Este é um relato de experiência que tem por objetivo apresentar um serviço de apoio psicológico desenvolvido na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo para o atendimento de estudantes de graduação em Enfermagem. O serviço foi inaugurado no primeiro semestre de 2019 e oferece acolhimento em intervenções nas modalidades individual e grupal. As atividades são coordenadas por um docente e desenvolvidas por pós-graduandos com formação em Psicologia. No ano de 2019 foram atendidos 51 estudantes. Sabe-se que o percurso de estudantes no ensino superior é marcado por mudanças nas esferas afetiva, social e profissional, exigindo ajustamentos que nem sempre são respondidos adequadamente. Deste modo, os serviços prestados até o momento possibilitaram o acolhimento e escuta qualificada em intervenções que procuraram auxiliar na saúde mental e na qualidade de vida. Iniciativas como essa contribuem na prevenção ao adoecimento psíquico e na melhoria das condições emocionais de estudantes que já estão vivenciando sintomas psicopatológicos.
A saúde mental dos estudantes universitários tem representado uma preocupação crescente por parte dos gestores educacionais. Entre as estratégias de atenção a essa população, as intervenções grupais emergem como possibilidade de prestar atendimento a um maior número de jovens, bem como desenvolver aspectos como sociabilidade, aprendizado mútuo e formação de redes de apoio. Este estudo teve por objetivo caracterizar os estudos científicos sobre intervenções grupais realizadas para promoção e prevenção de saúde mental em universitários por meio de uma revisão integrativa da literatura científica nacional e internacional. Foram consultadas as bases/bibliotecas PsycINFO, PubMed, SciELO, LILACS e CINAHL. Foram recuperados 41 artigos publicados entre janeiro de 2009 e dezembro de 2019, a maioria quantitativa. Predominaram estudos com grupos focados em promoção de saúde, sendo os Estados Unidos o país com maior número de pesquisas nesta área. Acerca dos sintomas específicos, o mais comum foi a depressão, ainda que a maioria dos grupos descritos fosse de promoção de saúde mental geral. Os estudos com comparação pré e pós-teste evidenciaram a eficácia da maioria das intervenções grupais. Foi uníssona a recomendação desses estudos acerca da ampliação de programas que incentivem e promovam a saúde mental dos universitários e dos possíveis benefícios oferecidos pelos grupos em ambiente acadêmico.
O objetivo deste estudo foi refletir sobre as dificuldades e as possibilidades da psicoterapia on-line oferecida a estudantes universitários durante a pandemia da COVID-19. Trata-se de um estudo de caso exploratório relatado a partir de duas pacientes/clientes atendidas em um serviço de apoio psicológico existente em uma Universidade pública do Estado de São Paulo e que desenvolve ações de acolhimento estudantil. Os atendimentos na abordagem cognitivo-comportamental ocorreram de maneira remota ao longo de 2020 e início de 2021 junto a estudantes de um curso da área da saúde. Identificou-se que o atendimento psicoterápico breve nessa modalidade possibilitou acesso a recursos de acolhimento e enfrentamento em um momento de fragilidade por meio do desenvolvimento da autorregulação emocional, autoconhecimento e melhora na gestão de conflitos interpessoais e de sintomas de ansiedade motivados, sobretudo, pelo contexto de incerteza e de suspensão de aulas presenciais, estágios e atividades práticas. Os desafios trazidos para a psicoterapia relacionaram-se à impossibilidade do contato presencial entre terapeuta e paciente, a falhas na tecnologia de comunicação durante as sessões, dificuldade de controle do setting e, consequentemente, de manutenção do sigilo. Endereçamentos nos campos da psicoterapia e do acolhimento estudantil foram apresentados a partir dos casos atendidos.
Reconhecida como uma dimensão que está associada ao cuidado, a religiosidade/espiritualidade (R/E) vem sendo estudada como um recurso de enfrentamento nos processos de saúde-doença. Contudo, pouco espaço lhe é conferido quando se trata de sua abordagem nos currículos dos cursos das ciências da saúde. Assim, este estudo objetiva descrever como a dimensão da R/E tem sido abordada em intervenções psicológicas no contexto hospitalar. Trata-se de um relato de caso de atendimento desenvolvido com uma paciente com diagnóstico de infecção por HIV/aids em um hospital universitário do interior do Estado de Minas Gerais, Brasil. No caso em questão procurou-se demonstrar como a R/E era vivenciada pela paciente, problematizando os aspectos positivos e negativos dessa dimensão na vida da mesma. Os dados apresentados possibilitam compreender as formas pelas quais a R/E pode ser acolhida pelo psicólogo em sua escuta, alinhando-se aos pressupostos do cuidado integral e humanizado no contexto da saúde pública. Reitera-se a importância do acolhimento da R/E no hospital e a necessidade de maior preparo do profissional para essa prática.
Este estudo apresenta o relato de uma experiência de acolhimento universitário a partir da realização de grupos operativos com estudantes de Psicologia de uma universidade pública do interior de Minas Gerais, Brasil. Participaram seis universitárias, com idades entre 18 e 27 anos, matriculadas entre o terceiro e o quarto semestres. Foram realizados cinco encontros em grupos operativos, coordenados por três psicoterapeutas utilizando recursos audiovisuais e literários para disparar as interações. A tarefa explícita dos grupos foi: pensar e dialogar sobre ser universitária e estudante de Psicologia. A interpretação e análise dos dados foi realizada por meio do levantamento dos principais emergentes grupais ligados à tarefa explícita. Por meio do conteúdo manifesto foram construídas três categorias: 1) Entrada na universidade e distanciamento de casa e da família; 2) Família e escolha profissional, e 3) Ser mulher na universidade. Diferentes marcadores emergiram na experiência universitária, sobretudo os relacionados à adaptação, às relações familiares, às questões de gênero e a construção da identidade profissional. Os grupos operativos possibilitaram a criação de espaços de escuta, diálogo e reflexão de temas caros à formação pessoal e profissional, demonstrando ser um recurso metodológico relevante para a atenção e promoção de cuidados em saúde mental no ensino superior. Palavras-chave: Educação superior; estudantes; processos grupais; saúde mental; saúde do estudante.
Este estudo teve por objetivo apresentar os resultados de um grupo psicoterápico psicoeducativo desenvolvido junto a estudantes de Enfermagem. Foram realizados seis encontros com cinco estudantes de uma universidade pública do Estado de São Paulo. Os encontros foram audiogravados, transcritos e submetidos à análise temático-reflexiva. Os resultados encontrados permitiram a construção de cinco categorias temáticas: (1) Desafios da adaptação ao ensino superior; (2) Concepções sobre saúde mental na universidade; (3) Autocuidado e equilíbrio entre a vida universitária e pessoal; (4) Relações interpessoais e vida universitária; (5) Perspectivas e expectativas sobre a formação. O processo de integração à universidade requer mobilização cognitiva, afetiva e social, sendo que as relações com os pares, professores e familiares foram destacadas como importantes para essa adaptação. As participantes destacaram conhecer a importância do cuidado em saúde mental, mas admitiram dificuldades de promoverem o autocuidado. O espaço grupal foi utilizado como ambiente de escuta, estabelecimento de vínculo e autocuidado. Os grupos psicoeducativos demonstraram ser importantes para a construção de estratégias de enfrentamento e um espaço para o acolhimento de demandas que emergem nessa etapa do desenvolvimento.
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