Resumo O presente artigo analisou o repasse cambial para os preços ao consumidor (IPCA) no Brasil, no período entre 1999 e 2013, verificando através de diversas especificações econométricas a existência de assimetrias no repasse. Utilizando uma decomposição da variável câmbio, entre depreciações e apreciações, o artigo estima uma sequência de modelos SVAR com diferentes restrições de identificação. Os resultados, robustos para uma gama de especificações, indicam forte assimetria no repasse cambial. A média simples das diversas estimações indica um repasse de 11.38% no caso de depreciação e de 2.84% no caso de apreciação da moeda brasileira em relação ao dólar americano.
Resumo Estudos recentes indicam que a elasticidade-preço das importações brasileiras é baixa. Este trabalho procura racionalizar o referido resultado revisitando as estimativas das importações do país desagregadas por “categoria de uso”. Os resultados reportados sugerem que a baixa elasticidade-preço das importações agregadas reflete fundamentalmente a baixa elasticidade-preço das importações de combustíveis, bens intermediários e de alguns tipos de serviços - notadamente, transporte, aluguel de equipamentos e pagamentos de royalties - produtos que, somados, respondem por pouco menos de dois terços do total importado. Isso ocorre porque vários desses produtos têm pouca ou nenhuma possibilidade de substituição por similares nacionais, devido principalmente a deficiências estruturais na oferta nacional.
RESUMO O presente artigo tem por objetivo analisar empiricamente a relação entre volatilidade cambial e expectativas de inflação utilizando a abordagem SVAR. A hipótese defendida, a partir da perspectiva teórica baseada no desenvolvimento de Keynes para a formação de preços e inflação, é que a volatilidade cambial, amplificada pela liberalização financeira, afeta as expectativas de inflação pela via dos custos de produção, já que a taxa de câmbio é um elemento importante na formação de tais custos. Os resultados, nos dois modelos, foram ao encontro do enunciado na hipótese, tendo em vista que, em algum grau, a variação da taxa de câmbio, especialmente em períodos de desvalorização, exerceu influências sobre as expectativas inflacionárias e, por consequência, sobre a trajetória da inflação.
RESUMO O objetivo deste artigo é analisar empiricamente as peculiaridades da economia brasileira que podem explicar a observada rigidez na baixa do Índice de Preços no Consumidor (IPCA). Investigamos a existência de assimetria na transmissão de preços e de heterogeneidade na dinâmica inflacionária entre diferentes setores da economia, bem como avaliamos o repasse da taxa de câmbio, do índice de commodities e da produção industrial aos preços ao consumidor (IPCA) e ao produtor (Índice de Preços ao Produtor Amplo - IPA). O IPCA foi desagregado em alimentos e bebidas, industrializados, serviços e preços monitorados. As estimações foram realizadas por meio de modelos simétricos e assimétricos de Vetores Autorregressivos Estruturais (SVAR). Os resultados indicaram que a taxa de câmbio é a variável mais relevante na dinâmica do IPCA, seguido do índice de commodities. A produção industrial mostrou-se menos relevante que os fatores externos, inclusive no modelo para produtos industrializados. Foi verificada a existência de assimetria positiva no repasse cambial em todas as desagregações do IPCA. A principal conclusão é de que os choques de custos não devem ser tratados como meros ruídos brancos, com média zero e que, portanto, se compensam no tempo.
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