993, a fenologia da copaíba (Copaifera langsdorffii Desf.) na Reserva de Santa Genebra. Foram feitas observações em 36 indivíduos e analisadas queda de folhas, brotamento, floração e frutificação. A queda de folhas e o brotamento foram as fenofases mais sincronizadas dentro da população. Estes eventos ocorreram no final da estação seca (queda de folhas) e início da estação chuvosa (brotamento) e foram relacionados principalmente com a precipitação. A floração ocorreu na estação chuvosa e a frutificação na estação seca. A frutificação ocorreu em ciclos supra-anuais, com anos de produção intensa seguidos de anos sem frutificação. Além dos fatores climáticos, as interações com dispersores e predadores de sementes também parecem influenciar o padrão de frutificação observado em Copaifera langsdorffii.
Este trabalho resume os dados de florística e fitossociologia de 11, das 14 parcelas de 1 ha, alocadas ao longo do gradiente altitudinal da Serra do Mar, São Paulo, Brasil. As parcelas começam na cota 10 m (Floresta de Restinga da Praia da Fazenda, município de Ubatuba) e estão distribuídas até a cota 1100 m (Floresta Ombrófila Densa Montana da Trilha do rio Itamambuca, município de São Luis do Paraitinga) abrangendo os Núcleos Picinguaba e Santa Virgínia do Parque Estadual da Serra do Mar. Na Restinga o solo é Neossolo Quartzarênico francamente arenoso, enquanto que na encosta o solo é um Cambisolo Háplico Distrófico argilo-arenoso, sendo que todas as parcelas apresentaram solo ácido (pH 3 - 4) com alta diluição de nutrientes e alta saturação de alumínio. Na Restinga e no sopé da encosta o clima é Tropical/Subtropical Úmido (Af/Cfa), sem estação seca, com precipitação média anual superior a 2.200 mm e temperatura média anual de 22 ºC. Subindo a encosta mantêm-se a média de precipitação, mas há um gradativo resfriamento, de forma que a 1.100 m o clima é Subtropical Úmido (Cfa/Cfb), sem estação seca, com temperatura média anual de 17 ºC. Destaca-se ainda que, quase diariamente, a parte superior da encosta, geralmente acima de 400 m, é coberta por uma densa neblina. Nas 14 parcelas foram marcados, medidos e amostrados 21.733 indivíduos com DAP > 4,8 cm, incluindo árvores, palmeiras e fetos arborescentes. O número médio de indivíduos amostrados nas 14 parcelas foi de 1.264 ind.ha-1 (± 218 EP de 95%). Dentro dos parâmetros considerados predominaram as árvores (71% FOD Montana a 90% na Restinga), seguidas de palmeiras (10% na Restinga a 25% na FOD Montana) e fetos arborescentes (0% na Restinga a 4% na FOD Montana). Neste aspecto destaca-se a FOD Terras Baixas Exploradas com apenas 1,8% de palmeiras e surpreendentes 10% de fetos arborescentes. O dossel é irregular, com altura variando de 7 a 9 m, raramente as árvores emergentes chegam a 18 m, e a irregularidade do dossel permite a entrada de luz suficiente para o desenvolvimento de centenas de espécies epífitas. Com exceção da FOD Montana, onde o número de mortos foi superior a 5% dos indivíduos amostrados, nas demais fitofisionomias este valor ficou abaixo de 2,5%. Nas 11 parcelas onde foi realizado o estudo florístico foram encontradas 562 espécies distribuídas em 195 gêneros e 68 famílias. Apenas sete espécies - Euterpe edulis Mart. (Arecaceae), Calyptranthes lucida Mart. ex DC. e Marlierea tomentosa Cambess (ambas Myrtaceae), Guapira opposita (Vell.) Reitz (Nyctaginaceae), Cupania oblongifolia Mart. (Sapindaceae) e as Urticaceae Cecropia glaziovii Snethl. e Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini - ocorreram da Floresta de Restinga à FOD Montana, enquanto outras 12 espécies só não ocorreram na Floresta de Restinga. As famílias com o maior número de espécies são Myrtaceae (133 spp), Fabaceae (47 spp), Rubiaceae (49) e Lauraceae (49) ao longo de todo gradiente da FOD e Monimiaceae (21) especificamente nas parcelas da FOD Montana. Em termos de número de indivíduos as famílias mais importantes foram Arecaceae, Rubiaceae, Myrtaceae, Sapotaceae, Lauraceae e na FOD Montana, Monimiaceae. Somente na parcela F, onde ocorreu exploração de madeira entre 1960 e 1985, a abundância de palmeiras foi substituída pelas Cyatheaceae. O gradiente estudado apresenta um pico da diversidade e riqueza nas altitudes intermediárias (300 a 400 m) ao longo da encosta (índice de Shannon-Weiner - H' - variando de 3,96 a 4,48 nats.indivíduo -1). Diversas explicações para este resultado são apresentadas neste trabalho, incluindo o fato dessas altitudes estarem nos limites das expansões e retrações das diferentes fitofisionomias da FOD Atlântica durante as flutuações climáticas do Pleistoceno. Os dados aqui apresentados demonstram a extraordinária riqueza de espécies arbóreas da Floresta Ombrófila Densa Atlântica dos Núcleos Picinguaba e Santa Virgínia do Parque Estadual da Serra do Mar, reforçando a importância de sua conservação ao longo de todo o gradiente altitudinal. A diversidade desta floresta justifica também o investimento de longo prazo, através de parcelas permanentes, para compreender sua dinâmica e funcionamento, bem como monitorar o impacto das mudanças climáticas nessa vegetação.
The diet of capuchin monkeys, Cebus apella, in a 250 ha semideciduous forest in south-east Brazil was studied for 44 consecutive months. Based on 367 feeding bouts the diet of capuchins was 53.9% fruit pulp, 16.0% seeds, 11.1% flowers, 6.3% leaves and new shoots, 1.5% roots and 13.9% corn from plantations surrounding the forest. Seventy-one plant species were consumed by capuchins. Food availability was markedly seasonal. During the dry season the fleshy fruit availability decreased, and at that time the capuchins became seed predators and flowereaters. Several fruits eaten by capuchins in the dry season were not consumed by other frugivorous vertebrates, such as howler monkeys, parrots or squirrels, allowing capuchins to avoid competition with other arboreal frugivores. In semideciduous forests where fleshy fruits are less abundant than in the wet forests capuchins are important seed predators.
RESUMO -(Fenologia de uma comunidade arbórea em cerrado sentido restrito, Barra do Garças, MT, Brasil). Analisamos a fenologia vegetativa e reprodutiva procurando relacionar mudanças nas fenofases com variáveis abióticas (precipitação, temperatura e fotoperíodo) e investigamos a ocorrência de sazonalidade. A região apresenta verão chuvoso (outubro-abril) e inverno seco (maio-setembro). Entre out/2005 e set/2007, 1.221 indivíduos pertencentes a 84 espécies foram monitorados mensalmente quanto a presença/ausência e intensidade das fenofases queda foliar, brotamento, fl oração e frutifi cação. A maioria das espécies apresentou estratégia fenológica vegetativa decídua (44%) ou brevidecídua (16%). A queda foliar foi correlacionada negativa e signifi cativamente com precipitação e fotoperíodo, apresentando data média em agosto. O brotamento apresentou correlação positiva com temperatura média mensal. Floração e frutifi cação ocorreram nos dois anos em 69 espécies. Houve maior concentração de fl ores nos meses de maior estresse hídrico (jul-ago). A frutifi cação de espécies zoocóricas (70% das espécies na área) ocorreu de forma contínua, sendo correlacionada negativamente com precipitação e positivamente com temperatura. A frutifi cação das anemocóricas ocorreu nos meses mais secos. Nossos resultados sugerem padrões fenológicos sazonais, sendo que na transição entre estações seca e chuvosa ocorreu maior atividade vegetativa e reprodutiva. Esses padrões fenológicos têm sido comumente encontrados no cerrado brasileiro e sugerem que a época de dispersão, germinação de sementes e de estabelecimento de plântulas é um fator importante para sincronizar a maturação dos frutos no início da estação chuvosa. Palavras-chave: brotamento, fl oração, frutifi cação, queda foliar, savana neotropical, sazonalidade climática ABSTRACT -(Phenology of a tree community in a cerrado sensu stricto, Barra do Garças, Mato Grosso state, Brasil). We observed leaf and reproductive phenology and analyzed the relationship among phenophases and abiotic variables (rainfall, temperature and photoperiod) and investigated the occurrence of seasonality. The local climate is characterized by marked wet (October-April) and dry seasons (May-September). From October 2005 to September 2007, 1221 individuals of 84 species were observed monthly for changes in leaf fall, leaf fl ush, fl owering and fruiting. Deciduous (44%) and brevideciduous (16%) species were predominant in the area. The leaf fall was negatively correlated with rainfall and photoperiod, with mean date in August. Leaf fl ush was positively correlated with temperature. Flowering and fruiting were observed in both years for 69 species. Flowering occurred mainly at the dry season (July-August) and was inversely correlated with rainfall. The zoochorous species were predominant in the community. Fruiting of anemochorous species was inversely correlated with rainfall. Fruiting of zoochorous species occurred continually throughout the year and was negatively correlated with rainfall and positively with ...
Fogo e dinâmica da comunidade lenhosa em cerrado sentido restrito, Barra do Garças, Mato Grosso , in Area 1, tree mortality was lower (2.0%) and recruitment (3.7%) higher than that observed Area 2 (4.3% and 0.05% respectively). Plant mortality decreased with increasing size class. In Area 2, there was a reduction in plant size (height and diameter). The resprouting pattern after fire was related to plant size. Smaller size classes had higher proportions of resprouting at the base of the stem while the larger size classes had more resprouts at the tree crown. In Area 2, species richness was reduced (estimated by Jacknife and Chao 2). Our results suggest that the tolerance of adult trees and smaller plants due to resprouting may explain the persistence of the woody cerrado community submitted to a fire regime interval over five years.
Foram avaliadas semelhanças florísticas entre duas fisionomias de Floresta Atlântica na região costeira do Brasil, denominadas Floresta de Restinga e Floresta das Terras Baixas. A hipótese era que, devido à diferença nos processos geomorfológicos, essas duas florestas difeririam em variáveis físico-químicas dos solos, composição florística, biomassa aérea e produção de serapilheira. O trabalho foi conduzido em uma área de 1 ha (100 × 100 m) em cada tipo de floresta, no município de Ubatuba, São Paulo. Foram registrados e medidos todos os indivíduos arbóreos com DAP > 4,8 cm e coletadas amostras de solo e serapilheira. As análises de agrupamento e de ordenação indicaram que os solos e principalmente a flora distribuem-se como grupos bem definidos, concordando com a hipótese de distinção entre as duas florestas. A diversidade de espécies foi maior (p < 0.0001) na Floresta de Terras Baixas (H' = 4,00 nats.indivíduo-1) do que na Restinga (H' = 3,38 nats.indivíduo-1). No entanto, a produção de serapilheira e a biomassa não diferiram (p > 0,05) entre as duas florestas. Esse aparente paradoxo poderia ser explicado supondo-se que, uma vez que espécies diferentes consigam se estabelecer na Restinga ou nas Terras Baixas e encontrem um espectro favorável de condições e recursos, elas tenderiam a persistir e se desenvolver naquele local; nesse caso, embora as condições edáficas difiram entre as duas áreas, cada espécie responderia de modo particular a essas variações, de modo que as florestas poderiam atingir valores semelhantes de biomassa e produção de serapilheira. É provável que o filtro ambiental condicionado pelos solos esteja sendo importante para a forte separação florística entre essas duas florestas.
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