Este é um estudo de caso atravessado por uma cartografia aqui apresentada como campo de forças e relações que nos faz refletir. Portanto, trata-se muito mais de agenciamentos sociais e científicos que transformaram modos de pensar do que propriamente de proposições a respeito de métodos adequados de como ensinar o Português para os surdos. Arriscaríamos dizer que este foi um trabalho auto formativo, que foi se desdobrando ao longo do tempo, mostrando-nos que precisamos dar continuidade ao processo de cartografar e “desemaranhar” as múltiplas linhas que enredam a teia histórica que separa surdos de ouvintes. Concluímos que as pessoas surdas também necessitam de metodologias diferenciadas que devem ser usadas por professores nas aulas, respeitando a sua singularidade linguística. Nem todos os surdos partem do mesmo ponto no ato de aprender e não dispõem dos mesmos recursos para isso. A análise desses registros nos permitiu observar a criação do ato de pensar. Sendo assim, este trabalho teve, também, a intenção de produzir cartografias possíveis desses processos através de registros manifestos do ato de pensar e, a partir disso, a construção das reflexões sobre o aprender que transcende o que se faz materialmente na sala de aula.
Este artigo é uma revisão bibliográfica sobre a literatura infantil, pois no atual momento político que o Brasil vive, onde os livros que utilizamos em salas de aulas são questionados por grupos extremistas, queremos retornar a discussão sobre os caminhos percorridos pela literatura infantil no Brasil. Assim, esse artigo pretendeu ser um convite para refletirmos sobre nossa postura no mundo, utilizando a literatura como um dispositivo que potencializa e sensibiliza nossa capacidade de pensar e refletir sobre a vida numa perspectiva mais ética. Procuramos utilizar os referenciais mais modernos, mas não descartamos as obras primárias, pois entedemos que elas são a base do conhecimento. Obtivemos como resultado que o valor da literatura para qualquer sociedade é imensuravel, pois ajudam na formação de cidadãos mais críticos, nas transformações sociais e nas reformulações de (pre) conceitos. A conclusão que chegamos que a literatura tem uma intencionalidade, e ela poderá contribuir para desnaturalizar discursos excludentes, segregadores e formar cidadãos que contribuam para o respeito e a inclusão, em um movimento que permita reconhecer práticas excludentes que estão no mundo
A literatura é um produto cultural. Devemos estar atentos ao que é oferecido aos estudantes, de forma que escola e literatura caminhem juntas para formação humana amparadas em valores de respeito à diversidade, às diferenças e à inclusão. Este trabalho tem como objetivo realizar um levantamento de livros de literatura infanto-juvenil cujas narrativas, atendam princípios de uma formação leitora, atenta aos Direitos Humanos. Assim, fizemos a seleção de dez obras que tratam de temas relacionados à Diversidade e Inclusão de forma a apoiar o desenvolvimento de oficinas de leitura voltadas para crianças do 1º segmento do ensino. Este estudo descritivo, qualitativo, de cunho pedagógico é definido como uma pesquisa que envolve o planejamento e a implementação de interferências (mudanças, inovações pedagógicas). A seleção foi realizada a partir dos títulos e do conteúdo que tratavam: as questões étnico-raciais. Como produto, apresentamos um catálogo online com as indicações de obras literárias que contribuam para a formação do leitor na perspectiva aqui apontadas. A partir de Freire e Foucault, verificamos que a literatura, nas escolas, pode agenciar modos de rupturas com práticas discursivas – jogos de verdade – que naturalizam modos de existência, excluindo os que não se enquadram nessas exigências naturalizadas por determinados discursos
O presente artigo propõe uma intersecção entre arte e educação, bem como pensar a aprendizagem como uma experiência artística, dispositivo estético para transpor a rigidez dos currículos e a reprodutibilidade de métodos e estratégias pedagógicas que concebem a aprendizagem por representação. Apresentamos a infância como uma estética de existência cujas formas de atividade sobre si expõem uma possibilidade ética para a vida. Nesse sentido convidamos a escola a aprender com as crianças para reinventa-se em suas propostas pedagógicas ofertadas às crianças. Este é um estudo teórico que se pauta em observações vividas em contexto escolar cujas fontes bibliográficas, permitiram o aprofundamento de discussões que apontam para o aprender como obra de arte.
RESUMO: Considerando as demandas da sociedade contemporânea, a universidade pública e gratuita enfrenta o desafio de repensar a si própria. Portanto, é preciso tensionar a razão instrumental cristalizada na sociedade, que visa à formação para a produção de bens de consumo em detrimento da formação humana. Ao tratarmos dessas questões, faz-se necessário refletir sobre a autonomia universitária, frente à adequação curricular dos cursos de Licenciaturas ao currículo nacional gestado na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Pensar sob esse prisma nos ajuda a compreender os limites e as possibilidades da universidade em nosso país, especialmente da formação docente. Neste sentido, analisamos o Currículo da Faculdade de Educação da UFF, com ênfase no Componente Curricular Atividades Culturais, cujos resultados demonstram a possibilidade de se criar espaços/tempo de experiências estético-culturais críticoemancipadoras que possibilitem a formação que prioriza o Ser em detrimento do Ter. PALAVRAS-CHAVE:Universidade pública. Autonomia universitária. Formação docente. Currículo. Formação cultural.
RESUMO: Essa comunicação se constitui das experiências vivenciadas ao longode nosso projeto de pesquisa/extensão junto a uma escola pública em Angrados Reis, no qual buscamos suscitar entre crianças uma experiência filosóficaatravés da estética da arte como criação de sentidos para si e para o mundo.Para tanto, utilizamos filmes, músicas, paisagens sonoras, pinturas, histórias,contos, entre outros recursos que, na qualidade de dispositivos de políticas decognição inventivas, acionam estados difusos de pensamento, despertandouma experiência do pensamento como acontecimento que emerge das relaçõesdo encontro entre sujeito e os signos do mundo, na perspectiva de suaautoformação. Nosso objetivo consiste em provocar a intercessão aberta efecunda entre Filosofia, Arte e Educação, fazendo uso dos sentidos, da palavradita e escrita, das imagens e do imaginário, como múltiplos possíveis paradiferentes formas de ler, escrever, sentir, pensar, criar e recriar o mundo.Palavras-Chave: Infância - Filosofia - Acontecimento - Escuta Sensível –Autoformação
Em se tratando de um mundo que se torna, cada vez mais, dominado pela informática e seus sistemas digitais, os recursos de acessibilidade ao computador exercem sua plena contribuição para que seja cumprido o objetivo das Tecnologia assistivas. O presente estudo teve por finalidade apresentar o programa DOSVOX como uma tecnologia assistiva que auxilia o processo de inclusão escolar de alunos cegos com deficiência visual, através de um minicurso em Ensino a distância que procurou orientar professores, acerca da utilização desta tecnologia Assistiva. A metodologia empregada foi uma pesquisa de campo, exploratória, qualitativa e se orientou com base em três pontos principais: a importância do emprego dos recursos de acessibilidade ao computador em sala de aula; a falta de conhecimento desses recursos por boa parte dos professores; e a necessidade de se difundir o uso das Tecnologias assistivas. A para promover ambientes inclusivos. A abordagem da pesquisa seguiu o modelo participativo, empregando entrevistas semiestruturadas para a coleta dos dados. Em relação aos resultados obtidos, pudemos constatar que o conhecimento dos profissionais da educação acerca das TA é consideravelmente baixo. Desse modo, faz-se relevante uma mudança de atitude e busca por conhecimentos que promovam acessibilidade, objetivando contribuir efetivamente para o desenvolvimento educacional dos alunos com deficiência visual.
A entrada da pesquisadora na sala de aula provocou tantos ruídos que as escutasse tornavam inaudíveis. Atordoada, ela busca situar-se diante da turbulência deondulações sonoras que tornava aquele momento indecifrável. Enquanto psicóloga, elaaprendera que era preciso desconfiar das palavras retumbantes e altissonantes. Entendiaque, por trás dos barulhos, existiam silêncios, murmúrios que expressavam coisas. Lem-brou de alguns conhecimentos que adquiriu lendo Deleuze e Foulcault, conhecimentos quea fizeram entender as coisas em suas intensidades, como acontecimentos que nos passam.Segui-las sem julgamentos, tentar captar suas bifurcações, rupturas, brechas, recebê-lascomo uma experiência que nos toque...
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