ResumoO objetivo deste texto é refletir sobre a produção e circulação do conhecimento na sociedade contemporânea, claramente marcada pelo prestígio da ciência e da tecnologia. Parte-se da constatação de que, dadas as condições históricas atuais, o domínio da ciência e da tecnologia tem um lugar fundamental na vida das pessoas hoje, que esperam delas o bem-estar, a cura, a diversão, o trabalho etc. A atenção do texto se localiza na análise da circulação do conhecimento científico, aqui considerada como fazendo parte do processo de produção de conhecimento. Mais especificamente, a atenção deste texto se volta para aspectos do funcionamento enunciativo das políticas científicas e das relações entre Estado, mídia e sociedade. Por esta análise se procurará ver como o processo de circulação de conhecimento afeta as pró-prias condições de sua produção, na medida em que produz sentido no embate político de que participa. Palavras-chave: circulação do conhecimento, divulgação, ciência, tecnologia, mídia, enunciação AbstractThe objective of this text is to reflect upon the production and circulation of knowledge in contemporary society, clearly marked by the prestige of science and technology. We start with the ascertation that, given the present historical conditions, the domain of science and technology has a fundamental place today in the lives of individuals, who expect them to provide well being, cures, entertainment, work, etc. The attention of the text is located in the analysis of the circulation of scientific knowledge, considered here as being part of the process of knowledge production. More specifically, the attention of this text is directed to aspects of the enunciative functioning of scientific policies and of the relations among State, media and society. Through this analysis, we will attempt to see how the process of knowledge circulation affects its own conditions of production, as it produces meaning in the political clash in which it participates.
HAMBURGER, Amélia Império (Coaut. de); SHOZO, Motoyama (org.). FAPESP: uma história de política científica e tecnológica. São Paulo, SP: FAPESP, 1999. 296 p., il. ISBN 8586956031 (enc.). MOTOYAMA, Shozo; HAMBURGER, Amélia Império; NAGAMINI, Marilda (org.). Para uma história da FAPESP: marcos documentais. São Paulo, SP: FAPESP, 1999. 248 p. ISBN 858695604X (enc.).
Resumo: Este texto analisa a relação de significação que atribui ao nome próprio Rio de Janeiro o sentido de cidade maravilhosa. Para isso o trabalho analisa a questão da relação apositiva que acaba por apresentar uma história de enunciações a respeito da cidade do Rio. Neste caso o aposto acaba por apresentar-se como um outro nome para a cidade, havendo assim uma sobreposição de dizeres e tempos do sentido. O sentido do nome Rio de Janeiro (primeiro, nome da baía da Guanabara e, depois, nome da cidade, por metonímia), significa um memorável descritivo que articula o nome com sentidos da beleza do lugar e que se desloca para um sentido avaliativo. Este processo se especifica por uma história de enunciações que se pode localizar na passagem do século XIX para o XX. Tanto este aspecto quando o do próprio funcionamento da relação apositiva mostram aspectos muito particulares da constituição do sentido do nome próprio. E neste caso, a relação apositiva faz uma predicação que se apresenta como própria do sentido de Rio de Janeiro, como se fosse algo que o nome significasse de modo fixo e definitivo. Palavras-chave: Semântica, Rio de Janeiro, enunciação, nome próprio, aposto.Abstract: This paper analyzes the semantic relations that attach the sense of 'wonderful city' to the proper name Rio de Janeiro. To do so, the author explores the appositional relation that brings with it a history of utterances concerning the city of Rio. In this case, the apposition ('wonderful city') turns out to present itself as another name for the city, in a way that it produces an overlap of sayings and sense temporalities. The name Rio de Janeiro (first the name of the Guanabara Bay and then the name of the city, by metonymy), signifies a descriptive memorable piece that articulates the name with the sense of the beauty of the place, and that changes from a descriptive to an evaluative sense. This process is specified by a history of utterances that can be located between the late nineteenth century and the beginning of the twentieth. Both this aspect and that
Pour l’auteur, la notion de texte, prise hors d’un appareil theórique,est empirique et sans valeur analytique. Par contre, texte en tant que catégorie dela théorie de 1’énonciation s’impose à partir de la notion de position-auteur et durapport que celle-ci entreprend avec 1’interdiscours qui se représente dans le texteen tant que texte, en y produisant 1’illusion d’évidence empirique, responsable par1’effet d’unité et de finitude.
The aim of this text is to reflect on what is to analyze texts and how to do it. From the point of view adopted here it is considered that the event of reading is not the same event in which the text is enunciated. This goes in the direction of thinking that the place of the Reader is not simply the correlate of places such as those of Speaker or Locutor. Procedures of analysis proper to the Enunciative Semantics lead to the indication that the place of reading (of interpretation) is not the place of Alocutary (as Ducrot defines this term). It is a social place of Alocutary which is not, in turn, a direct correlate of a social place of Locutor. Reading (interpreting) is involved with the place in which one it is taken in order to interpret. paLavras-ChavEAcontecimento. Enunciação. Interpretação. Leitura. Semântica. Texto.
Este texto tem como objetivo analisar alguns movimentos de designação e argumentação no Manifesto da Confederação Abolicionista do Rio de Janeiro, de José do Patrocínio, de 1883, visando criar condições para refletir sobre a consideração de valores éticos, a partir de análises semânticas específicas. A análise será feita sobre recortes do texto, sobre três pontos fundamentais: 1.o espaço urbano do Rio de Janeiro como um cenário da luta pela abolição; 2.a argumentação sobre a abolição a partir do argumento da liberdade natural. 3.a relação do modo de estabelecimento do conceito de liberdade, no texto, e a questão dos valores éticos. Estas análises buscam encontrar na enunciação do texto a constituição de sentidos a partir do argumento da liberdade como um direito natural imprescritível, e da designação de liberdade no texto. Deste modo procura-se compreender como o sentido de igualdade pode ser considerado, segundo o texto, um valor ético fundamental. A análise conclui, entre outras coisas, que no texto a liberdade aparece menos como uma característica que descreve a sociedade da época, e mais como um valor, como do plano do deve ser, e enquanto tal um valor que projeta um ser, um é, futuro. E a consideração do valor da liberdade significa a igualdade como um valor que garante o valor da liberdade para todos.
Esta dissertação de mestrado desenvolve-se no interior do programa História das Ideias Linguísticas e tem como objetivo compreender os processos discursivos que vão significar uma história da sociolinguística no Brasil a partir da década de 1970, quando se constituíram as condições de seu início institucional no país no conjunto da história das ciências da linguagem. Partindo de uma posição histórica-materialista filiada à análise de discurso e à semântica do acontecimento, trato a história enquanto efeito de sentidos, visando à reconstrução do processo pelo qual a história da sociolinguística se conta nos primeiros trabalhos acadêmicos publicados no país concernentes a essa, então, nova forma de abordagem da diversidade linguística brasileira, atenta ao processo conjuntural e político que constitui o espaço no qual a história se produz. Pela análise da designação de sociolinguística no conjunto de textos que compõem meu recorte, pude encontrar duas regularidades que vão estruturando discursivamente um lugar para a sociolinguística no Brasil (i) pela sua relação com um passado de estudo da diversidade linguística no Brasil ligado à dialetologia e à geolingüística, de um lado, e pela filiação à sociolinguística de William Labov, de outro, e (ii) pelas tarefas que a disciplina tem a cumprir frente às demandas instaladas por um projeto de promoção da educação junto a uma imensa crise e pela necessidade de estudo da norma culta brasileira com bases empíricas atuais. A análise desses processos discursivos vai mostrar que a sociolinguística constrói seu lugar na memória do conhecimento sobre a linguagem no Brasil pela reafirmação dos processos de exclusão social e de normatização da língua com os quais busca romper, justamente porque, ao trabalhar com a relação entre língua e sociedade, considera o social sem questioná-lo, ressoando assim a conjuntura que envolve seu início institucional, que é a da ditadura militar. O caráter instrumental que a sociolinguística adquire por uma visão utilitarista da disciplina frente ao contexto educacional e político brasileiro irá produzir uma inflexão nos estudos da diversidade linguística no Brasil, do qual ela passa a ser o carro-chefe a partir de então.
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