Resumo O artigo analisa como a engenharia ferroviária articulou-se com a produção de fotografias no Brasil em meados do século XIX. A hipótese é a de que as exigências crescentes na execução de obras e o novo conhecimento cartográfico demandaram mais registros visuais, o que foi suprido e potencializado com o surgimento das técnicas fotográficas. Levantaram-se informações sobre registros fotográficos das estradas de ferro produzidos no Brasil após a década de 1850, a fim de analisar as características dessas imagens. A análise foi aprofundada numa série de fotografias de Marc Ferrez, por ter o maior volume de vistas ferroviárias atualmente acessível, o que possibilitou o reconhecimento de padrões nessas imagens a ponto de identificá-las como “registro fotográfico de obra”.
O objetivo deste artigo e refletir sobre a natureza do patrimônio industrial no Brasil, pois defendemos que sua identificação será muito facilitada por investigações histórico‑arqueológicas rigorosas e atentas ao contexto da industrialização no Brasil. Para o desenvolvimento desta argumentação, cabe primeiramente uma pequena revisão crítica sobre quais os exemplos de bens industriais já protegidos no âmbito nacional. Em seguida, algumas considerações sobre a natureza de núcleos industriais no Brasil e implicações a sua proteção e, por fim, concluímos sobre as perspectivas sobre o reconhecimento de proteção do patrimônio industrial. Assim, nosso artigo contribui ao reiterar o valor histórico do patrimônio industrial no Brasil, desde que ele represente vestígios de uma industrialização, de suas particularidades na instauração de uma sociedade industrial e suas peculiaridades socioeconômicas, culturais e tecnológicas.PALAVRAS-CHAVE: Arqueologia industrial. Brasil. Industrialização. Núcleos industriais. Patrimônio industrial.
R e s u m o :Este artigo coloca as concepções e projetos políticos envolvidos no processo que conduziu à constituição imperial brasileira de 1824 num contexto histórico que parte da noção de império civil tal como se desenvolveu quando da reorganização polí-tico-administrativa do reino e do império de Portugal no século XVIII. Em seu desenvolvimento, o artigo mostra que, com a coroação de D. Pedro I, fez-se um uso moderno do antigo procedimento da sagração, como modo de instituir uma sujeição política baseada na razão universal humana. O estudo permite entender melhor porque o Brasil independente foi visto como império, não como um reino, bem como o significado profundo do poder moderador que a constituição de 1824 atribuiu ao imperador. Palavras-chave: jusnaturalismo -Iluminismo -poder de império -monarquia constitucional -poder moderador.* Artigo recebido em janeiro de 2005 e aprovado para publicação em março de 2005. ** Doutor em História pela UNESP e professor Assistente na mesma instituição.
O artigo estuda o acervo documental do Museu da Companhia Paulista em Jundiaí e visa identificar como se deu a formação do acervo documental a fim de contribuir para sua valoração e organização como patrimônio documental e ferroviário. Seu propósito é identificar, então, a procedência desse conjunto, a época e as condições em que ele foi reunido num acervo, a função e a aplicabilidade das políticas públicas em seu caso específico. É preciso notar que a reunião do conjunto documental em um acervo e suas condições históricas nas décadas de 1990 e 2000, revela além da história da instituição, a forma de gestão pública da época. As relações estabelecidas entre criação desse acervo e das instituições que deram origem a ele, geram reflexões sobre o modo como foram gerenciados os processos patrimoniais no período de desestatização.
Neste estudo se propôs levantar dados da condição do Complexo Fepasa em Jundiaí-SP, enquanto bem ferroviário protegido por meio de tombamento decretado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a fim de cotejar com diretrizes existentes sobre conservação do patrimônio, especificamente o da tipologia industrial. Para isso foram analisadas sete diferentes cartas patrimoniais que orientam quanto à preservação do patrimônio cultural, cotejadas com as motivações que levaram ao decreto do tombamento, justificativas do corpo técnico e valorações consideradas na proteção do bem. Realizou-se consulta a livros e documentos públicos, além do auxílio na identificação de bens por meio de Sistema de Informação Geográfica (SIG). Ao fim, identificou-se que apesar de algumas iniciativas condizentes com as recomendações de preservação ao patrimônio, ainda falta diversidade e orientação no órgão de preservação na figura de seu corpo técnico quanto à proteção, conservação e identificação de valorações especificamente voltadas ao patrimônio industrial ferroviário.
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