Em 1999, a OIT propôs o conceito de trabalho decente (TD) para definir uma agenda de discussão e promoção de políticas públicas para o trabalho, enfatizando grupos sociais vulneráveis, em especial os jovens. O Brasil se tornou um país central pelo conjunto de iniciativas adotadas em parceria com a OIT em prol da construção do TD. O artigo propôs uma forma de mensuração do TD no nível individual, utilizando os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de domicílios, e construiu um quadro comparativo ao longo de 20 anos (1993, 1998, 2003 a 2012), no qual foi possível concluir que os jovens estão em trabalhos mais decentes e, nesse processo, mais dependentes do grau de desenvolvimento regional e da mobilidade urbana, ampliando, pois, a discussão do acesso a trabalhos mais decentes para a questão urbana.
RESUMO:As teorias explicativas da relação entre expansão educacional e desigualdades foram desenvolvidas mais intensamente a partir das transformações ocorridas na educação secundária na passagem da educação de elite para a educação de massa e foram se desenvolvendo nos países cujos sistemas educacionais acumulavam ganhos convivendo com tendências à manutenção de indicadores de desigualdades educacionais pouco satisfatórios. O Brasil experimentou esse processo tardiamente e somente nos anos 2000 os estudos começaram a ampliar seu escopo analítico e empírico. O artigo tem como objetivo fazer uma síntese dos principais argumentos presentes na literatura de modo a estimular a ampliação do diálogo entre pesquisadores brasileiros e a literatura internacional.Palavras-chave: Desigualdade educacional. Estratificação educacional. Expansão educacional. Studies on educational stratification: summary of the main arguments and developmentsABSTRACT: Theories that explain the relationship between educational expansion and inequality have been developed more intensely from the changes taking place in High School in the transition from elite education to mass education and were developing countries whose educational systems accumulated earnings trends coexisting with the maintenance of indicators of educational inequalities unsatisfactory. Brazil experienced this process and only in the late 2000s studies began to broaden their analytical scope and empirical. The article aims to summarize the main arguments found in the literature to stimulate the expansion of dialogue between Brazilian and international literature.
A adesão ao modelo tradicional de família nunca foi uniforme. Estudos sobre famílias negras nos EUA e no Caribe, por exemplo, mostram que as mulheres negras são menos propensas do que as brancas a oficializarem o casamento, são menos dependentes dos seus cônjuges e, do ponto de vista das atitudes, homens e mulheres afro-americanos tendem a ser mais tolerantes com mães que trabalham e mais igualitários em relação aos papéis de gênero. As diferenças são atribuídas aos constrangimentos socioeconômicos experimentados historicamente e às saídas construídas para lidar com eles. E no Brasil? O artigo aplica modelos de regressão linear múltipla para analisar os dados do survey Gênero, Família e Trabalho a partir das percepções em relação aos papéis de gênero, às práticas de divisão do trabalho doméstico entre os membros do casal e ao conflito na articulação trabalho reprodutivo (casa) e trabalho remunerado (trabalho) segundo gênero e raça. Os resultados apontam que, em relação às percepções sobre os papéis de gênero, as mulheres brancas são as mais igualitárias. Essa adesão cresce com a escolaridade e diminui com maior número de filhos e presença de cônjuge. Já os homens negros são os menos igualitários e essa assimetria é reduzida pela idade e maior número de filhos. Na divisão do trabalho, os homens negros são os mais igualitários e a adesão à igualdade aumenta com a escolaridade e com percepções mais igualitárias de papéis de gênero, enquanto as mulheres negras reportam relações menos simétricas, mas a simetria cresce com a escolaridade. Quanto ao conflito casa-trabalho, as mulheres negras declaram mais cansaço do que as brancas, mas este se reduz com a escolaridade e a presença de cônjuge.
A fundação da sociedade se dá entre os indivíduos e grupos a partir de dois tipos de princípios integradores. O primeiro tipo são os princípios de integração social que incorporam, entre outras coisas, sistemas gerais e específicos de valores, símbolos e comunicação, que fornecem o pertencimento dos indivíduos às grandes e pequenas coletividades e conferem sentido e significado subjetivo e intersubjetivo às suas práticas. O segundo tipo são os princípios de integração ao sistema produtivo de bens e de geração de provimentos 1 .As formas e lugares a partir dos quais os indivíduos se integram dependem fundamentalmente dos recursos materiais, culturais e simbó-licos e das oportunidades disponíveis na sociedade para os indivíduos e seus grupos. O conjunto de recursos e oportunidades encerra as condições de vida dos indivíduos e grupos, e as sociedades caracterizam-se historicamente pela existência de uma distribuição desigual de recursos, oportunidades e, portanto, de condições de vida.As diversas dimensões nas quais as distribuições desiguais existentes entre os indivíduos ou grupos se evidenciam, embora guardem em alguns contextos relativa autonomia, articulam-se consolidando uma estrutura de estratificação social. Esta estrutura é composta pelas posições sociais e pelos indivíduos ou grupos que as ocupam. Às posições
Em 1999, a OIT propôs o conceito de trabalho decente (TD) para definir uma agenda de discussão e promoção de políticas públicas para o trabalho, enfatizando grupos sociais vulneráveis, em especial os jovens. O Brasil se tornou um país central pelo conjunto de iniciativas adotadas em parceria com a OIT em prol da construção do TD. O artigo propôs uma forma de mensuração do TD no nível individual, utilizando os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de domicílios, e construiu um quadro comparativo ao longo de 20 anos (1993, 1998, 2003 a 2012), no qual foi possível concluir que os jovens estão em trabalhos mais decentes e, nesse processo, mais dependentes do grau de desenvolvimento regional e da mobilidade urbana, ampliando, pois, a discussão do acesso a trabalhos mais decentes para a questão urbana. Palavras-chave: Juventude. Gênero. Trabalho decente. YOUTH AND DECENT WORK IN BRAZIL - A PROPOSAL FOR ASSESSMENT Felícia Silva Picanço In 1999, the ILO put forward the concept of decent work (DW) to define an agenda for the discussion and promotion of public policies regarding work, especially concerning socially vulnerable groups, more specifically young people. Brazil has become a central country in this discussion because of the set of initiatives adopted together with the ILO towards creating DW. This article proposes a type of assessment of DW at an individual level, using data from the National Research by Home Samples, and built a comparative chart of the last 20 years (1993, 1998, 2003 to 2012). With this chart it was possible to conclude that young people have been getting more decent work and, in this process, have become more dependent on the degree of regional development and urban mobility, thus stretching the discussion concerning young people’s access to more decent work to the issue of urbanism. Keywords: Youth. Gender. Decent work JEUNESSE ET TRAVAIL DÉCENT AU BRÉSIL - UNE PROPOSITION POUR EN CONNAÎTRE LES DIMENSIONS Felícia Silva Picanço En 1999 l’OIT a proposé le concept du travail décent (TD) afin de définir un programme de discussion et de promotion de politiques publiques pour le travail prenant tout spécialement en considération des groupes sociaux vulnérables tels que les jeunes en particulier. Le Brésil est devenu un pays clé pour un ensemble d’initiatives prises en partenariat avec l’OIT pour la construction de TD. L’article propose une manière d’évaluer le TD à un niveau individuel en utilisant les données de l’Enquête Nationale réalisée par échantillonnage de domiciles et il établit un tableau comparatif sur une période de 20 ans (1993, 1998, 2003 à 2012). On peut en conclure que les jeunes ont davantage d’emplois décents et que, dans le cadre de ce processus, ils dépendent plus du niveau de développement régional et de la mobilité urbaine. Ceci élargit donc la discussion de l’accès à davantage d’emplois décents à celle de la question urbaine. Mots-clés: Jeunesse. Genre. Travail décent.Publicação Online do Caderno CRH no Scielo: http://www.scielo.br/ccrh Publicação Online do Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.br
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.