Neste trabalho, investigamos como a utilização não usual de objetos mediadores por professores de Ciências Naturais do Ensino Superior possibilita novas significações para esses objetos durante o ensino em sala de aula. Os dados foram gerados a partir da gravação em vídeo de aulas de professores de Física e Química, ministradas em uma Instituição Federal de Ensino Superior. Inicialmente, com o auxílio do software NVivo11, produzimos mapas de episódios das aulas e construímos diagramas de mapeamento do uso de meios mediacionais pelos professores. Posteriormente, realizamos uma microanálise de fragmentos de alguns episódios nos quais os professores utilizaram os objetos, ressignificando-os nessas ações. Os resultados mostram que essas ressignificações são idiossincráticas, mas sempre ampliam e potencializam as qualidades dos meios mediacionais no ato de ensinar. Acreditamos que esses resultados trazem contribuições pontuais, mas importantes para o entendimento das aulas de professores universitários, além de propiciar a discussão e reflexão sobre o uso de diferentes recursos materiais que potencializam o trabalho do professor.
RESUMO: Nos últimos anos tem crescido o interesse em investigar a contribuição da linguagem na construção de significados em sala de aula. Neste trabalho investigamos como duas professoras do Ensino Superior mobilizam diferentes modos semióticos e promovem interações entre eles para a construção de significados em aulas de Química Orgânica. Gravamos um conjunto de aulas de duas professoras e selecionamos um episódio de cada uma para análise. Observamos que as professoras investigadas utilizam e articulam, idiossincraticamente, variados modos semióticos em suas interações com os estudantes. A análise demonstra a importância do uso de diferentes modos semióticos, tais como fala, gestos, olhar, modelos bola/vareta e desenhos no quadro, para o ato de comunicação. A articulação desses modos semióticos potencializa a construção de significados em sala de aula. Palavras-chave: Modos semióticos. Multimodalidade. Gestos. Sala de aula. Ensino Superior. INTERACTIONS BETWEEN SEMIOTIC MODES AND THE MAKING OF MEANING IN LESSONS OF HIGH EDUCATION ABSTRACT:The interest on investigating the contribution of language to the making of meaning in classroom has increased lately. The present paper aims to investigate how two professors mobilize differentsemiotic modes and promote interactions among the modes for the making of meaning in classes of Organic Chemistry. We recorded a set of classes of both professors and we selected an episode of each one of the professors for analysis. We observed that both professors use and articulate several modes idiosyncratically in their interactions with students. The analysis demonstrates the importance of the use of different-semiotic modes for communication such as: speech, gestures, the gaze, ball/stick models and drawings on the board. In addition, it is notable that the articulation of semiotic modes enhances the making of meaning in the classroom.
RESUMO Este trabalho teve como objetivo identificar, em uma amostragem de professores do Ensino Superior de diversas áreas do conhecimento, as estratégias pedagógicas mais citadas, a forma como planejam suas aulas e como atraem os estudantes para a participação nas atividades propostas em sala. Para isso, concebemos um instrumento de coleta de dados e analisamos as respostas dadas a um conjunto de questões que tratavam do planejamento e das estratégias didáticas utilizadas. As respostas foram tabuladas e analisadas por meio do software de análise estatística Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Constatou-se que as variações de aulas expositivas são predominantes em todas as áreas; que o planejamento das aulas, para muitos professores, é uma atividade que mais se assemelha à organização do conteúdo do que aos objetivos de ensino; e que o engajamento dos estudantes está diretamente relacionado com as estratégias utilizadas pelos professores.
Neste artigo analisamos o processo de aproximação de uma professora da Educação de uma abordagem investigativa do ensino de ciências. Para isso, levantamos duas questões: Como as atividades propostas pela professora foram se aproximando de uma perspectiva investigativa? Que deslocamentos de sentidos ocorrem na maneira como a professora compreende o ensino de ciências, ao longo de seu trabalho com as crianças? Os dados da pesquisa foram construídos a partir de uma observação participante, ao longo de oito meses, em uma turma de Educação Infantil de uma escola pública municipal. No percurso da investigação foram realizados vários encontros entre a professora e a pesquisadora para o planejamento e a avaliação das atividades de ensino. Além disso, foram construídos dados por meio: (i) de entrevistas feitas pela pesquisadora com a professora; (ii) dos registros que a professora produziu das atividades didáticas e seus resultados; (iii) das produções das crianças; (iv) do caderno de campo da pesquisadora; (v) de fotografias feitas durante a pesquisa. Os resultados mostram que, ao longo das aulas, a professora criou estratégias didáticas para envolver as crianças nas atividades propostas e acolheu demandas apresentadas pela turma. Desse modo, as crianças compartilharam curiosidades, fizeram observações de fenômenos, realizaram experimentos, desenvolveram sua imaginação e se relacionaram de forma cada vez mais dialogada com a professora e com seus pares. Ao interagir com as crianças e com a pesquisadora, a professora se deslocou de uma visão mais tradicional para uma abordagem mais investigativa do ensino de ciência.
Este trabalho apresenta e discute procedimentos teórico-metodológicos utilizados no desenvolvimento de uma pesquisa, que narrou a experiência vivenciada por um grupo de formadores, e os processos de significação acerca da expressão ensino por investigação no contexto de um curso de especialização. Apresentaremos as condições a partir das quais se deu o levantamento dos dados analisados e os cuidados metodológicos que fomos levados a adotar em função da duplicidade de papéis que assumimos ao atuarmos tanto como pesquisadores quanto como formadores e sujeitos da pesquisa. Apresentaremos algumas ideias-chave da teoria das enunciações de Bakhtin e seu círculo, que serviram de base para as análises dos dados produzidos. Caminhamos pelas enunciações dos sujeitos da pesquisa nos espaços coletivos do grupo, nas entrevistas que realizamos com eles e no conjunto dos textos escritos como suporte ao curso, procurando preservar a articulação entre o que se diz e o modo como se diz.
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