Resumo O objetivo foi avaliar se a presença da enfermeira na atenção ao parto em maternidades da Rede Cegonha promove o acesso às boas práticas de atenção obstétrica ao trabalho de parto e parto. Avaliação conduzida em 2017, nas 606 maternidades do SUS que aderiram a essa política estratégica em todos os estados do Brasil. Utilizamos dados coletados com gestores das maternidades e puérperas. A análise ocorreu em dois níveis: hospitalar, com ou sem assistência ao parto por enfermeiras; e profissional, que assistiu ao parto vaginal, médico ou enfermeira. Como variáveis dependentes incluímos boas práticas e intervenções no parto vaginal e na taxa de cesariana. Foram incluídas na análise dos partos vaginais 5.016 puérperas e no cálculo da taxa de cesariana 9.692. Análises múltiplas foram ajustadas por região geográfica, localização, porte da maternidade, cor da pele e paridade da puérpera. Maternidades com enfermeira na assistência ao parto usam mais partograma; e menos ocitocina, litotomia, episiotomia e cesariana. Em partos assistidos por enfermeiras foi mais frequente o preenchimento do partograma e menor a chance de litotomia e episiotomia. A inserção da enfermeira na assistência ao parto vaginal tem se mostrado bem sucedida, trazendo às mulheres um parto mais fisiológico e respeitoso.
Objetivo: O estudo visa identificar a produção científica sobre resultados maternos e neonatais dos partos acompanhados por enfermeiras obstétricas nos centros de parto normal no Brasil, no período de 2010 a 2020. Método: Caracteriza-se como uma revisão de escopo, onde utilizamos a estratégia PCC (População, Conceito, Contexto) para construir a questão de pesquisa e conduzir as buscas. As publicações foram recuperadas nas bases de dados Portal de Periódicos CAPES/MEC, Portal BVS, CINAHL, PUBMED, LILACS, Scielo, Science Direct, Scopus e Banco de Teses e Dissertações da CAPES. Resultados: Foram selecionados 14 estudos, sendo nove transversais descritivos, quatro transversais analíticos e um caso-controle. Quanto à população, a amostra analisada nos estudos compreendeu 23.787 prontuários de parturientes. Os estudos descritivos analisaram práticas na assistência obstétrica e desfechos maternos e dos recém-nascidos, evidenciando que a grande parte das intervenções realizadas seguem as recomendações da Organização Mundial de Saúde, com oferecimento de boas práticas e redução das intervenções. Os resultados dos estudos comparativos, evidenciaram maior presença de boas práticas e menos intervenções quando comparados com o modelo hospitalar. Os dados encontrados sugerem que o parto no modelo assistencial desenvolvido nos centros de parto normal se caracteriza como desmedicalizado quando comparado ao desenvolvido no hospital. Conclusão: nos centros de parto normal ocorrem mais boas práticas obstétricas e menos intervenções, sendo assim mais apropriados para assistirem as mulheres de baixo risco, contribuindo para a desmedicalização do parto.
<p> </p><p>Objetivo: conhecer os fatores relacionados ao não uso de medidas preventivas das infecções sexualmente transmissíveis durante o período gravídico. Método: estudo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa, realizado com gestantes num hospital universitário do Rio de Janeiro, Brasil. A coleta dos dados foi feita mediante a aplicação de entrevista semiestruturada, no ano de 2017. Resultados: as entrevistadas conheciam as principais infecções; não utilizavam nenhum método de prevenção; obtiveram informações sobre as infecções pelas mídias sociais, grupos de planejamento familiar e praticamente nenhuma durante o pré-natal; consideraram a conjugalidade um fator de proteção. Conclusão: esta pesquisa desvelou fatores relacionados à não adoção de medidas preventivas das infecções sexualmente transmissíveis por mulheres e seus parceiros durante a gestação.</p><p>Descritores: Saúde da mulher. Enfermagem obstétrica. Doenças sexualmente transmissíveis.</p>
Introdução: Apesar de estudos apontarem que apenas 15% das brasileiras no início da gestação demonstram interesse pela cesariana, os números de nascimentos cirúrgicos ultrapassam os 10% a 15% recomendados pela OMS. É importante que a profissional de saúde propicie uma troca de informações e compartilhamento de decisões entre cuidador e cuidado, no lugar de imposição de saberes. Objetivos: Identificar as ações de educação em saúde fornecidas às mulheres durante o pré-natal acerca do processo de parturição; Conhecer as percepções das mulheres sobre as ações de educação em saúde em relação a trabalho de parto e parto divulgadas no pré-natal. Metodologia: O estudo será de uma pesquisa de campo, de caráter descritivo e exploratório, com uma abordagem qualitativa. As participantes da pesquisa serão puérperas que estejam internadas no alojamento conjunto de uma maternidade municipal da zona oeste do Rio de Janeiro, que aceitem participar da pesquisa, com idade entre 18 e 45 anos que tenham realizado o mínimo de 6 (seis) consultas de pré-natal. Após submissão e aprovação do comitê de Ética em Pesquisa da UERJ e prefeitura, será iniciada a coleta de dados, onde serão realizadas entrevistas semi-estruturadas. Resultados: A partir do estudo foram elaboradas duas categorias para discutir sobre a temática. Categoria 1: Ações de educação em saúde fornecidas às mulheres durante o pré-natal acerca do processo de parturição. Categoria 2: Conhecer as percepções das mulheres sobre as ações de educação em saúde em relação a trabalho de parto e parto divulgadas no pré-natal. Considerações Finais: Durante a pesquisa foi possível observar a precariedade de informações por parte das gestantes e parturientes, por esse motivo, entende-se que o preparo para o momento do parto é essencial durante os encontros nas consultas de pré-natal, para que essas mulheres se fortaleçam e conduzam com mais autonomia a gestação e o parto.
RESUMOObjetivo: analisar a produção científica sobre a utilização da acupuntura para indução do trabalho de parto. Métodos: Revisão de escopo baseada na metodologia proposta pelo Instituto Joanna Briggs. Foram analisadas bases PubMed, Scopus, e Biblioteca Cochrane. Após revisão por dois revisores independentes quanto aos critérios de inclusão, foram selecionados 3 estudos publicados de 2010 a 2020, para compor a amostra. Resultados: As investigações reconheceram que os pontos BP6, IG4, F3, VG20, B31 e B 32 tem maior frequência de utilização na indução do trabalho de parto. Com relação a intervenção, são necessários estudos clínicos que avaliem a eficácia da técnica, evidenciando o desfecho positivo do parto normal. Conclusão: A revisão contribuiu valorizando a acupuntura como abordagem a ser adotada na indução do trabalho de parto, na perspectiva da desmedicalização.
Introdução: A gestação é considerada um momento transicional do mundo feminino, uma vez que implica mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais na vida da mulher. Com a chegada do modelo tecnocrático na assistência obstétrica, os aspectos emocionais, humanos e culturais presentes nesse ciclo deixaram de ser considerados, subestimando o valor peculiar da assistência ao nascimento. Objetivos: Compreender os desdobramentos das demandas emocionais da gestação no processo de parto das mulheres atendidas na Casa de Parto David Capistrano Filho e compreender o contexto do atendimento às demandas emocionais das mulheres assistidas na Casa de Parto David Capistrano Filho. Metodologia: Trata-se de um estudo exploratório-descritivo de abordagem qualitativa documental. O estudo tem como cenário a Casa de Parto David Capistrano Filho situada no município do Rio de Janeiro. A técnica de coleta de dados consiste na análise de 24 prontuários de mulheres internadas na Casa de Parto David Capistrano Filho no ano de 2019. Resultados e Discussões: O estudo constatou que a gestação abrange demandas emocionais que podem ser ocasionadas ou agravadas por fatores externos como a falta de apoio familiar, traumas, luto, assim como o histórico pessoal de doenças psíquicas podendo ser identificadas através da singularidade do cuidado e a escuta ativa durante a assistência. Considerações Finais: As demandas são capazes de causar desequilíbrios emocionais importantes se não forem trabalhadas no pré-natal, podendo gerar o prolongamento do trabalho de parto e com isso aumentar a sensação de dor.
Objetivo: contextualizar as mudanças anunciadas para as políticas públicas de saúde, incluindo a Rede Cegonha, como momento histórico decisivo para o futuro da Enfermagem no Brasil, e para a garantia de direitos das mulheres e seus filhos. Conteúdo: O percurso histórico e político das lutas da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras, amparado pela legislação e marcos regulatórios da Enfermagem brasileira e das Políticas Públicas de Saúde da Mulher, enfatiza a importância do papel das Enfermeiras Obstétricas como sujeitos políticos, para a tomada de decisões frente ao futuro da Enfermagem. Porém, apesar dos avanços na mudança de modelo de assistência obstétrica e neonatal por meio da Rede Cegonha, a implementação da Rede de Atenção Materna e Infantil ameaça tanto a atuação da Enfermagem Obstétrica como a garantia dos direitos humanos das mulheres. Considerações finais: O desmonte da Rede Cegonha intensificada os desafios e exige decisões para o futuro da Enfermagem.
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