Pesq. Vet. Bras. 34(10):963-966, outubro 2014 963 RESUMO.-[Intoxicação por Poiretia punctata em bovinos e ovinos.] Poiretia punctata (Willd.) Desv. foi associada a intoxicações em bovinos e ovinos em nove fazendas no estado de Sergipe, nordeste do Brasil. Os animais eram encontrados mortos ou morreram após apresentar sinais clí-nicos com evolução de até 18 horas. Dois ovinos que ingeriram P. punctata, fresca, na dose de 40g/kg de peso corporal (g/kg) morreram após a ingestão da planta em três e oito horas, respectivamente. Outro ovino que ingeriu a planta coletada cinco dias antes de ser oferecida ao animal na dose de 40g/kg apresentou sinais clínicos leves e se recuperou depois de 24 horas. Dois ovinos que receberam 20g/kg e outro que ingeriu, durante três dias consecutivos, doses de 20g/kg apresentaram sinais clínicos leves e se recuperaram. Dois bovinos que ingeriram a planta fresca, na dose de 20g/kg apresentaram sinais clínicos e se recuperaram. As observações clínicas da intoxicação foram depressão, ataxia, perda de equilíbrio, postura de base ampla, cabeça baixa, quedas, trismo mandibular, opistótono, nistagmo e decúbito. Não foram observadas lesões macroscópicas nem histológicas de significância. Amostras de P. punctata foram analisadas para nitratos, glicosídeos cianogênicos, e monofluoracetato sódio com resultados negativos. Conclui-se que P. punctata é uma planta tóxica que causa morte de bovinos e ovinos no estado de Sergipe.TERMOS DE INDEXAÇÃO: Plantas tóxicas, Poiretia punctata, intoxicação por plantas, ovinos, bovinos.
O cobre é um metal pesado essencial ao organismo, atuando nas células em numerosos processos biológicos essenciais, como respiração celular, síntese de melanina, metabolismo do ferro, antioxidante e biossíntese de neurotransmissor. No organismo, o cobre sérico está ligado à ceruloplasmina, e o cobre hepático é ligado à metalotioneína e armazenado em lisossomos. O excesso de cobre leva à produção de radicais livres, que inicia reações de peroxidação lipídica destrutivas que afetam a mitocôndria e outras membranas celulares (STALKER & HAYES, 2007). As manifestações clínicas caracterizam-se por dor abdominal, diarreia, icterícia, anorexia, desidratação e choque. Elevados níveis de cobre sérico pode levar a hemólise intravascular (CULLEN & BROWN, 2013). Relata-se um caso de intoxicação aguda por cobre em um ovino diagnosticado pelo Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) da Universidade Federal do Paraná – Setor Palotina. Um ovino, Santa Inês, fêmea, de três anos, proveniente de propriedade cujo animais passaram a receber ração de suíno. O proprietário relatou que após 10 dias de do inicio da alimentação cerca de 17% dos animais foram a óbito. Na macroscopia, observou-se fígado difuso e acentuadamente pálido com moderada hepatomegalia, moderada esplenomegalia, hemoglobinúria e rins de cor vermelho escura. Na microscopia, no rim observou-se no interstício hemorragia multifocal a coalescente acentuada principalmente em região de medular. Nos túbulos renais havia aumento da eosinofilia citoplasmática com picnose e carriorexia nuclear multifocal a coalescente acentuada, com desprendimento de algumas células para o lúmen (necrose tubular aguda). No interior de túbulos multifocais havia moderada presença de material amorfo, avermelhado, homogêneo que tendiam a formar cilindros (cilindros hemoglobinicos). No fígado, havia necrose individual de hepatócitos e nas tríades portais observava-se moderado infiltrado inflamatório linfohistiocitário e neutrofílico (hepatite) e moderada presença de fibroblastos com formação de pequenas pontes de tecido conjuntivo fibroso (fibrose). Os cortes histológicos de fígado e rim foram moderadamente positivos para a coloração de rodanina. Esta coloração é utilizada para evidenciar depósitos de cobre em cortes histológicos. Diante do presenta caso, o histórico clínico e os achados anatopatológicos corroboram para o diagnóstico de intoxicação crônica por cobre. Logo, por se tratar de uma afecção que acarreta a grandes prejuízos econômicos culminando em diminuição da produtividade devido seu comprometimento sistêmico, ressalta-se a importância deste levantamento epidemiológico, contribuindo na prevenção da doença.
The aim of this study was to evaluate the performance, ingestive behavior and carcass traits of crossbred Dorper x Santa Inês lambs fed rations containing soybean cake. Twenty-four lambs (4 months of age and 24.3 ± 3.1 kg BW) were used in a completely randomized design with four treatments and six replicates. Treatments were the inclusion of 50, 100 or 150 g kg-1 of soybean cake in the ration, on a DM basis, and a control diet without this ingredient. Rations were offered ad libitum for 75 days and the lambs were slaughtered at 35 to 40 kg BW. Dry matter intake reduced linearly and the average daily gain had a quadratic response to the soybean cake levels, also decreasing with the addition of this ingredient. The time spent feeding increased and the idle time decreased linearly with the soybean cake levels, whereas the time spent in rumination was not affected. Hot and cold carcass weights decreased linearly with the addition of this ingredient. The addition of 50 to 150 g kg DM-1 of soybean cake to the ration for lambs is not recommended due to reduced animal performance, which may compromise the profitability of sheep farmers.
This study was carried out to evaluate the white mulberry tree (Morus alba) as a feedstuff for ruminants in natura, as hay and as silage. A completely randomized design with five treatments and three replicates was used, where the treatments were five types of mulberry forage: (1) in natura after cutting; (2) hay; (3) silage of mulberry in natura; (4) silage of wilted mulberry and (5) silage of mulberry with ground ear corn. The content of crude protein (CP) did not differ between the silages (average of 19.03% of dry matter -DM). The CP content of the silages was higher than in mulberry hay (15.26% DM) and similar to mulberry after cutting (17.00% DM). The neutral detergent fiber (NDF) content did not differ between the silages (34.84% DM on average), but the NDF of silage with ear corn was lower than the mulberry hay (33.77 vs. 39.36% DM). The acid detergent fiber (ADF) content did not differ between silages and mulberry hay (30.66% DM on average). The lowest value for ADF was observed in the mulberry after cutting (26.06% DM). The aerobic stability of the silages was not broken during the seven days of aerobic exposure. The pH of silage of mulberry in natura was similar to silage of wilted mulberry (4.80 on average), while the silage with ear corn showed a lower pH value (4.58) compared to the other silages. The buffering capacity (BC) did not differ between the silage with ear corn and silage of wilted mulberry (84.91 meq 100 g DM -1 on average), while a lower value was observed for silage of mulberry in natura (56.69 meq 100 g DM -1 ). The highest value for ammonia nitrogen (NH 3 -N) was demonstrated in the silage of mulberry in natura (13.08% total N), and the lowest values were observed in the silage with ear corn and silage of wilted mulberry (7.49 and 9.58% total N, respectively). Silage with 11% of ground ear corn is the best alternative use of white mulberry tree as forage for ruminant feeding, since this form presented low fiber content and a fermentative pattern suitable for the process of forage conservation.
A presente pesquisa tem por objetivo conhecer a jurisprudência trabalhista brasileira para saber se a inação imposta ao trabalhador configura prática de assédio moral na relação de trabalho. O estudo é baseado em pesquisa bibliográfica exploratória e se encontra fundada em livros e artigos científicos especializados, legislação federal e decisões judiciais disponibilizadas em sítios oficiais dos Tribunais trabalhistas. São trazidas conceituações e exemplificações de situações configuradoras do assédio moral, os elementos que o caracterizam, as repercussões jurídicas e sociais dessa prática e o seu enquadramento como descumprimento do contrato de trabalho pelo empregador. A análise dos julgados selecionados permitiu concluir que a jurisprudência trabalhista está alinhada com a doutrina nacional e internacional, enquadrando a inação forçada como prática assediadora. Observou-se que os Tribunais do Trabalho não só censuram a citada prática, como também a considera suficientemente grave para autorizar o rompimento contratual e gerar o dever de indenizar a vítima. A inação forçada viola a dignidade da pessoa humana ao impedir que o trabalhador se realize como sujeito social.
A diarreia neonatal bovina é uma doença de origem multifatorial e entre os agentes envolvidos está o Cryptosporidium parvum, que ganha destaque por ser o principal protozoário responsável por ocasionar diarreia em bezerros neonatos e possuir elevado potencial zoonótico. O presente trabalho teve como objetivo, descrever um caso de infecção natural por C. parvum em um bovino diagnosticado no Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) e no Laboratório de Doenças Parasitárias dos Animais (DOPA) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) – Setor Palotina. Foi atendido no Hospital Veterinário da UFPR, um bovino, fêmea, Girolando, com 10 dias de vida, e conforme o histórico, o animal foi adquirido de outra propriedade que realizava a colostragem de forma inadequada, e desde a aquisição, o animal começou a apresentar manifestações clínicas como prostração e diarreia amarelada e fétida. Realizou-se tratamento, porém sem sucesso, e o animal foi a óbito, sendo encaminhado para o LPV para a autópsia. No exame macroscópico, observou-se baixo escore corporal com discreta deposição de tecido adiposo em subcutâneo e mesentério, a mucosa oral e ocular estavam levemente pálidas e no intestino, notou-se leve distensão por conteúdo gasoso e áreas multifocais com leve quantidade de conteúdo avermelhado líquido, por vezes, amarelado e fétido. Na análise histopatológica, notou-se nos no ápice das vilosidades, a presença leve de estruturas multifocais, arredondadas, eosinofílicas, medindo entre 1 a 2µm, compatíveis com Cryptosporidium spp. Parte do conteúdo fecal foi remetido ao DOPA, onde realizou-se a análise microscópica e molecular. Para a análise microscópica, foi confeccionado esfregaço fecal com o conteúdo resultante da centrifugo sedimentação, posteriormente, corado pelo método de Ziehl-Neelsen modificado (ORTOLANI, 2000). A análise confirmou a identificação de oocistos de Cryptosporidium spp. Após a análise microscópica a amostra foi submetida a clarificação, extração de DNA e nested-PCR (nPCR) (XIAO et al. 1999). Para a realização da PCR (Reação em Cadeia pela Polimerase) e nPCR, uma alíquota da amostra foi utilizada para a extração de DNA utilizando o Kit ChargeSwitch® gDNA Mini Tissue (Invitrogen). A região 18 SSU rRNA foi selecionada como sequência alvo para amplificação de DNA, sendo que, o amplicon esperado era de 826-864pb. A reação foi realizada com o volume final de 25μL e o produto amplificado foi submetido à eletroforese em gel de agarose a 1,6%. Com o intuito de identificar a espécie envolvida na infecção, após a amostra apresentar resultado positivo na técnica de nPCR, esta foi encaminhada para o sequenciamento e, após a análise da sequência de dados obtida, foi determinado que Cryptosporidium parvum era a espécie envolvida neste caso. Desta forma, o monitoramento dos animais para a obtenção do diagnóstico precoce é de suma importância para evitar as possíveis perdas na produção animal e gerenciar o risco da transmissão para seres humanos.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.