Em estudo anterior, de 2015, a ideia de rotinas pedagógicas como conhecimento construído a partir de informações compartilhadas e difundidas no campo da Educação Infantil, favoreceu a análise desta categoria pedagógica, sob a luz da Teoria das Representações Sociais, tendo como vertente metodológica a Teoria do Núcleo Central de Abric (1998). Todavia, naquele estudo, não se alcançou compreender a participação efetiva dos indivíduos na produção de sentidos que balizam as representações. Embora existissem certos níveis de generalização quanto aos elementos constituintes das rotinas pedagógicas, esses não se configuravam em sentidos homogêneos, o que nos levou a pensar sobre o lugar do indivíduo na produção de representações sociais. Este texto tem por objetivo refletir questões de ordem teórica e metodológica entre a Teoria da Subjetividade na perspectiva cultural-história de González Rey e a Teoria das Representações Sociais. Consideram-se três questões pontuais: a noção de sujeito, a dicotomia individual-social e o papel das emoções nos processos humanos. Em relação às implicações metodológicas critica-se o viés cognitivista decorrente do desenvolvimento relacionado às representações sociais. Entende-se que a mera identificação descritiva de uma representação social seja redutora da compreensão do próprio fenômeno. A pesquisa de elementos que geram tais representações, a partir da processualidade de ações e produções do próprio indivíduo, torna-se um processo decorrente da construção interpretativa que, assim, vai exigir metodologias diferenciadas, tal como a que decorre da Epistemologia Qualitativa.
Todos os direitos garantidos. Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida, transmitida ou arquivada desde que levados em conta os direitos das autoras e dos autores. Maristela Rossato; Cristina Madeira-Coelho; Alexandra Ayach Anache [Orgs.] O que aprendemos com a pandemia? Reflexões orientadas pela Teoria da Subjetividade sobre os processos de ensinar e aprender. São Carlos: Pedro & João Editores, 2023. 369p. 16 x 23 cm.
El presente artículo tiene como objetivo construir inteligibilidad sobre las configuraciones subjetivas generadas por una lectora en el servicio de lectura con una estudiante ciega a partir del valor heurístico de la Teoría de la Subjetividad de González Rey (2003, 2011, 2019) para el estudio de procesos humanos. Como, por ejemplo, los que caracterizan ese contexto de lectura para estudios y aprendizajes. Se trata, por tanto, de un recorte de investigación de maestría que tuvo como locus un servicio de lectura viabilizado por el Proyecto Club del Lector, ubicado en el Centro de Educación Especial para Discapacitados Visuales (CEEDV), en la ciudad de Brasilia - DF. El Proyecto promueve el servicio de atención a través de lectores voluntarios para el apoyo pedagógico de personas ciegas y, en el momento de la investigación ocurría en la modalidad virtual. La utilización de la categoría configuración subjetiva de la acción fue sustancial para la comprensión anhelada, al considerar los aspectos multidimensionales involucrados en la experiencia vivida y la capacidad singular de producción de alternativas de las personas frente a lo vivido. De esa forma, se verificó que el contexto de actuación del lector voluntario constituye un espacio favorecedor para la emergencia o reorganización de las configuraciones subjetivas. El proceso investigativo fue orientado por los principios de la Epistemología Cualitativa y la Metodología Constructivo Interpretativa, a partir de las expresiones dialógicas presentes en la relación establecida entre la lectora y la persona ciega, participantes de la investigación. Durante los ocho meses del trabajo de campo fueron realizadas observaciones de la práctica profesional de la lectora y utilizados instrumentos dialógicos apoyados en registros escritos, como el completamiento de frases y el diario de lectura. El análisis apuntó caminos sobre la comprensión de la constitución subjetiva de la participante y las implicaciones de estas producciones en su actuación como lectora voluntaria.
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