Com o objetivo de analisar as publicações relacionadas ao ensino de Genética e Biologia Molecular no Ensino Médio brasileiro, foram consideradas reflexões sobre várias publicações científicas mediante revisão bibliográfica. Foram analisados trabalhos publicados entre 1999 a 2008. A Revista Genética na Escola se destacou quanto à quantidade de artigos publicados. As publicações puderam ser classificadas em diversas categorias, como: análise de livro didático (ALD), histórico (HIS), intrainterdisciplinaridade (IID), metodologia de ensino (MEE), propostas curriculares (PRC) e outros (OUT). Embora compatíveis em quantidade, artigos das categorias ALD, HIS e PRC encontram-se publicados em pouquíssima quantidade. O número de artigos publicados nas categorias IID e MEE soma quase 73% das publicações encontradas, em relação às demais (as outras categorias juntas somam aproximadamente 27%). Este estudo possibilitou considerar que ainda é incipiente a pesquisa voltada ao ensino de Genética e Biologia Molecular, com relação ao Ensino Médio na escola básica brasileira.
Esta investigação focaliza os vínculos entre os saberes mobilizados no exercício da docência e os objetos de ensino com os quais professores de Biologia lidam no cotidiano de suas práticas. Buscou-se compreender como os professores mobilizam esses saberes para tornar os conhecimentos biológicos ensináveis para os alunos. As orientações metodológicas inspiram-se em estudos de tipo etnográfico para combinar diferentes procedimentos de tomada de dados: questionários; entrevistas e a observações diretas de aulas com registro em diário de campo e vídeo. O campo empírico envolveu três escolas públicas de Ensino Médio da rede estadual, localizadas na zona urbana de Vitória da Conquista, Bahia, com participação de seis professores de Biologia. Neste trabalho, por meio de um processo de triangulação, os dados produzidos junto a três desses docentes foram analisados utilizando a Análise de Conteúdo temática, o que permitiu identificar em palavras, frase ou resumo, a gama de relações presentes nos registros dos dados. Os resultados indicam que, na produção do conhecimento escolar, os saberes dos professores são traduzidos na prática pela combinação de diferentes “modos de fazer”, favorecendo a aprendizagem dos conteúdos biológicos. Nesse sentido, estes modos indicam certa vinculação entre seus saberes e os objetos de ensino, remetendo a processos de rotinização das atividades docentes no interior da cultura escolar. O exame desses “modos de fazer” mostra a mobilização de saberes da experiência mais específicos de professores de Biologia, que, quando articulados a outros saberes, configuram formas de produção do conhecimento escolar.
Resumo O presente artigo tem como objetivo analisar os desdobramentos e releituras da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que culminaram no texto Documento Curricular Referencial da Bahia para Educação Infantil e Ensino Fundamental (DCRB), bem como sua influência na disciplina escolar Ciências. Após a homologação da BNCC, iniciou-se a construção de textos secundários que auxiliaram na sua implementação nos estados e municípios, assim, no estado da Bahia foi desenvolvido o DCRB. Por meio da análise dos textos foi possível observar as permanências e as rupturas de diferentes discursos e configurações, resultado dos processos de releituras da Base Nacional. Dessa forma, o Documento Curricular baiano destaca temas importantes que foram silenciados ou minimizados no texto final da BNCC. Nesse contexto, a disciplina escolar Ciências, presente no DCRB, propõe um ensino mais amplo, significativo e que possibilita uma formação mais integral dos estudantes.
Este artigo traz o resultado de uma pesquisa realizada durante um curso de mestrado no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. A investigação partiu de inquietações relacionadas à abordagem da cultura popular no currículo da escola, especificamente, nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, cujo objetivo foi compreender como a cultura popular é abordada nos documentos curriculares. Além disso, utilizou-se a entrevista semiestruturada com quatro professoras que relataram suas práticas pedagógicas. Os resultados demonstraram que as professoras, no desenvolvimento do currículo, utilizam astúcias e modos sutis para abordar a cultura popular em suas aulas, desencadeando um processo de criação e invenção na prática. As narrativas das professoras demonstram, ainda, que, ao planejarem suas aulas, introduzem dispositivos didáticos que permitem gerar discussões sobre a cultura popular e implantam ações como: visitas a pontos da cidade que são referências, entrevistas com representantes da cultura local, etc., para que a temática não fique nas margens do currículo desenvolvido na escola.
Este estudo tem como foco os sentidos que professoras atribuem ao currículo escolar e o papel docente em seu desenvolvimento. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, realizada com quatro docentes em uma escola pública de Vitória da Conquista, Bahia. A entrevista semiestruturada foi o meio para produção dos dados, os quais foram analisados por meio da Análise de Conteúdo. Os resultados mostram que o currículo é compreendido como um instrumento de grande relevância no trabalho docente e na formação discente e objetiva educar para a vida, preparar para as avaliações externas e para o trabalho. Desse modo, o docente é visto como mediador entre o currículo e os alunos e principal agente em seu desenvolvimento na escola.
Esse estudo teve como objetivo avaliar a contribuição que o processo educacional trouxe para a organização sociocomunitária dos reassentados do Núcleo Fazenda Nova, um dos quinze criados para abrigar as famílias que tiveram suas terras inundadas com a formação do lago, decorrente da construção da Barragem Pedra do Cavalo, na região fumageira do Recôncavo Baiano. Possui uma abordagem qualitativa do tipo Estudo de Caso, utilizando, como técnicas de coleta de dados, a entrevista semi-estruturada e o grupo focal. Para complementar as informações, utilizou-se também da análise documental. Os sujeitos do estudo foram 37 pessoas, distribuídas de acordo com a sua representação e a análise dos dados foi orientada pela técnica de Análise de Conteúdo. Os resultados revelaram que a intervenção educacional, realizada pelas instituições governamentais, não proporcionou aos reassentados a conquista da autonomia, gerando forte dependência ao poder instituído. A participação dos reassentados, em prol de melhores condições de vida, por meio da organização sociocomunitária, ainda não foi conquistada.
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