A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é considerada a terceira maior fonte mundial de carboidratos na alimentação humana. Atualmente o Brasil é o segundo maior produtor de mandioca do mundo. No entanto, faz-se necessário o conhecimento da dinâmica sobre a mandioca e o potencial socioeconômico da cultura. Desta maneira, o estudo objetivou compreender como a produção da mandioca se insere nas relações socioeconômicas (renda, tipos de trabalho, comercio formal e informal, atravessadores, nível de organização social e as suas dificuldades na produção) dentro da comunidade de Jaçapetuba, no município de Cametá, estado do Pará. Os resultados demonstram que a renda mensal derivados da mandioca geram valores superiores as demais atividades agrícolas.
Este trabalho é uma análise da segurança alimentar de agricultores familiares, em uma região de “fronteira agrária” na Amazônia. A pesquisa foi realizada no assentamento do PDS Virola Jatobá, município de Anapu, Pará. Nessa modalidade de assentamento, os agricultores utilizam as áreas de uso alternativo com atividades agropecuárias e as áreas de reserva legal com o extrativismo e manejo florestal comunitário. Realizaram-se 32 entrevistas e aplicação de 75 questionários socioeconômicos nas unidades de produção familiar com o objetivo de se identificar os valores de produção, consumo e renda, bem como compreender as transformações socioprodutivas. Os resultados da pesquisa permitiram a elaboração de uma tipologia, a partir da atividade preponderante na geração de renda, apontando para mudanças não apenas nas práticas tradicionais de produção em função das questões ambientais, mas também sobre o próprio modelo de produção agrícola, com diferentes estratégias na formação de renda.
O Araticum verde (Annona rugulosa) é uma espécie frutífera nativa do Brasil que apresenta frutos de notável sabor e aroma. Porém, esta espécie possui dificuldades para a produção de mudas. Por isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial de obtenção de mudas de araticum por sementes e estaquia. Sementes extraídas de frutos maduros foram desinfestadas com NaOCl (2 %) por 15 min. Para a reprodução sexuada das espécies foi avaliada a combinação entre a escarificação mecânica (com e sem), e a imersão em diferentes concentrações de Ácido Giberélico (0; 500; 1000 e 1500 mg. L-1), semeadas em ambiente de BOD e em Casa de vegetação. Para a reprodução assexuada foram testadas estacas caulinares com o uso de AIB (0; 500; 1.000; 1.500 e 2.000 mg. L-1), e para as estacas radiculares do araticum verde, AIB (0; 500;1.000; 1.500 e 2.000 mg. L-1). Avaliou-se para reprodução sexuada a porcentagem de germinação das sementes e para a reprodução assexual: a porcentagem de enraizamento, indução de calo, brotamento das espécies e a sobrevivência. As maiores porcentagem de germinação (6%) foram observadas sem a escarificação das sementes e o uso de GA3 (500 mg.L-1 em ambiente B.O.D). Estacas do ápice caulinar apresentaram baixa capacidade de produção de raízes. Contudo, o uso de estacas radiculares de A. rugulosa apresentou-se ser o método mais promissor, resultando em média 10% de enraizamento por tratamento. Desta forma, sugerem-se novos estudos com estacas radiculares utilizandos sistema de irrigação por nebulização.
Com a modernização da agricultura, intensas transformações ocorreram nos sistemas produtivos de cultivo, o que tem levantado o debate acerca do desenvolvimento sustentável no Brasil e no mundo. Comunidades tradicionais da Amazônia são consideradas essenciais ao desenvolvimento sustentável, pois os valores e conhecimentos que possuem são ferramentas para a conservação dos ecossistemas naturais. Reconhecendo a importância destas, o objetivo do estudo é relatar e analisar as práticas agroecológicas adotadas por uma comunidade tradicional da Amazônia, abordando os mecanismos de exploração e produção, as transformações de manejo e as políticas públicas que auxiliam os agricultores locais. A pesquisa foi realizada na comunidade Monte Sião, no município de São Domingos do Capim, Pará. No estudo, realizaram-se visitas exploratórias com entrevistas não diretivas, sendo realizada observação participante com um casal de liderança local. Percebe-se a partir dos relatos agroecológicos a luta pela sobrevivência das comunidades da Amazônia, evidenciando que uma comunidade bem organizada tende a tornar-se cada vez mais autossustentável. Muitas dificuldades e esforços são relatados pelos moradores para adequar-se em um sistema divergente ao convencional. As práticas exercidas pela comunidade seguem os Palavras-chave: desenvolvimento sustentável, agroecologia, agroecossistema.
O objetivo da pesquisa foi compreender como o ensino de Agroecologia em uma escola agrícola, em regime de Pedagogia da Alternância, tem influenciado no ensino-aprendizagem dos estudantes e como isso tem afetado o âmbito familiar e comunitário. Utilizaram-se as metodologias quantitativa, com aplicação de questionário aos estudantes, e qualitativa, baseada em entrevistas abertas e estruturadas aos estudantes, professores, pais e pessoas ligadas à fundação da escola. O processo de ensino-aprendizagem baseado na interação com a realidade local, como propõe o método “Tempo Escola e Tempo Comunidade” aplicado na Pedagogia da Alternância, mostrou-se efetivo por apresentar maior ligação com as relações do campo. Os entrevistados relatam que essa metodologia tem proporcionado maiores trocas de conhecimento com a família e a comunidade, o que pode influenciar positivamente as formas de cultivo a partir de um novo pensar. No entanto, verificou-se que há uma distorção relacionada às práticas agrícolas locais e ao ensino de Agroecologia. De acordo com os estudantes e pais, há necessidade de realizar a transição agroecológica, pois muitos ainda seguem práticas convencionais de cultivo, o que dificulta o uso dos conhecimentos adquiridos pelos estudantes. Compreende-se que a alteração de paradigmas é feita gradativamente e a Pedagogia da Alternância aplicada ao ensino de Agroecologia pode auxiliar no aprimoramento de práticas para que as mudanças ocorram.
Quebradeiras de coco babaçu: (re)construindo identidades e protagonizando suas histórias na Microrregião do Médio Mearim, Estado do Maranhão Anny da Silva Linhares Na Amazônia, o advento de "novos" movimentos sociais objetivados em identidades coletivas têm demostrado transformações na organização política dos chamados povos e comunidades tradicionais. Após a experiência de luta pela não derrubada das palmeiras de babaçu e pelo direito a terra no final dos anos de 1980, mulheres agroextrativistas mobilizadas, passam a se posicionar na esfera política constituindo suas próprias organizações representativas, reivindicando direitos baseados no reconhecimento dos modos intrínsecos de "criar", de "fazer" e de "viver" deste grupo e acionando processualmente a identidade coletiva quebradeira de coco babaçu. Portanto, esta dissertação tem como objetivo analisar o processo de (re)construção da identidade coletiva quebradeira de coco babaçu, verificando sua associação com a constituição do patrimônio cultural, com ênfase em seu atual estágio. A pesquisa foi desenvolvida no Povoado de Ludovico, localizado na zona rural do Município de Lago do Junco, Estado do Maranhão, onde verificou-se que a identidade social e política das quebradeiras de coco está fundada na luta pela preservação dos babaçuais e nos saberes e fazeres herdados, que constituem seu patrimônio cultural construído na experiência vivida no passado e atualizado no tempo presente, contexto em que a experiência das crianças e jovens, filhos e filhas de quebradeiras de coco, também estão trazendo novos questionamentos sobre a ressignificação da identidade coletiva e dos patrimônios sob os quais a mesma se edifica. Palavras chavequebradeiras de coco babaçu, identidade coletiva, patrimônio cultural.
A pesquisa apresentou a rara possibilidade de acompanhar o processo de criação de uma Unidade de Conservação. Foram analisadas as percepções dos atores locais em torno da proposta de criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Campo das Mangabas, no município de Maracanã, Estado do Pará, com ênfase para as ações e posicionamentos em relação a essa proposta. Para elaborar o trabalho buscou-se a abordagem qualitativa, com a utilização de pesquisas teóricas e de campo, observações, entrevistas semiestruturadas e informais, nas dez comunidades que fazem parte da área, foram coletados dados também na sede do município e realizada duas entrevistas em Belém. Os resultados demonstraram que as mobilizações pela proteção dos recursos naturais do Campo da Mangaba começaram movidas pelas ameaças a biodiversidade local, por fatores como: queimadas e ocupação desordenada que geram conflitos pela posse da terra e pelo uso dos recursos naturais, entre outros problemas elencados na pesquisa e que colocam em risco a sobrevivência do ecossistema e das populações tradicionais que tem no extrativismo da mangaba (Hancornia speciosa Gomes) e do bacuri (Platonia insignis) uma importante atividade laborativa. A partir de 2007, quando o processo de criação começou oficialmente, ocorreram várias ações coletivas com encontros, reuniões e consulta pública, promovidas por organizações locais e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente do estado do Pará. Constatouse que a maioria dos entrevistados apoia a criação da reserva, embora existam conflitos em escala micro. Três posicionamentos emergiram em relação à proposta de criação dessa Unidade de Conservação: a favor, contra e sem opinião formada. Foram constatados também dificuldades de compreensão sobre o que é uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável. Se tratando das ações desenvolvidas pelas comunidades, verificou-se que houve um intervalo da consulta pública realizada em setembro de 2013 até o final dessa pesquisa, visto que, a decretação da Reserva depende apenas do governo estadual, já que, os tramites legais necessários foram cumpridos. Palavraschave
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