A revista Ciência Hoje das Crianças (CHC), criada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, se destaca como material paradidático de divulgação científica na educação básica brasileira por sua distribuição pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) no Brasil. Desde o final do século XX são realizados estudos sobre a importância das atividades experimentais no ensino de Ciências que objetive a alfabetização científica. As pesquisas recomendam que o encaminhamento das atividades deve partir de um problema, não se limitando à manipulação ou observação. Ressaltam também que as crianças dos anos iniciais de escolaridade são capazes de fazer reflexões e buscar explicações, indo além da mera execução de roteiros ou da contemplação. Assim, o objetivo desse trabalho é apresentar a análise das atividades experimentais de Física propostas na CHC. O resultado mostra que a CHC está na contramão do que recomendam as pesquisas em ensino de Ciências. As atividades experimentais apresentam características empírico indutivistas marcadas por uma visão rígida da Ciência. Permitem pouca ou nenhuma liberdade para atuação criativa e reflexiva dos estudantes, sem espaço para erro ou discussão dos resultados. A revista não é um material didático e não explicita entre seus objetivos a alfabetização científica. Porém, considerando as pesquisas em ensino de Ciências das últimas décadas, acreditamos que um material que pode compor as bibliotecas de mais de 150 mil escolas públicas brasileiras não pode encaminhar concepções estereotipadas da Ciência como, por exemplo, a visão empírico-indutivista. Pelas dimensões do PNLD e sua política de avalição de materiais distribuídos, a CHC deveria se destacar como mediadora entre as pesquisas e o ensino nas escolas.
RESUMO: Neste trabalho, expomos três metodologias utilizadas para identificar patamares de entendimento de sujeitos em situações específi-cas de pesquisa. Construímos sistemas categóricos para analisar respostas de estudantes de diferentes séries do Ensino Médio. Três perspectivas fundamentaram a elaboração: a Teoria de Habilidades Dinâmicas (FISCHER, 1980(FISCHER, , 2006, a Taxonomia SOLO (BIGGS e COLLIS, 1982) e a perspectiva docente de avaliação. Duas investigações são relatadas, porém, o foco do trabalho é evidenciar os três métodos de análise qualitativa, explicitando os critérios e os procedimentos realizados para a construção dos sistemas. Acreditamos que discussões metodológicas dessa natureza devam ser realizadas no âmbito das pesquisas educacionais para que os parâmetros de investigação sejam melhor pensados em termos de elaboração e aplicação. Palavras-chave: Metodologia, Ensino de Ciências, Aprendizagem. BUILDING AND USING SYSTEMS OF CATEGORIES TO EVALUATE STUDENTS' UNDERSTANDING ABSTRACT:We report in this paper three methodologies used to identify students' understanding levels when different kinds of research have been made. Systems of categories were built to analyze students' responses; these students were at different grades in High School. Our systems were elaborated under three perspectives: SOLO Taxonomy (BIGGS and COLLIS, 1982), Dynamic Skills Theory (FISCHER, 1980(FISCHER, , 2006, and teacher's' views for evaluation. Although we reported two investigations, this paper aims to present three methods of qualitative analysis and to elicit criteria and procedures used to build the systems. We believe this kind of methodological issues must be discussed in educational research for improving methods, techniques and investigation parameters.
Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar o espaço ocupado por saberes sobre os céus indígenas em documentos educacionais nacionais e do estado do Amazonas. A metodologia tem abordagem qualitativa e os documentos selecionados para análise foram: Parâmetros Curriculares Nacionais, Base Nacional Comum Curricular, Propostas Curriculares do Estado do Amazonas e Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas. Para análise desses documentos utilizamos a Análise de Conteúdo. Os resultados mostram que, dos documentos analisados, somente o Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas, documento específico para essas culturas, apresenta explicitamente elementos a respeito dos saberes sobre os céus indígenas. Nos outros documentos, a abordagem específica de saberes indígenas sobre os céus é pouco recorrente. Em se tratando das Propostas Curriculares do Estado do Amazonas, a falta desses temas é preocupante. No estado com o maior número de pessoas autodeclaradas indígenas no país, a abordagem de temas relacionados aos saberes sobre os céus indígenas ressaltaria a importância da valorização dos conhecimentos produzidos por esses povos. A falta dessa abordagem pode contribuir para naturalizar um currículo que apresenta predominantemente a cultura dominante. A pouca representatividade da cultura indígena nos currículos, consequentemente, promove a manutenção de livros didáticos nessa mesma perspectiva. Palavras-chave: Currículo. Cultura Indígena. Diversidade cultural.
Esta pesquisa busca compreender a alfabetização científica no ensino de Física dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para tanto, apresenta uma revisão realizada nos três últimos anos em dois eventos relevantes da área de ensino de ciências: Encontro Nacional de Pesquisa em Ciências (ENPEC) e Simpósio Nacional de Ensino de Física (SNEF). Para a organização e a análise das publicações, utilizamos a Análise de Conteúdo. Os resultados foram sistematizados em seis categorias a partir do objeto/participantes de cada pesquisa: Professores, Estudantes, Livro didático, Documental e revisão bibliográfica. Identificamos que a maior porcentagem das pesquisas tem como participantes estudantes, e o livro didático encontra-se em menor percentual, aparecendo apenas em um artigo. Nessas publicações, a concepção de alfabetização científica relaciona-se à possibilidade de formação de uma nova visão de mundo, de pessoas conscientes, críticas, ativas e transformadoras da sociedade em que vivem. Consideramos, pelo número expressivo de trabalhos apresentados nesses dois eventos, que as publicações nessa temática ainda são tímidas, porém, com base em revisões anteriores, identificamos que houve crescimento nessa área. Os resultados mostram também que pesquisadores como Sasseron, Carvalho, Delizoicov, Lorenzetti e Auler são os mais citados para fundamentar a alfabetização científica nesses trabalhos.
O conceito de proporcionalidade é relevante para a compreensão de diversos conteúdos e suas aplicações, visto que variadas grandezas se relacionam de forma direta ou inversamente proporcional. Nesse sentido, é proposta uma intervenção por meio de uma sequência didática em que os participantes são discentes de um curso de licenciatura em matemática e física. Durante as atividades, foi utilizado um simulador da plataforma PhET, que teve o papel de ferramenta auxiliar na construção do conhecimento. Os resultados mostraram que houve apropriação de saberes essenciais à formação docente, rompendo os equívocos apontados em análise prévia, bem como foi vista a aptidão na elaboração de questões a serem trabalhadas em práticas futuras. Diante dos fatos mencionados, ficam sugeridas a sequência didática como exemplo de metodologia aplicável na discussão de conceitos e as simulações como estimuladoras de aprendizagem.
Com a aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), estão previstos os itinerários formativos de maneira que a inserção e o formato de ensino de Física serão de acordo com as decisões de cada escola. Diante desse cenário, utilizando a análise de conteúdo, propõe-se analisar o texto da BNCC a fim de verificar as determinações relacionadas ao ensino de Física descritas na área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias. A análise apontou que dependendo do itinerário formativo escolhido, o aluno pode ser privado de uma formação mais geral. Quanto às competências e habilidades, ficam explícitos temas relativos às Mecânica, Termodinâmica, Óptica, Eletromagnetismo, Física Moderna e Contemporânea. Outra lacuna está nas questões relacionadas à diversidade e à inclusão, relativas aos povos indígenas, às comunidades remanescentes de quilombos e afrodescendentes e às pessoas com deficiência, aspectos restritos à introdução do documento e à área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
O livro didático é o principal material de apoio dos professores e alunos das escolas públicas brasileiras, sendo avaliado e distribuído pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). Os resultados dessa avaliação são publicados no Guia do Livro Didático do PNLD, podendo auxiliar o professor na escolha da obra que será utilizada de acordo com a proposta pedagógica de cada escola. Dentre os critérios de aprovação desse programa, está a avaliação das propostas de atividades experimentais. Diante disso, por meio de uma pesquisa de abordagem qualitativa constando de análise documental de Guias de Livros Didáticos, apresenta-se como foram avaliadas as atividades experimentais de livros didáticos de Física do Ensino Médio aprovados nos últimos PNLDs (2009 a 2018) do ponto de vista dos pareceristas. Para análise e organização das informações, foi utilizada a Análise de Conteúdo, e os resultados mostraram que, dentre as trinta e oito obras analisadas, apenas sete possuem atividades experimentais em uma perspectiva investigativa. Acredita-se que os resultados desta investigação possam contribuir para conhecer melhor as propostas experimentais de livros aprovados no PNLD e escolher criticamente livros de Física a serem adotados para o Ensino Médio das escolas públicas.
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