O presente trabalho problematiza a utilização, em políticas públicas, de uma imagem-conceito que possui vários nomes: homem, identidade, eu, self, personalidade, ego, alma, psique, subjetividade, individualidade. Propõe discutir algumas das ressonâncias dessa imagem-conceito, seus prejuízos e vicissitudes, quando aplicada às políticas públicas. Elenca como objeto de análise o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). O ensaio procura demonstrar que tal problemática não pode ser restringida a uma questão meramente teórica, já que se trata de invenção, produção e gestão de modos de vida. Ou seja, que quando incorporada a uma política pública tal imagem-conceito produz sentido, leis, normativas, espaços de interação, práticas de condução, políticas de financiamento, agentes, atores, enfim, produz modos de viver.
O artigo explora ressonâncias entre arte e psicologia. Em métodos tradicionais de pesquisa a entrevista com artistas aparece, quase sempre, como fonte primária de informação. Nesses a explicação da obra torna-se o grande objetivo do pesquisador. Ao artista restaria um saber implícito, desgovernado, e por vezes incoerente sobre aquilo que ele mesmo criou. Saber que seria desvelado, explicitado, revelado pelo crítico/pesquisador. A aposta deste trabalho é de que a Entrevista de Explicitação, técnica desenvolvida pelo psicólogo francês Pierre Vermesch, seja uma importante contribuição, nesse sentido, às pesquisas em arte. Afinal, o que aconteceria se à entrevista coubesse cartografar o processo de criação, ou se, em meio às investigações, o crítico mantivesse sua escuta atenta ao Know How – saber como – enunciado pelo artista? Numa tentativa de aprofundar a problematização recorre-se a conceitos de Thierry De Duve, Varela, Thompson e Rosch, bem como dos artistas Allan Kaprow e Robert Smithson.
O presente ensaio busca enunciar as principais linhas de força presentes na emergência e composição do Coletivo Profanações. Para tal, utiliza-se de duas narrativas disparadas por memórias afetivas de integrantes do grupo. À medida que os relatos avançam, os experimentos e os conceitos agenciados pelo coletivo vão sendo desenhados, expostos ao leitor. Intenta-se, portanto, apresentar alguns resultados advindos de uma prática de ensino, pesquisa e extensão, envolvendo formação em psicologia e teatro. Palavras
Neste ensaio procuramos responder à pergunta “Por que uma Zona de Investigações Poéticas (ZIP)?”, situando-a no contexto político-educacional de nosso país. Trazemos a noção de Zona Autônoma Temporária anunciada por Hakim Bey, compreendendo a poética como um modo de fazer e a política uma forma de viver-junto. Apresentamos a figura da amizade pelo viés pré-individual, não limitando-a à relação entre sujeitos ou às imagens unitárias de Ego e Grupo. Com Agamben e Ortega pensamos a amizade enquanto experiência poética e política, em que os sujeitos são vaporizados de seus lugares de intimidade, forjados e forçados a outras configurações na relação com o mundo e sob circuitos de afetos diversos. Com Dardot e Laval trazemos a noção de cosmocapitalismo como força colonizadora do inconsciente acadêmico, através do que Bordieu chama de homo academicus. Para além de um Grupo de Pesquisa, a ZIP é defendida como território a ser cartografado e como fantasia de convivência.
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