Propõe-se a uma aproximação inicial da relação entre performance e memória traumática e suas implicações para a narrativa documentária em primeira pessoa (autobiográfica). Entende performance como um comportamento expressivo capaz de transmitir a memória e a identidade cultural, a partir da valorização tanto do repertório quanto do arquivo, como proposto por Diana Taylor (2013). Neste tipo de cinema o testemunho é da ordem da performance, de uma performance afetiva do documentarista. O teor testemunhal destes documentários se reveste de um potencial afeccional, em que o cineasta que narra é também afetado pela narração do trauma/passado.
Ao pensar o documentário como “mídia de memória”, reconhecemos o afeto, o símbolo e o trauma como estabilizadores da recordação neste tipo de cinema que, a partir da década de 1960, interessou-se não mais apenas pelos vestígios, mas também pelas testemunhas. O testemunho oral ascendeu como principal dispositivo do documentário para acessar as memórias coletivas. Se na contemporaneidade presenciamos uma “cultura da memória”, o documentário tem um lugar nesta história, mais como uma atividade “artesanal da memória”, ao preservar/armazenar uma memória experiencial do vivido, do que como uma ameaça ao passado recordado.
Este artigo é fruto de dissertação desenvolvida no Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Realizou-se um mapeamento de documentários com personagens lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais produzidos na região Sul do Brasil entre 2000 e 2014. A pesquisa objetivou analisar as representações LGBT, buscando compreender em que medida estes filmes partilham de narrativas/estéticas queer. Pôde-se observar que os 19 documentários analisados exploram as seguintes temáticas: memória/história, geração e envelhecimento, discriminações e resistências e, por fim, espaços de sociabilidades. Há um conjunto de documentários empenhados na incorporação política do outro-abjeto em uma cidadania generificada, sexuada e heteronormativa. De outro lado, existe um grupo de documentários experimentais (performáticos, poéticos e reflexivos) dispostos a quebrar com as inteligibilidades e normatividades culturais de sexo/gênero.
Este artigo é fruto de dissertação desenvolvida no Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Realizou-se um mapeamento de documentários com personagens lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais produzidos na região Sul do Brasil entre 2000 e 2014. A pesquisa objetivou analisar as representações LGBT, buscando compreender em que medida estes filmes partilham de narrativas/estéticas queer. Pôde-se observar que os 19 documentários analisados exploram as seguintes temáticas: memória/história, geração e envelhecimento, discriminações e resistências e, por fim, espaços de sociabilidades. Há um conjunto de documentários empenhados na incorporação política do outro-abjeto em uma cidadania generificada, sexuada e heteronormativa. De outro lado, existe um grupo de documentários experimentais (performáticos, poéticos e reflexivos) dispostos a quebrar com as inteligibilidades e normatividades culturais de sexo/gênero.
Resumo De um universo de mais de 74 realizadoras identificadas em mapeamento da produção de documentários no Sul do Brasil, entre os anos de 1995 e 2010, foram selecionadas sete para que, a partir de entrevistas semiestruturadas, pudéssemos compreender quem são e o que pensam essas mulheres sobre a produção, distribuição e exibição do documentário no Brasil. Os resultados parciais apresentados integram uma pesquisa mais ampla que teve como objetivo caracterizar a produção documentária contemporânea do Sul do Brasil, procurando compreender onde, o que, como e quem produz na região e onde e de que forma esses filmes são exibidos. A maioria das cineastas entrevistadas tem formação em cursos de Comunicação Social, nos quais conheceram e se envolveram com o cinema e o audiovisual. É consenso entre as realizadoras que a principal dificuldade em se produzir na região está atrelada à dependência financeira, mas reconhecem que, sem o aporte público, o cenário do documentário teria sido diferente no período estudado. Sobre os temas dos filmes, apenas duas delas assumem uma busca por personagens e assuntos femininos, as demais apostam no olhar particularizado da cineasta, em que seus pontos de vistas são marcados pela experiência de ser mulher.
Em um universo de mais de 70 realizadores audiovisuais identificados em um mapeamento que buscou catalogar a produção de documentários no Rio Grande do Sul entre os anos de 1995 e 2010, foram selecionados 11 documentaristas para que, a partir de entrevistas semi-estruturadas, pudéssemos compreender quem são e o que pensam sobre a produção, distribuição e exibição do documentário no Brasil. A maioria dos realizadores entrevistados têm formação em cursos de Jornalismo em universidades públicas e particulares do Rio Grande do Sul, onde conheceram e se envolveram com o cinema e o audiovisual. É consenso entre os realizadores que a escassez de recursos para a produção é ainda um complicador para o desenvolvimento do gênero no Estado e no Brasil, porém, reconhecem que a dependência às leis de incentivos fiscais não é saudável para uma produção que se pretende independente, como é o caso do documentário.
Estudo sobre como a Divisão de Censura e Diversões Públicas (DCDP) tratou o documentário brasileiro produzido nos anos de 1960/70 e 1980. Ao analisar os pareceres de censura de 23 filmes – documentos disponíveis no site do projeto Memória da censura no cinema brasileiro 1964-1988 – optou-se por estudar os casos de O país de São Saruê e Iracema, uma transa amazônica. Nas décadas de 1960/70 presenciamos o surgimento de um novo documentarismo que buscava retratar o “Brasil profundo”, o país das desigualdades que tanto se conflitava com a imagem desenvolvimentista que a propaganda da ditadura difundia. Ao analisar a censura a estes filmes constatou-se que as dinâmicas censórias se valeram tanto de questões morais quanto de posicionamentos políticos-ideológicos.
o objetivo deste trabalho é estabelecer algumas premissas para o entendimento do documentário e sua relação com a História e a memória, elegendo o documentário histórico como objeto de análise, por esse apresentar aproximações com o discurso histórico. Ter o documentário como lugar e mídia “de memória” nos leva a problematizá-lo como objeto de instrumentalizações (ou articulações) de memórias e identidades destinadas a colocar em prática um discurso sobre o passado, convincente e comovente.
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