Este artigo apresenta pistas introdutórias acerca do uso da cartografia no universo de uma pesquisa. Pensa a cartografia enquanto um outro modo ou maneira de pesquisar. Problematiza o fato de ser uma prática singular e suja de pesquisa, com ênfase no processo e não em objetivos a priori. Ao entender a cartografia enquanto criação de mundos, conclui que todo cartógrafo é um artista. Palavras-chave: cartografia, pesquisa, metodologiaCartography: another possibility to research Abstract This paper presents introductory clues about the use of cartography in the universe of research. Think cartography while another mode or way to search. It discusses the fact that it is a singular and dirty research practice, with an emphasis on the process rather than on objective a priori. By understanding the cartography while creating worlds, concludes that each cartographer is an artist. Keywords: cartography, research, methodologyPela primeira vez, uma perna quer sair por minha boca, espremida. Um braço quer sair por minha boca. E o que ainda há de genitália, e o que ainda há de intestino, e o que ainda... Quer sair por minha boca. Uma parede, uma hélice, um vidro de janela querem sair por minha boca. Um carro acelerado, um pedaço de mar, um fuzil. Sob o testemunho pânico de alguns, uma desordem no corpo e nas coisas, uma fronteira desguarnecida Revista Digital do LAV -Santa Maria -vol. 7, n.2, p. 66-77 -mai./ago.2014
RESUMOEste artigo analisa o movimento de ocupação escolar a partir dos espaços virtuais. No período de maio a junho de 2016 foram ocupadas 41 escolas estaduais na cidade de Porto Alegre. O movimento foi uma estratégia de resistência coletiva ao sucateamento e à desvalorização da educação pública por parte do Estado. Entre as escolas ocupadas, 40 delas utilizaram o Facebook como ferramenta de organização, de cooperação e de divulgação junto à sociedade. Para dimensionar o uso das redes neste movimento, foram coletadas informações das páginas virtuais de todas as escolas envolvidas, assim como o número e a qualidade das "curtidas" e dos compartilhamentos respectivamente. Os espaços virtuais possuem um caráter multiplicador e viral, propagando, de maneira rápida e direta, as informações aos seus usuários. Tem-se, portanto, uma poderosa rede de informações que constitui o que Pierre Lévy chama de inteligência coletiva, em que os sujeitos envolvidos reinventam as relações e as formas de aprendizagem. Nessas páginas os estudantes atuam de acordo com suas demandas, construindo relações horizontais com a comunidade virtual que, por meio de compartilhamentos e de interações, colaboram com a manutenção e a ampliação das ocupações. As trocas de conhecimento são mantidas pelo que Piotr Kropotkin designa como apoio mútuo: redes de colaboração espontânea que extrapolam fronteiras institucionalizadas. Uma vez que estabelecidas, estas relações alteram os territórios conhecidos, ultrapassando barreiras e limites geográficos. Para além de uma mera ferramenta de comunicação, esses espaços virtuais tornam-se dispositivos à constituição e ao fortalecimento de uma inteligência política coletiva; tão imprescindíveis, quanto os movimentos operados pelos estudantes no interior das escolas.PALAVRAS-CHAVE: Exercício de cidadania. Aprendizagem mútua. Educação política.
Ao modo introdução, este artigo desdobra um aspecto do método cartográfico proposto por Gilles Deleuze e Félix Guattari. Trata-se da teoria das linhas, uma quase teoria que se faz no arranjo de conceitos extraídos da obra destes dois filósofos e que orientam uma pesquisa e/ou metodologia cartográfica pelo viés da filosofia da diferença. As linhas — duras, flexíveis e de fuga —, operam em coexistência, agindo no território a ser cartografado (e no próprio pesquisador). Cada linha tem sua funcionalidade e seus riscos, devendo, o cartógrafo, mapeá-las e trabalhar a favor da liberação da vida ali onde ela parece estar mais aprisionada.
Resumo Diante da dimensão de cada ciência, se faz necessário elaborar propostas curriculares para o direcionamento do ensino desses campos científicos. Quais seleções foram realizadas para pensar a colaboração da psicologia na formação de professores? Com essa inquietação como norte, elaborou-se um estudo descritivo sobre as disciplinas de Psicologia na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, por meio das ementas fornecidas pela secretaria da Faculdade. A análise dos documentos revelou a clara falta de sistematização, e a semelhança entre as formações em diferentes Licenciaturas foi apenas uma das questões abordadas na discussão do trabalho, que buscou tensionar as relações entre Psicologia e Educação, que, embora apresentem interesses mútuos, no diálogo institucional, parecem não se encontrar.
Revista Linhas. Florianópolis, v. 18, n. 38, p. 292-303, set./dez. 2017. p.292e -I S S N 1 9 8 4 -7 2 3 8O flâneur e as vertigens do tempo: uma aprendizagem ResumoDe todas as imagens que fazem parte da vida contemporânea, a ideia de trânsito parece ser uma das principais. Diante de um mundo marcado pela velocidade e interação contínuas, a passagem entre-lugares assume um importante estatuto. Todavia, quando esse ir e vir torna-se, ele, o território, a existência passa a ser vertiginosa. Vertigens do tempo e de espaços, de tempos que se sobrepõem e de espaços pouco capturáveis. O flâneur, essa espécie de anti-herói anunciada por Charles Baudelaire, é reassumido neste texto, sugerindo pistas acerca de como situar-se diante disto que incessantemente foge. Com Henry Miller, escritor americano, o ato de caminhar é problematizado, um transitar não somente por lugares, mas, sobretudo, por tempos e pela multiplicidade de vidas engendradas numa vida. Ainda que circunscrita a uma realidade urbana do século XIX, talvez ainda haja algo a aprender com o ato de flanar.
This article has a double objective that aims to situate, theoretically and empirically, children's cartography as a research methodology. In a first movement, we will situate children's cartography in its epistemological and philosophical bases, having as inspiration the cartographic conceptions of the philosophy of Deleuze & Guattari and his commentators. The introduction of cartography with children shifts our research perspectives to include dimensions that were once imperceptible or relegated to a plane of lesser value: it maps, not just what children see, but what they say, and chronicles the coexistence of children and the world in ways not previously available to adult-organized research vehicles. We illustrate by chronicling two cartographic experiences carried out with children and young people from Portugal and Brazil, and finish with a reflection on how researchers might configure mapping experiences that act to open the worlds of adults and children to each other.
Não há resumo pois é texto de apresentação do dossiê.
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