Resumo Partindo de breve contextualização da precariedade dos serviços de saúde no momento em que a Covid-19 abalroa o país, o artigo situa as condições de desamparo em que se encontra o sujeito para enfrentar a pandemia. Reconhece aí as condições para que estejamos enfrentando uma situação traumática que remete aos recursos da psicanálise para encaminhar uma forma de lidar com a situação. Recorre em seguida à conceituação psicanalítica de luto e morte identificando-os como experiências coletivas, que deveriam sustentar o pacto social e dar condições para a vida em sociedade, com suas expressões singulares. Examina as atitudes para com a morte, ao longo do último século, identificando a indiferença como uma das atitudes que ataca o referido pacto. Segue estabelecendo a importância do trabalho de luto como reverência feita à morte quando ela não é desmentida pela sociedade ou quando não se encontra nesta a atitude de indiferença para com ela. Conclui retornando ao trabalho do sujeito a partir do trauma surgido do encontro com o real da morte. Trata-se agora para este sujeito de se responsabilizar pelos enfrentamentos necessários que terão ocorrido e se impuseram a ele com a pandemia.
ResumoEm O narrador, Benjamin afirma que a narrativa que transmitia a experiência coletiva é substituída na modernidade pela informação jornalística e pelo romance, cujos objetos são as experiências individuais. Trata-se do momento de emergência da narrativa centrada no eu, ou no que Freud isolou como o "romance familiar do neurótico". Contudo, no romance e no conto prepondera a busca do sentido que possa suportar as vicissitudes de um eu que não encontra amparo na vida compartilhada; já a psicanálise inaugura uma práxis que dará lugar a um sujeito não mais igual ao eu individual. A intervenção analítica realiza, através da fala, uma operação com a história que permite a emergência do sujeito do inconsciente. Ponto de ancoragem de uma transmissão que, embora instaurada no campo das narrativas modernas, não se apoia no sentido e constitui um campo que se realiza apenas no fragmentário e no pontual.Palavras-chave: psicanálise; narrativa; transmissão; sujeito; real.
AbstRAct
Psychoanalysis and modern narrative -the question of transmissionBenjamin says, in The storyteller, that collective experience formerly supported by narrative gives place in modern times to the news information and the novel whose subject matter is the individual experience. It is the moment of the appearance of a narrative centered in the self or in the neurotic family romances discussed by Freud. But whereas in the romance and short tales aims to search for meaning that can support the vicissitudes of a self that finds
Considerando a eclosão das manifestações acontecidas em junho de 2013 no Brasil, relacionada à comunicação corrente nas chamadas 'redes sociais', o artigo aborda a problematização introduzida pela operação científica para a sustentação do lugar do sujeito no campo discursivo. Examinam-se alguns dos novos expedientes de encadeamento do laço social disponibilizados no meio eletrônico-digital, para discutir os modos de representação que nossa contemporaneidade atravessada pela ciência oferece à subjetividade.
O estudo aborda a melancolia desde a psiquiatria até a psicanálise, chegando à formulação de Lacan de que, nesta afecção, trata-se da presença real - e não metafórica ou por identificação - do objeto no campo do sujeito. Percorre-se brevemente a definição desta entidade nosográfica desde Esquirol até Kraepelin, com destaque para o delírio hipocondríaco de negação descrito por Cotard. Retoma-se a tese de Freud de uma identificação do eu com objeto, para chegar a Lacan, que distingue o objeto idealizado da relação de amor e o objeto causa de desejo, que deve permanecer velado. Na melancolia, trata-se da relação direta do sujeito com este objeto. A vinda ao primeiro plano do objeto a dá a fórmula geral do estatuto do sujeito na psicose, na qual é o objeto que está no comando.
Resumo: O artigo examina o estatuto da inovação nos dias de hoje, relacionando-o aos procedimentos da ciência e procurando ver as suas consequências para as concepções de sujeito e de ato. Toma o complexo curso da história da ciência, recorrendo a unidades de tempo amplas, para demonstrar as importantes marcas deixadas ao longo dos últimos séculos. Mostra em seguida que, a despeito de aparentemente afastadas de nosso cotidiano, as operações matemáticas alteram a ordem do discurso onde o sujeito se constitui. Conclui que a inovação se torna obrigatória na ciência, o que paradoxalmente a afasta do novo que faz surgir o sujeito.
RESUMOO artigo circunscreve a posição de Lacan diante do que Freud considerou o limite das análises dos neuróticos: o rochedo da castração. Examina as vertentes da angústia delimitadas por Freud nas chamadas neuroses de angústia, na relação estabelecida entre angústia e desejo recalcado e, por último, na inflexão formalizada pelo artigo Inibição, sintoma e angústia. A seguir, aponta como Lacan problematiza o vínculo deixado por Freud entre angústia e ameaça de castração. Ao conceber a angústia como o sinal de um objeto elidido do campo do sujeito, Lacan precisa o ponto a ser atravessado pelos neuróticos em análise. Palavras-chave: Psicanálise, Angústia de castração, Objeto a, Neurose.
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