Resumo Neste artigo, analisa-se a produção de estudos que adotaram a perspectiva teórica e metodológica da teoria ator-rede (TAR) em estudos organizacionais publicados no Brasil. Por meio de pesquisa bibliográfica e mapeamentos bibliométricos, sociométricos e cientométricos, analisaram-se 15 artigos publicados em periódicos brasileiros da área de avaliação Administração, Contabilidade e Turismo classificados como A2 no Qualis/Capes - quadriênio 2013-2016. Para análise da temática abordada foram empregadas, além dos mapeamentos, as técnicas análise de conteúdo e análise de contingência. As variáveis delineadoras foram: artigos publicados por ano, periódico e autor; filiação institucional dos autores; obras e autores mais citados; cooperação entre autores e instituições; citação cruzada; natureza do tipo de estudo (teórico ou empírico); e temática abordada (enfoque do estudo). Como principais resultados, destacam-se o baixo número de artigos publicados nos periódicos selecionados, a defasagem entre a primeira e a segunda publicação, os autores mais citados, que são Latour e Law, e a relação de orientação em programas de pós-graduação como importante elemento social da rede de cooperação entre autores. Apesar da constância de artigos publicados nos últimos anos, julga-se que haja grande espaço para crescimento, tanto no que se refere ao número de artigos e de redes de cooperação quanto aos temas ainda não estudados no Brasil, principalmente em estudos empíricos. Argumenta-se, à guisa de conclusão, que as publicações analisadas contribuíram para o deslocamento dos modelos dominantes de explicação das organizações e para enfatizar o papel que agentes não humanos desempenham na ação em rede.
RESUMO O artigo analisa a recente inclusão da disciplina de língua brasileira de sinais (Libras) nos currículos das instituições de ensino superior do Paraná com o objetivo de discutir os seus principais sentidos e significados para a formação docente. Trata-se de uma investigação descritiva e exploratória que pretende apresentar um panorama regional do modo como a Libras está sendo organizada nesse estado para atender às exigências do decreto n. 5.626/2005. Para isso, serão apresentados os contextos políticos, intelectuais e pedagógicos que produziram a regulamentação do ensino da Libras na primeira década do século XXI, bem como seus impactos sobre a disseminação da surdez enquanto uma particularidade étnico-linguística passível de agenciamento e inclusão por parte das redes regulares de ensino.
Este artigo tem como corpus analítico um conjunto de 69 memes contrários a Dilma Rousseff que viralizaram na web brasileira entre junho de 2014 e agosto de 2016 e investiga os conteúdos mobilizados durante a campanha pública em favor do golpe parlamentar ocorrido no Brasil em 2016. A análise dessas produções, enquanto ferramentas nas disputas políticas que culminaram no golpe, é uma forma de interpretar as dinâmicas contemporâneas da política brasileira e o próprio lugar conferido à figura da mulher e do feminino no espaço público. O acervo coletado revela que a comicidade se constrói, em larga medida, sobre as desigualdades de gênero e, ao não problematizar tal enquadramento subjacente, o reforça. Enquanto estratégia analítica, propomos a classificação dos memes em quatro chaves interpretativas inspiradas na teoria política feminista: (1) despersonalização ou invisibilização; (2) humilhação ou ridicularização; (3) objetificação ou sexualização; e (4) agressão ou violência. Ao identificar os dispositivos que sustentam a comicidade a partir de parâmetros discursivos compartilhados, a pesquisa demonstra como a dimensão generificada do humor político mobilizou estereótipos sexistas e misóginos que não apenas atingiram Dilma Rousseff, mas reforçaram o próprio lugar simbólico das mulheres na política nacional.
Resumo O texto aborda os usos políticos e pedagógicos de uma concepção de inclusão educacional que adquiriu proeminência na gestão pública da educação brasileira durante a primeira década deste novo milênio. Para tanto, lança mão de uma reflexão construída a partir da inserção como técnico do Departamento de Ensino Básico na divisão de sociologia e tomando como eixo de discussão a interlocução com uma profissional que participou ativamente da organização da Secretaria de Estado da Educação do Paraná entre os anos de 2003 e 2011. Desse modo, o objetivo desta análise não se refere às experiências de pessoas em fase de escolarização, mas ao projeto institucional que pretendeu inseri-las em categorias pedagógicas relativamente estáveis e passíveis de inclusão fomentando um processo de organização estatal com base na nomeação e normatização de sujeitos. Trata-se, portanto, de uma tentativa de apresentar as práticas de gestão e sua justificativa discursiva em relação ao multiculturalismo, destacando as prerrogativas da educação inclusiva para pessoas surdas.
The present study identifies the contextual variables that best differentiate the performance obtained by students from the final grades of primary education in state schools of Espírito Santo in the Prova Brasil of 2013 through discriminant analysis, with a sample of 124 schools. The results showed that the age-series distortion, the teacher regularity index and the abandonment rate formed an optimal set of variables to discriminate the schools with "better" and "worse" school performance. The technique used contributes to the work of researchers and managers, as they can appropriate this method with the purpose of tracing the profile (description), differentiation (inference) or classification (prediction) of schools. Moreover, researchers and managers can reorganize their actions and investments based on priority contextual variables, with broad potential to change the school performance of their regions in Prova Brasil.
ResumoA idéia de Educação Inclusiva tem adquirido proeminência no contexto atual. Desse modo, a análise em questão versa sobre a compreensão de como a Educação Inclusiva no Brasil tem sido gerida a partir do Decreto n° 6.571/2008, considerando a perspectiva de análise do formalismo. Duas etapas de pesquisa foram realizadas, sendo a primeira com o conjunto das Secretarias de Educação do Brasil (pesquisa de levantamento) e outra com a Secretaria do Estado do Rio Grande do Norte (estudo de caso). Verificou-se que, apesar da pressão legal para um isomorfismo das práticas dentre as Secretarias, há particularidades dentre elas, justificadas pelos aspectos contextuais e culturais. No caso em específico da Secretaria estudada, foi possível concluir que a prática formalística permite interrogar a eficácia das políticas do "conhecimento oficial" e suas outras formas de narrar não somente a educação especial, mas a própria pluralidade de lógicas e vivências sociais. Palavras-chave: Gestão Pública. Educação Especial. Políticas Públicas Inclusiva. Formalismo. IntroduçãoDiversos autores (PINHEIRO, 2003;OLIVEIRA, 2009) têm destacado atualmente para o modo como a ideia de Educação Inclusiva tem adquirido proeminência no contexto ideológico das modernas democracias ocidentais. Articulada politicamente por inúmeras entidades internacionais e
DOI: http://dx.doi.org/10.5007/2175-7984.2015v14n31p132Este artigo pretende discutir a dimensão interativa dos livros didáticos digitais aprovados peloPrograma Nacional do Livro Didático (PNLD). A investigação proposta tomou como referênciaas obras de Sociologia avaliadas pelo programa em 2015. O objetivo é analisar tais materiaisconsiderando suas potencialidades e seus limites de uso no Ensino Médio brasileiro. Para tanto,consideramos os pressupostos teóricos oferecidos pela bibliografia recente sobre mídias digitaise destacamos as formas emergentes de interação com o conhecimento socialmente produzido e disponibilizado na web. Por fim, evidenciamos o choque entre lógicas fechadas, restritas e protegidas, que organizam os atuais livros didáticos digitais disponibilizados aos colégios públicos do país, e os usos de softwares livres de edição que estão sendo disseminados nos formatos de recursos educacionais abertos.
De sociólogo e de louco todo mundo tem um pouco: ou porque a sociologia é a disciplina mais legal da escola Resumo Este breve ensaio elabora uma narrativa semi-fenomenológica sobre as possibilidades da sociologia como disciplina no ensino médio, interrogando o lugar e o sentido do artesanato intelectual. Ele é fruto das experiências acumuladas em salas de aula a partir dos diálogos com jovens que perguntam insistentemente sobre a legitimidade, a utilidade e a inteligibilidade do ensino escolar da sociologia. A proposta é insinuar metodologias com potencial de exigir a transformação do próprio saber sociológico, indicando percursos epistemológicos que não estejam ancorados na busca prepotente da "Verdade".Palavras-chave: Sociologia -estudo e ensino; Ciências Sociais; Prática de ensino.
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